ESPECIAL MEIO AMBIENTE

“A sustentabilidade das ações é o que norteia todas as nossas atividades”, afirma gerente da Seival Sul Mineração

A SSM se preocupa na minimização do impacto ambiental, desde a deposição do material estéril até a drenagem da mina, respeitando o solo, a água e a mata nativa

Com o avanço da lavra, área anterior já vai passando por recuperação Foto: Divulgação TP

Com unidade produtiva em Candiota, a Seival Sul Mineração (SSM), empresa do grupo Copelmi, prima pela aplicação dos mais rigorosos controles ambientais sobre as etapas de instalação e operação. Ela é a responsável pelo projeto Mina do Seival, com a implantação da mina de carvão com capacidade de 2.800.000 toneladas por ano para abastecimento da Usina Termelétrica Pampa Sul. Atualmente 25 hectares estão abertos para mineração e cerca de 10.000 toneladas de carvão são minerados por dia.
A SSM desenvolve seus processos tomando como base sua política de gestão socioambiental. A conservação do meio ambiente, a garantia de uso futuro das áreas mineradas e a geração de iniciativas sociais positivas constituem as diretrizes norteadoras dos processos produtivos da empresa.

Segundo o gerente de controle da SSM, Nelson Kadel Júnior, “o monitoramento ambiental frequente evidencia a eficácia de seus controles e permite a mais ágil tomada de medidas preventivas, corretivas e de melhoria ambiental. A agregação de valor à qualidade de vida das populações afetadas pelas operações da empresa traduz-se através dos programas de educação socioambiental e da geração de empregos, melhorando significativamente o desenvolvimento local e regional”.

Kadel afirma que apesar da empresa trabalhar com um bem finito como o carvão mineral, acredita que a sustentabilidade deve estar presente em todas as atividades realizadas. Ao Tribuna do Pampa, quando solicitado a destacar ações sócio ambientais realizadas pela empresa, o gerente citou primeiramente o trabalho diretamente voltado à comunidade, o Candiota Sustentável. “Foram várias ações junto à comunidade desde a instalação. O projeto envolveu 100% das escolas de Candiota, tanto estaduais como municipais, de todos os anos, onde incentivamos os alunos a falar e pensar sustentabilidade no seu microambiente, no caso a escola, para que eles entendessem que boa parte do processo de sustentabilidade depende das ações diárias de cada um”, disse kadel.

Projeto Candiota Sustentável reuniu professores e estudantes na realização de projetos escolares. Uma visita a Quinta da Estância foi a premiação do projeto Foto: Arquivo TP

VIÉS SOCIAL – O gerente da SSM também lembrou outras ações, visto segundo ele, a sustentabilidade passar também por um viés social. “Apoiamos desde o início da pandemia as ações junto à comunidade, migramos várias aquisições para fornecedores locais. A gente acredita que é importante e uma maneira de desenvolver o município, apostar no comércio e nas pessoas da cidade. Também priorizamos desde o início da obra as contratações locais em prol do desenvolvimento do município e região”, exemplificou.

Desde o mês passado também teve início o Jovem Aprendiz, onde duas jovens de Seival irão trabalhar nas áreas de meio ambiente e segurança, onde vão conhecer o processo ambiental e tudo que permeia uma grande corporação.

MINERAÇÃO – Há um trabalho bastante intenso e cuidadoso quanto aos impactos ambientais causados pela mineração. Também conversou com o TP o engenheiro de Minas da SSM, Lúcio Peraça da Silva, que explicou ao jornal que há um cuidado com o meio ambiente desde a visualização da área a ser minerada. “A mina foi deslocada 200 metros após serem encontrados peixes denominados rivulídeos, bastante importantes no processo de manutenção do meio ambiente, peixes sazonais que nascem em época de cheias. Desta forma eles não foram afetados”, citou.

O engenheiro também explicou que toda mina é circundada por uma vala de drenagem que pega toda a água bombeada de dentro da mina e direciona para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). “Lá três bacias decantadoras clarificam a água e a passam para um açude para que os materiais poluentes possam ficar retidos. Toda a água passa por uma calha parshall onde se mede a vazão até ela retornar ao sistema hídrico da região. Amostras são coletadas periodicamente e os resultados enviados a Fepam. A água também é utilizada para a realização de aspersão dentro da mina. Em uma bacia de decantação colocamos um carregador pipa e a água que iria para a natureza, volta e faz aspersão dentro da área da mina”, relatou Peraça.

O desmonte de rocha para retirada do carvão e encaminhamento a planta de beneficiamento é feito com explosivos por camadas, usando a menor quantidade possível para trincar o carvão. “É usada uma baixa carga por furo, o que reduz vibrações e ruídos para a vizinhança e também combate o lançamento de rochas e possíveis contaminações do carvão”, ressaltou o engenheiro.

Peixes e espécies nativas encontradas na área a ser lavrada são realocados. Rupículas (foto) estão em extinção no Rio Grande do Sul Foto: Divulgação TP

AVANÇO DA LAVRA – Peraça ainda explicou que no processo de retirada da vegetação e solo orgânico para o avanço da lavra (retirada do carvão), um biólogo percorre toda a área antes do início do processo, fazendo resgate da flora e fauna e transplantando para um local seguro e adequado para o animal ou planta. “Também são procuradas espécies nativas de preservação. Já transferimos uns dez butiazeiros e várias rupícolas – pequenos cactos que estão em extinção no Rio Grande do Sul”, expôs o engenheiro, acrescentando que também já foram enviados ao museu da Pontifícia Universidade Católica (PUC), cerca de 25 caixas com materiais diversos como cerâmicas e pontas de lanças retiradas do solo e catalogadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) devido a importância histórica da região de Seival.

Kadel reforçou ser meta e preocupação da SSM a recomposição adequada do local minerado. “Há um cuidado para que cada camada volte para a natureza na mesma altura que ela estava, ou seja, camadas mais profundas ficam embaixo e camadas superficiais permanecem em cima. Dessa forma conseguimos garantir que o solo continue sendo produtivo ou ainda melhor do que era antes, sem rochas”, ressaltou.

OUTRAS AÇÕES – Kadel e Peraça ainda destacaram como ações ambientais a aspersão de vias para a redução de poeira na comunidade e monitoramento de ruídos e qualidade do ar. “Temos uma série de controles ambientais que percorrem a comunidade vizinha, os quais conseguimos garantir que as nossas emissões estão muito abaixo do que diz a norma que rege o licenciamento ambiental da empresa”, finalizou Nelson Kadel.

Comentários do Facebook