30 anos (parte 2)

Nesta data, o jornal publica uma edição ampliada com destaque para os 30 anos de Hulha Negra e Candiota.
Escrevi e falei sobre a importância desta data tantas vezes que é difícil acrescentar algo. Na edição anterior concluí a coluna citando que é importante projetar o futuro. Exemplifico. Em 1993 eu era prefeito e uma pesquisa realizada pela Urcamp na zona urbana de Hulha Negra apontou que o avanço mais significativo que a população esperava era na área da saúde, a construção de um hospital, sem que se entrasse no tema do nível de complexidade que o mesmo poderia atender. Em quatro anos, de 1993 a 1996 juntei recursos para construir um hospital-dia, ou seja, uma unidade de saúde, atualmente chamada de CAIS, Centro de Atenção Integral à Saúde, com 10 leitos, onde os casos de baixa complexidade seriam atendidos com internações rápidas de um ou dois dias, para observações. No início dos anos 2000, quando voltei a ser prefeito, coloquei em funcionamento o conceito de hospital-dia e com esta unidade reduzimos as internações hospitalares de 67 por mês fora de Hulha Negra para 35. Algumas coisas mudaram depois que eu deixei de ser prefeito no final de 2008, mas as instalações ficaram e no local os avanços extraordinários no atendimento à saúde da população local se pode verificar, comparando com a minúscula unidade de atendimento que havia em 1992.
Projetar o futuro, saber para onde a população pretende ir. Certa vez um prefeito me falou que sem fazer reunião alguma acertaria 80 a 90% das coisas que o povo deseja, no mínimo. Pode ser, talvez ele fosse otimista; arrogante e despreparado com certeza. A grande questão que se deve pensar é: o que o povo realmente quer e qual a ordem de prioridade. Esta ordem por mais que a autoridade esteja junto das pessoas não é fácil saber. Provavelmente qualquer um vai errar feio e talvez até justifique, “a primeira eu acertei”.
Durante o segundo mandato que fiz, de 2001 a 2004, em parceria com o SEBRAE fizemos o projeto “comunidade ativa” onde representantes de mais de trinta entidades locais receberam treinamentos e debateram o município por um ano, apontando dificuldades, oportunidade e ações que vislumbravam e pretendiam. O documento final do projeto deste grande “seminário” onde o governo ouviu e debateu com a sociedade foi o norte a alcançar que eu segui, com sucesso, salvo melhor juízo, nos dois mandatos que foram de 2001 a 2008.
O passado tem esta serventia, iluminar caminhos que podem servir de orientação para as ações que virão. Como já escrevi, mas sempre é bom lembrar, os inteligentes aprendem com os seus erros, os sábios com os erros (e os acertos) dos outros.
Debater coletiva e organizadamente para priorizar ações. Esta a sugestão nesta data.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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