VACINAÇÃO

A demora na entrega e o número de doses preocupa gestores da região

Por Anderson Ribeiro

Apesar da vacinação estar ocorrendo, ainda é considerada lenta Foto: Divulgação TP

O mundo enfrenta atualmente seu principal e mais global desafio até o momento: combater a pandemia da Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2. A cada nova semana, frente ao surgimento de milhares de novos casos de Covid-19 em diversos países, se observa que o retorno à “normalidade” da era antes da pandemia só será viável com uma estratégia vacinal efetiva com sucesso na implementação de maneira global.
Embora o distanciamento social e outras estratégias implementadas para reduzir a velocidade de transmissão, têm “protegido” a maioria dos cidadãos da infecção pelo SARS-CoV-2, por outro lado, paradoxalmente, continuamos com um número elevado de suscetíveis novas ondas de infecções que estão por vir. Profissionais de saúde, idosos e indivíduos com fatores de risco estão particularmente em alto risco. A Covid-19 consiste em uma doença nova à humanidade e a natureza das respostas imunes protetoras ainda não são compreendidas.
O Tribuna do Pampa faz um apanhado regional sobre as doses recebidas da vacina e a quantidade de cidadão que já receberam o imunizante.

Pedras Altas não registra casos graves e nem óbitos por Covid-19

Equipe de saúde está indo até as pessoas aplicar as doses Foto: Divulgação TP

A Cidade do Castelo recebeu, até o dia 14 de abril, 885 doses e vacinou 627 munícipes. Foram aplicadas, até o referido dia, a 1ª dose em 556 pessoas e 71 já receberam também a 2ª dose.
O secretário de Saúde, Celso Acosta Caetano, informou que 116 pessoas, entre 60 e 64 anos, 68 trabalhadores da saúde, 103 pessoas entre 65 e 69 anos, 97 quilombolas, 45 pessoas de 80 anos ou mais, 70 pessoas de 70 a 74 anos e 52 pessoas de 75 a 79 anos, já receberam a 1ª dose da vacina. A 2ª dose foi aplicada em 42 trabalhadores da Saúde e 29 pessoas com 80 anos ou mais. “A principal dificuldade é não receber as doses de vacinas proporcionais para que possamos avançar na vacinação, nosso município, proporcionalmente, recebe bem menos quantitativos de doses, motivo esse que já foi encaminhado ofício, por parte da secretaria de saúde, para a coordenadora regional de saúde – Pelotas e Secretaria Estadual de Saúde. Temos a expectativa que os números de casos graves diminuam com a vacinação, pois assim teremos menos vidas perdidas. Nosso município ainda não teve nenhum caso grave de covid-19, não precisando de internação e nenhum óbito por Covid-19”, explica Caetano.
Sobre a vacina da H1N1, o secretário explica: “Nossa equipe organizou a vacinação do Covid-19 e da H1N1. Iremos fazer de forma diferente, a Covid-19 iremos continuar vacinando em casa como estamos realizando a fim de acelerar o processo e evitar aglomerações. Já a vacinação da H1N1 iremos, nessa primeira etapa da vacinação, realizar nas unidades de saúde estendidas do interior, onde já foi realizado o cronograma e repassado para os ACS avisarem a população sobre as datas e horários”, informa.
“Pedras Altas tem enfrentado a pandemia com muita responsabilidade, estamos a mais de um ano trabalhando e cumprindo todos os protocolos do Ministério da Saúde e da SES-RS e o resultado está nos números. Com índices bem abaixo de casos e sem nenhuma internação ou óbito. Realizamos uma campanha de entrega de kit de higiene em todas residências do nosso município levando auxílio a população. Em um primeiro momento entregamos 1 frasco álcool 70%, 1 frasco álcool gel, 1 barra sabão, 1 litro de clorofila e 1 máscara por habitante. Esse é um trabalho integrado das secretarias de governo e gabinete prefeito. Nossas equipes estão de parabéns, pois a mais de um ano estão incansavelmente atuando e não medindo esforços no combate ao Coronavírus”, encerra o secretário.

