Assinalando estar tentando resolver uma solicitação da população do bairro Areal, localizado na sede do município de Candiota, o vereador Fabrício Moraes, o Bibi (MDB), levou até o Ministério Público nesta segunda-feira (18) uma denúncia sobre a falta de saneamento básico no local.
Conforme explicou, a situação está insustentável especificamente na Rua do Carvão – onde, segundo ele, adultos e crianças vivem com esgoto a céu aberto. “Uma moradora afirma que há oito anos convive diariamente com essa situação e sente-se abandonada”, pontuou.
De acordo com o parlamentar, anexado ao documento, foi encaminhado um abaixo-assinado com 60 assinaturas em forma de protesto. Questionado sobre tratar-se de uma medida drástica a de recorrer ao MP, Bibi contou que desde 2018 faz tentativas para solucionar o problema. “Optamos pela denúncia junto ao Ministério Público porque já falamos na tribuna da Câmara, já fizemos pedido de providências e até agora nada. No ano passado, acompanhado dos moradores, fiz uma reunião no gabinete para que o prefeito tomasse conhecimento da gravidade da situação. Naquele dia, falamos sobre o problema da água – que aquela comunidade também sofria – e o problema do esgoto. O da água foi resolvido, não em sua totalidade, mas resolvido. Em relação ao esgoto nada foi feito e continua lá a céu aberto”, disse.
Após protocolar a denúncia, a expectativa do parlamentaré que o órgão consiga intermediar a solução para o problema. “Eu como oposição tenho um olhar mais crítico, isso é lógico e também normal como qualquer outro vereador atuante. O fato é que a gente vem colocando essa situação de diversas formas para o governo e nada tem sido feito. Sendo assim, esperamos que nos próximos dias alguma atitude seja tomada através do promotor”, enfatizou.
Na oportunidade, apesar da crítica ao governo de Adriano, o vereador deixou claro que se trata de um problema recorrente. “Sei que isso é uma demanda antiga, mas o prefeito tem conhecimento porque esteve junto ao governo anterior e até agora ninguém solucionou. Por isso, seguimos acompanhando o caso na espera de uma solução”.
PREFEITURA – Em conversa com o TP, ciente da realidade, o prefeito Adriano dos Santos explicou que, desde o início da gestão, o bairro Areal está entre as prioridades. “Já no primeiro ano de governo (2017) foram investidos R$ 140 mil em saneamento básico (água e esgoto) na localidade. Para 2019, a demanda também faz parte das metas a serem cumpridas dentro do Programa de Gestão Participativa (PGP). Isso quer dizer que, havendo denúncia ou não, a comunidade do Areal não vai ficar desassistida”, afirmou.
Nesse ano, conforme planejamento do PGP, o local está entre as prioridades da Região 5, que corresponde à sede do município. Além disso, Adriano lembra que parte do crédito de R$ 5 milhões também será destinada para prestação de serviços de ordem básica. “Só estamos esperando a verba para dar início ao trabalho, então é só uma questão de tempo para que seja feito”, pontuou.
No mês de janeiro, em sessões extraordinárias da Câmara de Vereadores, o projeto para a Prefeitura ter acesso ao financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) foi aprovado por unanimidade dos vereadores. Nele, o prefeito já havia informado que o recurso seria utilizado para pavimentação e saneamento urbano (entre eles o Areal), além de aquisição de máquinas para estradas do interior e revitalização de mais trechos críticos da rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC). Ainda, referindo-se ao caso específico da denúncia feita pelo vereador Bibi, o gestor deixou explícito seu descontentamento. “Por isso tudo já estar dentro do nosso planejamento, vejo apenas como oportunismo ir até o Ministério Público e dizer que vai resolver dessa forma. Não estamos indiferentes com a situação da comunidade, ainda temos outros bairros para fazer melhorias e buscamos atender a todos dentro do possível, inclusive o Areal”.
SOBRE O AREAL – O bairro nasceu fruto de uma ocupação popular ocorrida em 2008. A área ocupada por diversas famílias à época pertencia a Bunge Fertilizantes. Num acerto intermediado pela Prefeitura, a Bunge abriu mão da área em 2013, quando a Justiça repassou o local ao município e depois foi feita a doação aos moradores. Como era uma área sem nenhuma infraestrutura urbana, com a regularização fundiária, foi possível ir avançando neste sentido. Nem mesmo arruamento a localidade tinha. Uma das primeiras conquistas foi a instalação de energia elétrica nas residências, bem como, o fornecimento de água individualizado.