Vida que segue

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*Marco Antônio Ballejo Canto

Na semana passada, o acontecimento familiar marcante foi a despedida de minha mãe, Adélia, dias antes de completar 86 anos. Depois da chegada, vem sempre a partida, es­creveu Vinícius de Morais, e quando ela ocorre depois de uma vida longa, onde ajudou a enriquecer muitas vidas, sendo sua própria viva enriquecida pelos que a rodearam, o sentimento maior é o de gratidão pelo muito que nos proporcionou. Agradeço as muitas pessoas que enviaram mensagens de conforto. O livro “Adélia 80 – Andanças”, que escrevi e montei com muitas imagens, foi meu presente de aniversário quando ela completou 80 anos e pode ser acessado no site pt.calameo.com/accounts/4808822.

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A vida segue e é melhor que tenhamos otimis­mo percorrendo o caminho. O período de campanhas eleitorais sempre é um período muito rico na vida das comunidades.

Estava com meus pais em Gramado, em 1991, e meu pai questionava por que Hulha Negra não poderia ser tão bonita como Gramado? Para quem não sabe, a maioria das coisas que existem em Gramado surgiu da iniciativa humana, as árvores que circulam o Lago Negro e as hortênsias não estão nos lugares que estão por geração espontânea. Foram seres humanos que pen­saram em deixar um simples lago em algo bonito como é hoje. Se nossas cidades estão como estão é porque o povo do lugar se contenta com o que tem, mesmo que tenha pouco. Hulha Negra, Candiota, Pinheiro Machado e Pedras Altas não são cidades bonitas. Longe disso.

A campanha política serve para questionarmos tudo. Por que chegamos aqui? Para onde queremos ir?

Já havia estabilidade econômica e eu, prefeito, comprei terrenos para o município construir habitações populares na rua Laudelino Medeiros, em Hulha Negra, por R$ 300,00, no mandato 1993-1996. No mandato que fiz 2001-2004, adquiri terrenos para o município por R$ 1.000,00, na área onde fica o campo de futebol e casas populares. Hoje, terrenos valem dezenas de milhares de reais, bem como os imóveis todos em Hulha Negra valorizaram muito nas últimas três décadas, o que fez todos os proprietários ficarem mais ricos do que eram. Ainda que “rico” seja apenas ter um patrimônio mais valioso que o patrimônio que tinham.

Quem se contenta com pouco, recebe pouco. Quem não participa coletivamente da evolução, vê sua comunidade evoluir pouco. Neste período eleitoral os candidatos precisam ter a ousadia de propor muito, ainda que não cumpram tudo. Pessoas bem intencionadas não erram, se enganam. É melhor fazer 70% de muito que concluir 100% de pouco.

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