POLÍTICA

Uso de máquinas públicas em propriedade privada causa polêmica em Pinheiro Machado

Vereador criticou a situação e prefeito afirma ter amparo legal, além de o produtor ter ressarcido o município pelo serviço

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A situação foi apontada pelo vereador petista Foto: Arquivo TP

Durante a sessão ordi­nária da última sema­na, o vereador Gilson Rodrigues (PT) utilizou seu espaço de fala para questio­nar informações recebidas sobre duas máquinas da Prefeitura que estariam re­alizando serviço em uma propriedade rural particular no interior do município de Pinheiro Machado. De acordo com o parlamentar, o maquinário inclusive te­ria atolado no local. “Esse governo atual questionava o governo Felipe (da Feira) sobre trabalhar nas proprie­dades privadas de gente que tem bala na agulha e agora isso. Não é para pobre e colono. As máquinas estão lá e ainda dizem que não tem para fazer melhorias para a comunidade. Espero que olhem para as ruas in­transitáveis da nossa cidade. Se não tem diesel, deixem as máquinas paradas ao invés de trabalhar para fazendei­ros”, denunciou Gilson.

Na sequência, o vereador Renato Rodrigues (PSDB) também se posi­cionou sobre a polêmica. “Eu sou totalmente contra as máquinas da Prefeitura fazerem serviço em pro­priedade privada. Em 2016 me avisaram que tinha um maquinário trabalhando em propriedade privada e eu liguei para o prefeito. Na época, o secretário não falou nada e ainda recebia dinhei­ro por fora. Sou sabedor disso aí e justifico se tiver que justificar”. Segundo ele, embora faça parte do governo não deixa de cobrar e buscar pelo certo. “Se eu tivesse visto, eu já tinha de­nunciado porque isso é um desaforo. Não temos ruas pra andar, não temos estradas e as máquinas lá trabalhando para o privado”, argumen­tou.

Secretário Rui Sérgio Duarte esclareceu a polêmica Foto: Arquivo TP

SECRETÁRIO DE OBRAS Em rede social, o atual secretário de Obras, Rui Sér­gio Saraiva Duarte, buscou esclarecer o fato perante a indignação da população. “Entendemos as criticas diante da situação financeira do município, mas há de se esclarecer que o proprie­tário, Sr. José Eliseu Vaz, pagou 500 litros de óleo para que fosse feito um pequeno trabalho de encascalhamento onde irá ser feito um poço artesiano para extração de água mineral. Gostaríamos de salientar que esse serviço foi pago há quase seis meses. Na condição de secretário de Obras, assumo inteira res­ponsabilidade pela execução do serviço. Estamos abertos a todos os esclarecimentos, até mesmo para aqueles que fazem insinuações maldo­sas. Felizmente ainda vi­vemos em uma democracia onde as pessoas podem dizer o que querem”, publicou.

Por telefone, Rui confirmou ao TP que o ma­quinário havia atolado – con­forme informação de Gilson. “É normal do serviço, assim como já foi resolvido logo em seguida”, disse o secre­tário.

PREFEITO Ainda na tarde desta segunda-feira (1º), em conversa com o prefeito Zé Antônio, o TP buscou infor­mações sobre a existência de algum embasamento jurídico utilizado para garantir que o serviço com máquinas públicas possa ser realizado em propriedades privadas. “Existe uma lei e um decreto que estabelece fazer esse tipo de serviço para empresas particulares – desde que a pessoa devolva aos cofres do município o que vai ser gasto e que se tenha uma im­portância econômica. Nesses casos, a situação é avaliada e é pago ou o valor do diesel ou a hora/máquina para a Prefeitura”.

De acordo com o gestor, é também um modo de prestar serviço para a comunidade. “Assim se vis­lumbra o retorno ou uma ne­cessidade até de uma pessoa em particular, por exemplo. Como eu vou deixar um produtor que está em sua propriedade com impossibi­lidade de chegar com o cami­nhão para carregar uma carga de gado ou uma carga de produção? De certa forma, também está se ajudando a recolher impostos”, pontuou.

Conforme infor­mou, os serviços são pres­tados nas propriedades privadas normalmente aos finais de semana, enquanto as máquinas não estão sendo utilizadas para manutenção das vias e estradas do muni­cípio.

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