Com as emoções mais controladas, o candiotense que foi premiado com a melhor melodia da canção “Recolho versos do campo” na 46ª Califórnia da Canção Nativa, que teve a edição encerrada na madrugada do último dia 15 de dezembro, em Uruguaiana, Cristian Camargo, falou sobre o sentimento de ter conquistado a premiação no festival mais tradicional e famoso do Rio Grande do Sul. Além da melhor melodia, a música também venceu o festival levando a Calhandra de Ouro, com a letra de Gujo Teixeira de Lavras do Sul, e interpretação do jovem Matheus Pimentel. Além disso, a música também teve a participação de Aluísio Rockembach no acordeon, Hígor Extremeira no violão, Leonardo Scheneider no piano, Pedro Kaltbach no violino, Gustavo Brodinho no contrabaixo e Cristian Sperandir nos arranjos.
Por meio de mensagem de voz, Cristian começou contando que durante o festival reencontrou uma grande conhecida, a também candiotense Mariane Acordi, com quem coleciona diversas lembranças adquiridas nos palcos do Canto Moleque da Canção, já que ambos começaram nele. “Nós lembramos da nossa primeira participação no Canto Moleque juntos, quando a Mariane cantou a música Súplica do Rio do meu amigo Paulinho Pires. Começo falando nisso para que as pessoas consigam entender o significado que a música tem na vida da gente”.
Cristian também mencionou que não tocou na música, mas reforçou que escolheu um time com instrumentos distintos, afirmando que não houve repetição no palco, com pessoas, segundo ele, extremamente talentosas e competentes. “Eu achava muito difícil passar para a final da Califórnia, mas se passasse, eu já considerava que premiar não seria tão difícil. A música foi muito bem apresentada na quinta-feira (12), e quando classificamos os guris foram impecáveis”, pontuou, dizendo que dedicou a vida inteira para ser um melodista, o qual acredita que seja uma das partes mais delicadas da composição. “Ele é o responsável de entrar na ideia do poeta e saber de que forma mais sonora essas pessoas podem receber aquele poema, de que maneira eu vou fazer as pessoas sentirem o poema. Então é uma tarefa muito delicada, a gente escolhe acordes, a gente escolhe nuances, tudo muito delicado”, falou, acrescentando que faz o trabalho “com maior atenção, carinho e cuidado. É óbvio que a gente nem sempre acerta, mas quando a gente vem pra uma Califórnia com uma música, que é essa parceria com o Gujo, e o jurado reconhece que aquela melodia foi a melhor, então tu tem a sensação de dever cumprido.”
Na oportunidade, o candiotense definiu o festival como um palco importante em um contexto mundial, destacando os inúmeros artistas que passaram por ele. “Pra mim foi uma grata surpresa a música ter passado aqui, porque eu não ia mandar essa música. E também foi a primeira música inédita que eu consegui presentear o Matheus, e sem saber, eu o avisei bem no dia do aniversário dele”, relembrou.
RECORDAÇÕES
Ao finalizar, Cristian disse que passou um filme em sua cabeça, desde as suas lembranças de infância, quando residia em Candiota junto com a família, dizendo que tudo o que absorveu ao longo do tempo, consegue utilizar atualmente em suas composições. De forma emocionada, ele agradeceu o apoio que sempre recebeu dos pais e dos irmãos, pois sempre respeitaram o caminho que queria seguir de uma forma muito amorosa. “Ofereço com certeza esse troféu a todos os músicos que estiveram comigo, minha família, que é a grande responsável por isso, e a toda família Martins Bastos, que é o lugar onde eu estou, que é a família que me recebe, que me dá carinho aqui em Uruguaiana e que me dá uma casa”, concluiu.
A Califórnia da Canção que consagrou Vento Negro, de José Fogaça, além da interpretação sem igual de César Passarinho de um hino gaucho, a música Guri – entre outros tantos nomes importantes da nossa música regional, agora também carrega o nome de um candiotense, Cristian Camargo.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*