ALTERNATIVA

Durante pandemia, candiotense de 87 anos retoma sua atividade artesanal

Nilva Delgado, a Morena, ocupa o tempo com o crochê Foto: Divulgação TP

O que faz uma senhora de 87 anos, viúva, com sete filhos, 19 netos, 16 bisne­tos e uma tataraneta em tempos de pandemia do novo coronavírus? Literalmente, arte. Nilva Rosa de Almeida Delgado, a dona Mo­rena, é natural da localidade de Palmas, interior de Bagé, e mora na sede do município de Candiota desde os 45 anos de idade. Para a reportagem, por telefone, ela contou que nunca trabalhou fora e o crochê sempre fui uma opção para se manter ocupada. “Nunca fiz para vender, faço porque gosto e quando quero dar de presente para alguns dos meus netos ou bisnetos, esse é o meu entrete­nimento”.

Os bordados nos guarda­napos parecem ser os favoritos de dona Nilva, conforme mostrou em fotos com a ajuda de uma das netas. Desenhos e até algumas frases estão estampadas nos itens utilizados na cozinha. “Quando era nova eu estudava num colégio da campanha, mas a professora morreu e nunca mais estudei. Foi até a terceira série eu acho, mas graças a Deus consigo ler e sei es­crever”, disse com orgulho. Com a experiência, dona Morena se vira para passar a sua mensagem da maneira que sabe. Em um dos bordados estampou a frase “faça o bem sem olhar a quem” e tem satisfação com o artesanato feito por ela.

Candiotense passa sua mensagem do jeito que sabe através dos bordados Foto: Divulgação TP

“Tenho a máquina e tam­bém aprendi a costurar sozinha. Via uma pessoa com uma roupa e fazia igualzinha, tudo da minha cabeça mesmo”, conta com bom humor. O trabalho manual com crochê tem ocupado seus dias. “Eu não sou pessoa de andar pra lá e pra cá na rua mesmo, mas agora com esse isolamento eu comecei nos meus crochês de novo para me entreter e tenho feito bastante coisa”, afirmou.

Fazendo uso apenas de re­médio para pressão, a candiotense de coração conta que tem saúde para dar e vender: “nunca fiquei hospitalizada e nem nada, só uma complicação uma vez por causa de uma gripe. Sigo me cuidando e em casa”, finaliza. É exatamente isso que o Tribuna do Pampa e todas as autoridades de saúde recomendam. Sempre que puder, em tempos que o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo corona­vírus, fique em casa e procure alternativas para manter a saúde mental. Proteja você e pessoas como a dona Morena – que, apesar da boa saúde, faz parte do grupo de risco em razão da idade. Cada um de nós é responsável pelo tanto que o vírus anda circulando por aí.

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