As últimas semanas têm sido marcadas por indefinição na Câmara de Vereadores de Pinheiro Machado. Recentemente, Cabo Adão (PSDB) declarou que não votaria no colega de partido, Renato Rodrigues, para assumir a presidência do Legislativo. Com isso, um acordo firmado no início do governo Zé Antônio entre os vereadores da base governista estaria desfeito e não haveria nova eleição para escolha da mesa diretora Mas ao que tudo indica a situação mudou.
Ainda na terça-feira (7), Renato afirmou durante a sessão ordinária, que estava tudo certo para assumir o posto de presidente em fevereiro. “Combinei com o vereador Mateus (Garcia), que ainda vai finalizar a Lei Orgânica e o Regimento Interno, e depois sim eu assumo. Começo essa primeira sessão do ano até usando uma camisa branca para dizer que precisamos de paz entre os colegas, não adianta nada ficar brigando, temos que trabalhar e buscar melhorias para o nosso município”, falou.
Na tarde desta quarta-feira (8), procurado pela reportagem, o atual presidente confirmou a renúncia. “Está tudo encaminhado tendo o vereador Renato o apoio da maioria”, disse Mateus Garcia (PDT). Do mesmo modo, o presidente do PSDB, Edison Molina, também informou que em fevereiro assume o novo presidente.
Diante do novo cenário, se entendeu o que parecia óbvio: os vereadores tucanos haviam se entendido e todos cumpririam sua parte do acordo firmado anteriormente. Mas procurado para falar sobre o ocorrido, o vereador Cabo Adão disse que a opinião dele não mudou. “Continua a mesma coisa da minha parte, eu não voto nele. Acredito que vai ser um erro se o Renato assumir, ainda mais nesse último ano, por isso eu continuo sendo contra e ele não tem o meu voto na eleição”, confirmou.
A maioria dos votos a qual Mateus fazia referência era contando com a oposição, que já declarou publicamente apoio a Renato.
ATUAL PRESIDENTE – O que mudou nessa história toda foi o posicionamento de Mateus, que optou por cumprir sua palavra no acordo firmado lá em 2017 entre os partidos PDT, PSDB e MDB. Questionado sobre o que levou a voltar atrás, visto que havia declarado para o jornal que não existiria mais acerto caso o PSDB deixasse de cumprir sua parte, ele preferiu não detalhar. “Houve uma conversa com o colega Renato e em seguida faremos outras reuniões para acertar os novos componentes da mesa diretora”, garantiu.
Segundo ele, ainda em janeiro será votada a emenda da Lei Orgânica e também a reforma e atualização do Regimento Interno da Câmara de Vereadores para só então entregar o cargo de presidente. “Ambas foram iniciativas minhas, apoiadas pelos colegas da mesa diretora e ainda teve todo o trabalho da Comissão Especial envolvendo os vereadores”, registrou. Outra ação que deve ser realizada no final desse período é a abertura do edital para implantação de energia fotovoltáica no prédio do Legislativo.
AVALIAÇÃO – Diante da nova realidade, a reportagem perguntou como Mateus avalia seu ano de mandato frente ao Poder Legislativo – que afirmou ter sido positivo. “Realizamos uma das maiores devoluções referente ao duodécimo com um montante de mais de R$ 402 mil para o Executivo, que viabilizou o pagamento do 13° do funcionalismo público e vejo que isso é fruto da gestão que implantamos: reduzindo custos e revisando contratos. Também conseguimos retomar o projeto de interiorização da Câmara e trouxemos um sistema de gestão legislativa (IGAM Tec), uma modernidade que veio junto com a revisão da Lei Orgânica e o Regimento interno da Câmara e manutenção do site com economia de R$ 300/mês. Acredito que essas foram ações importantes e positivas que realizamos nestes 12 meses”, finalizou.
Ainda não há informação se a renúncia do vereador vai ocorrer na última sessão de janeiro, antes do recesso parlamentar, ou somente no retorno.