COORDENADORIA REGIONAL DE SÁUDE

União para não fechar

Encontro com lideranças das cidades que compõem a sétima foi realizada no salão oval da prefeitura de Bagé

Encontro com lideranças das cidades que compõem a sétima foi realizada no salão oval da prefeitura de Bagé Foto: Coordenadoria de Comunicação da Pref. de Bagé/Especial TP

A intenção do governo do Estado em fechar a 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) com sede em Bagé preocupa as secretarias de Saúde da região. A notícia deixou todos em alerta, pois as cidades dependem de muitos procedimentos da coordenadoria. O órgão atende seis municípios, sendo eles: Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Aceguá, Candiota e Hulha Negra.

Recentemente, em Bagé, no salão oval da prefeitura, uma reunião foi realizada com a Comissão de Intergestores da coordenadoria.  No encontro foi debatida a possível extinção do órgão e quais mudanças poderiam ocorrer. O governo do Estado ainda não tomou uma atitude sobre o caso, mas a intenção é unificar a sétima com a décima coordenadoria, que tem sede em Alegrete, na Fronteira Oeste. Neste caso, a união das duas se chamaria Região Funcional Seis, a qual atenderia 20 municípios. Em números, seriam abrangidos 64.472 mil km² e 718.288 mil habitantes entre essas cidades. Com essa mudança, a Região Funcional atingiria de uma única vez, 30% do território gaúcho.

A reunião resultou na assinatura dos prefeitos e representantes das cidades da região que estiveram presentes no debate. Uma moção que posiciona contra a chance da união das coordenadorias será levada ao governo.

A reportagem do TP entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, via e-mail, a fim de obter informações sobre o caso. Em nota, a secretaria informou que não está se manifestando sobre o assunto, pois ainda não há definição ou conclusão.

Coodenadoria está localizada  na rua Marechal Floriano, 1172, centro de Bagé

Coodenadoria está localizada
na rua Marechal Floriano, 1172, centro de Bagé Foto: Anderson Ribeiro/Especial TP

O coordenador da 7ª CRS, Daltro Paiva, afirma que a situação está sob controle. “Se ocorrer o fechamento será um desastre. Mas estamos em alerta”, diz. Segundo ele, a coordenadoria, geograficamente, está no centro da região que atende os municípios. Paiva ainda ressalta que um estudo ampliando o número de cidades atendidas foi realizado para apresentar ao Estado. Nesse planejamento, a coordenadoria abrangeria 32 mil km², o que diferencia de hoje que atende 15 mil km².  A reportagem conversou com os gestores dos municípios que são atendidos pela sétima, os quais fazem uma avaliação sobre o tema. Apenas o município de Aceguá que o TP não conseguiu contato após várias tentativas com a secretária de Saúde, Traudie Cornelsen.

 

BAGÉ

Para o prefeito Dudu Colombo (PT), a sugestão do fechamento trará retrocessos a todas as cidades abrangidas pela sétima e pela décima CRA, pois as distâncias não favorecem o atendimento e a cobertura de toda a região proposta. “Devemos nos manifestar publicamente, montar uma grande representação e deixar claro que esta fusão não nos agrada e prejudicará as cidades da região envolvida”, destaca o gestor.

CANDIOTA

O coordenador da Secretaria de Saúde de Candiota, Claudio Hernandez, tem uma avaliação negativa desse projeto de extinção. Conforme o gestor, todas as medicações e exames que dependem do Estado, a secretaria necessita de intermediação da 7ª CRS. “São consultas especializadas, serviços da Vigilância Sanitária, entre outros atendimentos que precisamos da coordenadoria. Pelo menos três vezes na semana, a equipe da vigilância tem que levar a coleta de amostra d’ água do município para o órgão. Se ocorrer a mudança vai se tornar inviável”, salienta. O coordenador enfatiza que com a unificação das coordenadorias, a distância de Candiota a Alegrete será de quase 400 quilômetros. “Estamos fazendo um movimento para lutar e evitar o fechamento”, acrescenta.

HULHA NEGRA

A cidade de Hulha Negra está bem próxima de Bagé e se ocorrer a mudança haverá um alto custo de transporte em razão da distância que aumentará e muito a quilometragem. A enfermeira e secretária de Saúde substituta, Carla Ruiz, comenta que foi feita uma proposta pelo Estado, mas nada ainda está confirmado. Entretanto, ela afirma que tal atitude vier a se confirmar ficará contramão os serviços. “Vamos ao órgão buscar insumos, medicamentos. Temos um acesso bom, mas se tornará difícil. As referências vão mudar para Alegrete e o custo será alto”, ressalta.

DOM PEDRITO

Para a secretária de Saúde da Capital da Paz, Ivanúcia Severo, o fechamento trará grandes prejuízos em vários aspectos. “Tivemos uma reunião da Comissão de Intergestores e organizamos uma mobilização contra o fechamento. Hoje temos viabilidade de estarmos todos os dias em Bagé e em contato direito com a sétima trazendo vacinas e medicamentos. Serviços que não teremos mais se isso se concretizar”, avalia a secretária. De acordo com Ivanúcia, o município tem acesso livre com outras cidades que fazem parte da coordenadoria, pois cedem cotas que sobram e usam de outros municípios quando é necessário. “Isso também se tornará quase impossível se tivermos 20 cidades fazendo parte de uma mesma regional. Enfim, estamos torcendo para que esse estudo confirme que não temos condições de ficar sem a sétima”, ressalta.

LAVRAS DO SUL

A avaliação da secretária de Saúde de Lavras do Sul, Andrea Candor, é negativa em relação ao estudo do Estado. Para ela, o fechamento será um atraso significante para todos que precisam dos serviços da sétima, desde capacitação até o recebimento de medicamentos. “Vai aumentar o custo para os municípios. Não sei qual intenção ou planejamento do governo, mas vai piorar e muito”, relata a gestora. A distância para referências aumentará para a o município, sendo que de Lavras até a Alegrete a viagem pode durar quase três horas, visto que a distância é mais de 250 quilômetros.

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