GASEIFICAÇÃO

Três mil toneladas de carvão de Candiota serão testadas na China

Projeto é construir uma planta no município para produção de metanol e derivados

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Uma comitiva chinesa realizou uma série de visitas, dentre elas, à Mina de Candiota (foto) Foto: Daniel Rocha/Especial TP

Desde a última quarta­-feira (27) que o gru­po brasileiro Vamtec Carboquímica e o chinês Qingdao Xinyutian Che­mical Co., Ltd. (Yutian), cumprem uma extensa agenda pelo Rio Grande do Sul com a finalidade de aprofundar as negociações e interação institucional para implantação de uma unidade de gaseificação de carvão mineral para pro­dução de metanol e outros derivados, estabelecendo de fato o Polo Carboquí­mico de Candiota.

Os grupos já man­tiveram reuniões com a direção da Companhia Rio­grandense de Mineração (CRM) em Porto Alegre e também visitaram a Mina de Candiota na manhã da última sexta-feira (29). Ao meio-dia, o prefeito Adria­no dos Santos recepcionou a comitiva com um almoço no CTG Luiz Chirivino, quando um cordeiro assado inteiro foi servido, bem como a invernada Herdei­ros do Chirivino fez uma apresentação, mostrando a história do carvão através da dança. No dia anterior, eles fizeram uma apresenta­ção do projeto a lideranças candiotenses no Centro de Eventos.

Chineses foram recepcionados pelo prefeito Adriano dos Santos com um almoço típico e apresentação da invernada Herdeiros do Chirivino Foto: J. André TP

Conforme o enge­nheiro da Vamtec, José Paulo Milan Amaro, a par­ceria com os chineses é para a construção de uma planta com capacidade de produção de 100 mil tone­ladas por ano de metanol – que é a matéria-prima para biocombustíveis, através da gaseificação do carvão mineral. “Já há testes ini­ciais sobre a viabilidade do carvão local, porém vamos levar três mil toneladas para os testes finais na China”, adiantou Amaro.

Em tudo dando cer­to, a ideia é em dois anos e meio a indústria já estar em funcionamento, com investimento inicial de 100 milhões de dólares (cerca de R$ 400 milhões), gerando 800 empregos na construção e outros 120 na operação.

Ao centro, Feng Bo, presidente da Yutian e outros diretores da empresa, durante visita à Mina de Candiota Foto: Daniel Rocha/Especial TP

Para o presidente da gigante chinesa, Feng Bo, a receptividade está sendo muito boa, assim como a avaliação e pri­meiras impressões. “Se o projeto for um sucesso, vamos investir ainda mais no Brasil”, disse, durante o encontro as lideranças candiotenses, com a ajuda de um intérprete.

O prefeito Adriano se mostrou entusiasmado com a possibilidade. “Em se viabilizando o proje­to, passamos a um novo patamar na utilização do carvão”, afirmou.

Na segunda-fei­ra (2) e terça-feira (3), aconteceram agendas com com o governador Eduardo Leite e coma Frente Parlamentar do Carvão Mineral e do Polo Carboquímico, em Porto Alegre.

COMO É FEITO O METANOL
O metanol, ou ainda o álcool da madeira, pode ser preparado pela destilação seca de madeiras, seu processo mais antigo de obtenção, e de onde, durante muito tempo, foi obtido exclusivamente.
Atualmente é obtido pela reação do gás de síntese (produzido a partir de origens fósseis, como o gás natural e carvão mineral, uma mistura de H2 com CO passando sobre um catalisador metálico a altas temperaturas e pressões).
Esta reação é uma redução catalítica do monóxido de carbono, e processa-se a temperatura de cerca de 300 °C e pressões de 200 a 300 atm. É utilizado como catalisador uma mistura de óxidos metálicos como óxido de cromo (Cr2O3) e óxido de zinco (ZnO).

PARA QUE SERVE O METANOL
* O metanol é principalmente um solvente industrial, pois ele dissolve alguns sais melhor do que o etanol.
* É utilizado na indústria de plásticos, na extração de produtos animais e vegetais, e como solvente em reações de importância farmacológica, como no preparo de colesterol, vitaminas e gasolina.
* É matéria prima na produção de formaldeído.
* É usado no processo de transesterificação da gordura, para produzir biodiesel.
* É usado como combustível em algumas categorias de monopostos dos EUA (ex: Champ Car, IRL, Dragster , Pro Modified ). As equipes e o piloto são instruídos sobre como agir diante de um incêndio provocado por um acidente. Como o fogo não é visível é preciso jogar água em todos os cantos onde supostamente está ocorrendo e no próprio piloto e membros da equipe se for o necessário.

* Reportagem atualizada em relação ao impresso

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