Candiota: secretário alerta para necessidade de
redobrar os cuidados pela lotação nos hospitais

Quase duas mil doses foram aplicadas em Candiota Foto: Divulgação TP

A Capital do Carvão está com, praticamente, todas as doses recebidas, aplicadas. Isso por que, até o dia da entrevista, a cidade tinha recebido 2005 doses. Destas, 1990 já foram aplicadas na comunidade candiotense. O secretário de saúde de Candiota, Fabrício Moraes, informou que 1407 munícipes e 583 tiveram a segunda também já aplicada.
Com 80 anos ou mais, 121 pessoas vacinadas, destas, 115 já com a segunda dose. Profissionais da Saúde, 200 vacinados e 50 com a segunda. De 75 a 79 anos, foram 173 imunizados, destes 160 também já receberam a 2ª dose. De 70 a 74 anos, 134 cidadãos receberam a vacina e 110 já com a 2ª dose. Quilombolas, 80 receberam a primeira dose e aguardam nova remessa para a segunda. Pessoas de 65 a 69 anos, foram 404 vacinadas e 148 já com a segunda dose. De 64 anos, foram vacinados com a primeira dose, 170 pessoas e de 63 e 62 anos, 125 candiotenses.
Moraes enfatiza que a secretaria de saúde de Candiota está bastante unida. “Pedimos que a população se cuide, só saia de casa se for realmente necessário, usar máscara e álcool gel. Parece que esses pedidos são prontos, mas esse é o cuidado. Nós estamos fazendo a vacinação de forma rápida. Cerca de 48 horas depois que chega as doses, a gente já aplicou. Isso tem dado resultado positivo. Um exemplo é que, depois que vacinamos os cidadãos de 62 anos, até o momento da entrevista, não tem nenhum desta faixa etária, com caso ativo. Isso não significa que, quem foi vacinado não corre o risco. Tem que seguir se cuidando. Os hospitais estão superlotados. Vamos nos unir e passar por essa pandemia. De minha parte eu só tenho a agradecer a toda a equipe da secretaria”, destacou.
O secretário de Saúde explica que entre as dificuldades está o fato de que, as remessas vêm com frequência, porém, cada lote são poucas doses, o que dificulta a logística. “A campanha contra influenza iniciou no dia 12 de abril e será dividida em 3 etapas, se estendendo até dia 09 de julho, com 17 grupos prioritários. Já estamos vacinando gestantes e dia 24 de abril haverá o Dia D de Vacinação para crianças de 6 meses a menor que 6 anos, em todas Unidades Urbanas. Alguns grupos estão nas campanhas da Covid e Influenza, a orientação dada é que se mantenha um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas. Nossas equipes estão aptas para atuar nas duas campanhas com eficiência, temos um histórico de bons percentuais na campanha de influenza e vamos manter o percentual”, completou Moraes.

Lavras do Sul vacinou quase 20% da população

Mais de 19% da população já foi vacinada Foto: Bruno Fernandes/Especial TP

Na Terra do Ouro, já foram vacinadas 1426 pessoas, ou seja, 19,06% da população de Lavras do Sul já recebeu a primeira dose da vacina. Destas, 509 estão com a vacinação completa, 1ª e 2ª doses, o que equivale a 6,8% da população com vacinação completa.
A assessoria de Imprensa da Prefeitura de Lavras do Sul informou que a maior dificuldade é por que o município recebe poucas doses, e assim, não consegue atingir mais rapidamente os grupos prioritários. Além de, conseguir que as pessoas evitem as aglomerações nos dias de vacinação.
Sobre a vacina da H1N1, a assessoria informa que a vacinação será paralela a da Covid-19. A vacinação contra a Influenza é de segunda à sexta-feira, na USF Central, das 8h às 17h. Também será feito roteiro no interior do município.

