EDUCAÇÃO

Unipampa oferece cursos preparatórios para Enem e vestibulares

Aulas e materiais são gratuitos Foto: Divulgação TP

Oferecer a oportunidade de preparação para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares para estudantes de escola pública e de baixa renda é a ideia dos cursos realizados pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Presente nos campi Bagé, Santana do Livramento e São Borja, os projetos oferecem aulas gratuitas e focadas nas disciplinas que compõem as provas.

As aulas são ministradas pelos próprios graduandos da Unipampa, tornando-se uma forma de retorno da Universidade para a comunidade local através da oferta de um curso preparatório gratuito em cidades que não possuíam essa opção.

BAGÉ – O projeto Simplifica, criado em 2017, ocorre em parceria com a Prefeitura de Bagé e possui como objetivo, conforme aponta o coordenador acadêmico do Campus Bagé, Elenilson Freitas, “oferecer a jovens da comunidade bageense, em situação de vulnerabilidade econômica, um espaço de formação para o ingresso no Ensino Superior”. O foco do projeto é preparar os alunos para o Enem e outros vestibulares, como o processo seletivo para ingresso nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Em 2019, mais de 200 vagas foram ofertadas e as inscrições encerraram em março, com início das aulas no começo de abril.

As aulas são ministradas por graduandos dos cursos de Letras Português e Línguas adicionais, Física, Química e Matemática da Unipampa, Campus Bagé, que passam por um processo seletivo realizado pela própria Universidade. Os graduandos selecionados para serem professores do projeto recebem uma bolsa paga pela Prefeitura. As demais disciplinas são ministradas por professores que a Prefeitura seleciona através de outra seleção. Sobre os benefícios do Simplifica, Freitas explica que “o jovem estudante terá uma oportunidade de reforçar seus estudos e pleitear vaga em diversas instituições de ensino. Para nossos estagiários está sendo uma experiência muito relevante para formação inicial de professores”.

LIVRAMENTO – O Pampeano iniciou em 2014 com uma turma de 35 alunos e com o objetivo de atender a comunidade local em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Além disso, visa “dar assistência aos membros da comunidade de Santana do Livramento (e cidades vizinhas do Brasil e Uruguai) no que tange ao processo de preparação para o Enem”, explica o professor e coordenador do projeto, Rafael Balardim. Hoje, o projeto atende 50 pessoas e a proposta é de se ampliar o número de vagas para as próximas edições.

O cursinho possibilita o preparo das quatro áreas do conhecimento que são cobradas no Enem, trabalhando com apostilas digitais. O projeto conta com 30 voluntários e, segundo o diretor do projeto, Rogério Bras, a principal motivação para o surgimento do Pampeano veio da demanda de estudantes do curso de Relações Internacionais da Unipampa, “que entendiam que havia um grande capital intelectual entre os graduandos e que isso deveria ser revertido para a sociedade, por meio de um projeto de extensão que utilizasse essas capacidades”.

Desde o início do projeto, mais de 200 pessoas participaram do Pampeano e dessas, mais de 60 conseguiram aprovação em instituições de ensino superior. Para o coordenador do projeto, Rafael Balardim, “além de desenvolver capacidades pessoais, profissionais e culturais nos alunos envolvidos no projeto voluntário, o Pampeano auxilia a comunidade a valorizar a educação como principal modo de mudança da sociedade”.

SÃO BORJA – O Leme iniciou as atividades em 2015 a partir de uma iniciativa da professora de Ciências Humanas, Lauren Nunes. O projeto de extensão oferece a possibilidade de estudantes do ensino médio de escola pública e de baixa renda participarem de um cursinho de caráter popular e gratuito para se prepararem para a prova do Enem. Os graduandos da Unipampa e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) ministram as aulas, sendo também um meio das instituições de ensino superior retribuírem a comunidade local.

Segundo o professor Gerson Oliveira, atual coordenador do projeto, o Leme surgiu para atender três demandas existentes na cidade:“primeiro para atender a uma demanda da comunidade, já que não havia um cursinho de caráter popular, depois por uma demanda dos próprios alunos do curso de Ciências Sociais por um espaço de exercício a docência, e a outra para nós professores, ao darmos esse retorno do que fazemos em sala de aula”, esclarece. Para aproximar os alunos da rede pública, o Leme costuma realizar dois eventos anuais nas escolas locais, sendo um no começo do ano para divulgação do projeto e outro antes da data do Enem, conhecido como o aulão.

Para seu funcionamento, o Leme recebe verba via captação de fomento da Unipampa, além de contar com parceria de algumas empresas privadas, que oferecem brindes para serem rifados e para arrecadamento online. Neste ano, o Leme ofertou 70 vagas, sendo que 234 pessoas se inscreveram, segundo o coordenador do projeto. Com esses projetos, a Universidade possibilita uma aproximação com a comunidade local, oferecendo suporte e contribuindo para que estudantes da rede pública de ensino possam estar preparados para realização do Enem e vestibulares, através do contato com discentes já dentro de cursos de graduação e licenciatura.

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