LEGISLATIVO CANDIOTENSE

Valmir prioriza a redução de despesas

O petista encerra neste mês sua terceira legislatura e a segunda gestão como presidente da Câmara de Vereadores

O parlamentar lamenta que a relação entre políticos e cidadãos se tornou clientelista

O parlamentar lamenta que a relação entre políticos e cidadãos se tornou clientelista Foto: Simone Gasparoni TP

Em sua segunda gestão como presidente do Legislativo candiotense, o vereador Valmir Cougo (PT) priorizou enxugar os gastos da Casa. “Rescindimos um contrato com uma empresa de vigilância, que nos deu uma economia de R$ 6 mil mensais. Não preenchemos o cargo de procurador jurídico. Retiramos todas as gratificações que os funcionários tinham, que inclusive tinham sido apontadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) quando a vereadora Giselma (Pereira – PT) foi presidente”, enumera o parlamentar algumas das ações que conseguiu colocar em prática.

Outra medida adotada por ele para reduzir despesas foi cancelar o pagamento dos serviços de telefonia móvel dos nove vereadores, do diretor e do motorista da Câmara. Com isso, R$ 1,5 mil deixaram de sair mensalmente do orçamento do Legislativo. Conforme o presidente, os vereadores pagam agora pelos serviços. “Seriedade com o gasto público foi importante”, analisa, acrescentando que também houve redução de diárias e economia com combustível.

Valmir encerra neste mês sua terceira legislatura como vereador, criticando o fato de que a maioria dos brasileiros ainda não despertou para a importância do Poder Legislativo e a função do parlamentar. “Essa relação, que deveria ser de cidadania, se tornou uma relação clientelista, em que o político acaba tratando o cidadão como cliente e o cidadão busca o político para resolver questões pessoais que não envolvem a comunidade”, lamenta.

Em 2000, Valmir concorreu à prefeitura de Candiota, sendo o primeiro candidato do PT a disputar o cargo na cidade, mas não foi eleito. Em 2004, se elegeu vereador, função que exerce até hoje. Neste ano, não tentou a reeleição. No ano que vem, ele comenta que pretende se dedicar mais à Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Izabel, que fica no assentamento São Miguel, no interior do município. O presidente, que é professor de Educação Física no colégio, planeja também tirar do papel um projeto sobre hortas comunitárias, destinadas à produção de alimentos e de medicamentos fitoterápicos. “Algo que me chama muito atenção”, ressalta.

INDO ONDE O POVO ESTÁ – No dia 15 deste mês, foi realizada a décima e última audiência pública do projeto “Indo onde o povo está”. A atividade aconteceu na sede do Legislativo, contemplando os moradores da Vila Operária e do bairro São Simão. O projeto é desenvolvido pelo Legislativo a fim de aproximar a comunidade, vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais, como também oportuniza que as comunidades apresentem e debatam suas reivindicações com os representantes do governo municipal. A primeira audiência pública itinerante promovida em 2016 ocorreu em abril no assentamento 20 de Agosto. “Na região dos assentamentos, a gente ainda teve uma boa participação, mas na zona urbana a participação foi muito pequena”, observa Valmir. Segundo ele, quando a atividade aconteceu na sede do município apenas quatro pessoas participaram.

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – Uma das bandeiras do parlamentar diz respeito à preservação ambiental. Valmir destaca que esse é um tema que deve ser encarado com muita seriedade. “Nosso município é município poluidor. Já tem um passivo ambiental muito grande. E essa preocupação que nós temos é a preocupação que todo o cidadão deveria ter, preservar os nossos mananciais, evitar poluí-los, porque é dali que nós retiramos a água para o nosso consumo, humano e dos animais”, enfatiza. “Conseguimos alguns avanços”, afirma. Segundo ele, os produtores de soja não podem mais utilizar a faixa de 50 metros de cada lado do leito do arroio Candiota.

Neste ano, ele entrou com requerimento solicitando que as faixas de domínio da rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC) sejam transformadas em áreas de preservação permanente (APPs) e que sejam proibidas as monoculturas. “Nessa solicitação, também nós sugerimos à prefeitura que crie um projeto programa de mata nativa”, acrescenta. Ele requereu ainda informações sobre as construções que estão sendo feitas próximas ao arroio. Em um dos casos, o proprietário foi notificado e deverá comprovar que a obra não será feita numa área do leito de cheia do rio.

REUNIÃO NA FEPAM – No dia 29 de novembro, Valmir participou de uma audiência na sede da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), em Porto Alegre, acompanhado do vereador Guilherme Barão (PDT) e do fiscal ambiental da prefeitura, Júnior Albuquerque. Eles foram recebidos pelo engenheiro do órgão, Renato Chagas, e pela chefe do Departamento de Resíduos Sólidos, Aline Marra. “Tratamos sobre o aterro sanitário (de Candiota), no qual recebemos informação de que a empresa (Meioeste Ambiental Ltda) foi autuada para que resolva problemas relativos à cobertura diária e a drenagem, visto que, entre as reivindicações que levamos, a principal diz respeito ao mau cheiro oriundo do aterro”, destaca o presidente. “Tratamos também do mau cheiro, em determinados dias, do laticínio Cosulati, que é sentido por moradores e por pessoas que passam pela João Emílio (bairro). Tivemos como resposta que todos os assuntos serão encaminhados e em breve teremos retorno.”

Valmir informa ainda que ele, Guilherme e Albuquerque protocolaram na Fepam uma moção de repúdio, que foi aprovada por todos os vereadores candiotenses, contra a instalação de uma mina de extração de chumbo nas margens do rio Camaquã.

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