Pinheiro Machado vacinou mais de 3 mil pessoas

A Terra da Ovelha recebeu até o dia 14 de abril, 3510 doses. Destas, 85,75% já foram aplicadas. Sendo 2374 pessoas receberam a 1ª dose e 636 já receberam a 2ª dose. 303 profissionais da saúde receberam a 1ª dose e 155 a segunda. Também 15 servidores da Segurança Pública receberam a 1ª dose. Nas Instituições de Longa Permanência para Idosos, 11 pessoas já receberam as duas doses do imunizante.
Conforme a assessoria de comunicação da Prefeitura de Pinheiro Machado, 234 pessoas de 60 a 64 anos receberam a 1ª dose e 1 já recebeu a 2ª também. De 65 a 69 anos, 571 foram vacinados com a 1ª dose. De 70 a 74 anos, 501 pessoas receberam a 1ª dose e 7 foram imunizados já com a segunda. De 75 a 79 anos, foram 335 pessoas a receber a 1ª dose e 263 receberam a segunda dose e de 80 anos ou mais, 404 receberam a 1ª dose e 199 a segunda.
O prefeito Ronaldo Costa Madruga reforça que a equipe de vacinação já realiza um trabalho para a vacina H1N1. “Para que pudéssemos otimizar os trabalhos e realizar tanto a vacina contra o Covid-19, como a de Influenza, ressaltamos um aspecto que facilita. Como vem poucas doses da Covid-19, conseguimos otimizar e dividir as equipes pra dar conta das vacinações, tanto na cidade como no interior. Realizamos um planejamento de logística que nos atende muito bem e que tem nos dado resultados positivos, tanto que somos o município que mais vacina na 3ª Coordenadoria Regional de Saúde”, informou o prefeito.
Madruga destaca que a equipe de Saúde tem agido de forma exemplar no combate ao novo Coronavírus. “Com responsabilidade e seriedade tanto que nossos índices não são alarmantes. O ideal era não ter ninguém infectado. Mas os índices ainda são considerados baixos”, encerrou.

Profissionais de Hulha Negra vão até
as residências aplicar a vacina

A Prefeitura de Hulha Negra avança na campanha de vacinação contra a Covid-19. Por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram aplicadas 919 doses, sendo 784 na 1ª dose e 135, na 2ª dose. A vacinação é agendada e as equipes da Secretaria de Saúde vão até as residências aplicar as doses. As principais dificuldades é que o município é muito extenso, principalmente no interior, porém as equipes não medem esforço para aplicar as doses, seja na sede do município ou nas partes mais distantes. A expectativa é que as doses continuem chegando, de maneira ainda mais rápida, para que todos recebam essa dose de esperança.
O município divulgou uma lista dos dias de vacinação para os grupos prioritários. Foram divididos conforme as áreas de cada agente comunitário de Saúde. A vacina contra a Covid é aplicada em casa, já a Influenza é aplicada nos postos de Saúde. A prefeitura de Hulha Negra informou em suas redes sociais que, referente a vacina da H1N1, até o dia 10 de maio os grupos prioritários são crianças de 6 meses a menos de 6 anos, gestantes puérperas e profissionais da saúde.
O COE de Hulha Negra alerta que é importante não confundir flexibilização do contato social com um afrouxamento nos cuidados de prevenção contra o vírus. “Lutamos contra um mal invisível que apresenta malefícios muitos visíveis. A vacina nos traz esperança, porém, prevenir é o melhor remédio, pois quando se aumenta a liberdade das pessoas de ir e vir, aumenta a responsabilidade de cada um de nós de proteger a nós mesmos e aos outros”, expôs a equipe.
O prefeito de Hulha Negra, Renato Machado, também alerta que a pandemia não acabou. “A vacina, literalmente, é uma injeção de esperança por dias melhores. Para isso, precisamos redobrar os cuidados para frear esse vírus. É uma luta diária e constante que só vamos vencer juntos adotando todos os protocolos de prevenção do coronavírus”, pontuou o prefeito.

Dom Pedrito chega a registrar quatro óbitos no mesmo dia

A chegada da vacina trouxe esperança e num primeiro momento até um sentimento de liberdade para as pessoas, mas esse sentimento não corresponde a realidade de Dom Pedrito, na medida que vemos os casos aumentarem. A Capital da Paz está passando por um dos momentos mais difícil, batendo recorde no número de casos, ultrapassando os 200 ativos e de óbitos, chegando a quatro apenas no último domingo.
Dom Pedrito já aplicou 8 571 doses do imunizante. Sendo 1276 em profissionais da Saúde, onde 848 fizeram a primeira dose 428 já com a segunda. Até o momento, 7067 idosos foram vacinados, sendo que 6 091 receberam a 1ª dose e 976 já estão com as doses completas. Agentes da Segurança Pública foram 107 vacinado com a 1ª dose até a última atualização e 121 instituicionalizados. A cidade já está vacinando os idosos com 61 anos.
“Mas ainda temos na vacina a esperança de que em breve consigamos avançar ao ponto de termos mais segurança sanitária, para que o novo normal chegue o mais rápido possível”, destacou o prefeito Mário Augusto de Freire Gonçalves.
Sobre a vacina, tanto da H1N1 e da Covid-19, o papel da Comunicação da Prefeitura “é fundamental, uma vez que, precisamos manter a comunidade informada dos locais, horários, público-alvo para que não haja a tão temida aglomeração. No caso da Covid-19, a vacinação está sendo realizada no Posto Central (na área externa, drive thru e para pedrestres) e nas Unidades Básicas de Saúde por agendamento. Equipes também vão nas casas para imunização dos acamados e pessoas com dificuldades de locomoção. Já a vacina da Influenza é feita somente no Posto Central na sala de vacinas”, informa a assessoria.
“Resiliência é a palavra que define esse momento. Precisamos de empatia para vencer o sentimento de egoísmo que é natural do ser humano e que existe em todos nós. Com certeza este é o período mais difícil do mandato. Valorização dos gestores municipais que estão enfrentando essa dura realidade no dia a dia. Que é quem tem contato com o comerciante que teve que fechar as suas portas, que tem no seu quadro os trabalhadores de saúde que estão há mais e um ano desdobrando suas rotinas duplicando, triplicando a sua jornada, muitas vezes deixando a sua família em
terceiro plano. Por isso, é necessário, mais do que nunca a conscientização da comunidade como um todo, de que
cada um de nós tem papel fundamental, para que esse período de dor passe logo e que tenhamos dias melhores
o quanto antes”, encerrou o prefeito Mário Augusto.

Bagé já recebeu mais de 30 mil doses de vacina

A reportagem fez contato com a secretária de Saúde do município de Bagé, porém, não conseguiu retorno. Os dados que a reportagem teve acesso foi que, até o fechamento da matéria, foram recebidas 30 722 doses de vacina. Destas, 27 084 já foram aplicadas, sendo 18 483 em 1ª dose e 8 601 para 2ª dose.
Sobre a H1N1, conforme publicado nas redes sociais da prefeitura de Bagé, todas as unidades de saúde aplicarão a vacina, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h. No Posto Camilo Gomes, especialmente, a aplicação ocorre das 8h às 16h30, sem intervalo.
A Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência destaca a importância da participação infantil. Este público, quando necessário, também terá as demais vacinas atualizadas. A pasta reforça, também, que os imunizados para a Covid-19 devem respeitar um prazo de 15 dias entre as aplicações.
A primeira etapa de vacinação contra os vírus Influenza segue até o dia 10 de maio; a partir do dia 11 de maio e até 8 de junho serão imunizados idosos com 60 anos ou mais e professores de escolas públicas e privadas; já a terceira fase, que vai de 9 de junho a 9 de julho, a vacinação contemplará pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.

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