Pelo segundo ano consecutivo, a agroindústria Zago, de Hulha negra, participa da Expointer, em Esteio, no Pavilhão da Agricultura Familiar. O empreendimento, especializado em lácteos, produz queijos mussarela, colonial, com iogurte e com vinho, temperado, doce de leite e requeijão. Esta segunda participação, porém, foi considerada especial para a agroindústria que surgiu em meio a pandemia de Covid-19, em 2021. Isso, porque a Zago recebeu um prêmio em um concurso e ainda teve sua história contada em um livro. Ela foi premiada com o segundo lugar no 12º Concurso de Produtos da Agricultura Familiar, na categoria Queijo Colonial. O evento aconteceu durante a 26ª Feira da Agricultura Familiar e a premiação aconteceu após uma análise às cegas do produto.
Segundo Sueli Zago, “a agroindústria surgiu em 2021, tempo difícil para todo mundo, para agregar mais valor ao leite, já produzido na propriedade, buscando fortalecer as raízes da família na terra, e garantir o futuro dos filhos na propriedade”, recorda a empreendedora.
“Recebi muita força para começar da minha filha mais velha, Milena, hoje com 26 anos, que estava se formando engenheira agrônoma”, destaca Sueli, ao citar ainda a ajuda da Emater/RS-Ascar, inclusive para a venda dos produtos nas feiras da cidade, mercados, quarteis e colégios da região, além da conquista do selo Susaf (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte), que garante a qualidade dos produtos. “Hoje os queijos levam o sabor da família para o mundo”, celebra Sueli, ao afirmar que “minha família é meu apoio”.
A filha Milena cuida do administrativo da agroindústria e ajuda na produção. A caçula Dayza, 18 anos, é responsável pela matéria prima, que é o leite, “que é a base de tudo que fazemos”, e auxilia também na produção.
“A jornada foi árdua, com momentos de incertezas e vontade de desistir, mas com o potencial da agroindústria e a força da família, seguimos em frente. A cada queijo produzido, a cada sorriso de satisfação dos clientes, a cada conquista, a certeza de que valeu a pena”, ressalta Sueli, ao aconselhar: “Se você tem um sonho, não deixa de correr atrás dele. Eu e minhas filhas somos a prova de que, com trabalho árduo e união, a mulher pode alcançar o topo, transformando sonhos em realidade”.
QUEIJO COLONIAL
Especificamente sobre a produção de queijo, Sueli relatou acreditar que a qualidade dos produtos está diretamente ligada ao controle de qualidade do leite que é produzido também pela família. “A gente produz mais ou menos uns 500 litros de leite por dia. E o queijo é feito desde o começo da agroindústria, estamos sempre pesquisando e tentando melhorar. O queijo premiado é suave, leve, diferenciado”, expôs a empreendedora, que acrescenta: “Esse prêmio representa o reconhecimento do trabalho que a gente vem fazendo já há três anos. Participamos de feiras pelo Estado e nosso queijo sempre foi muito bem aceito. A gente vende bem e os clientes nos procuram por terem gostado no ano anterior. Isso é muito bom”, afirmou.
PARTICIPAÇÃO EM LIVRO
Sueli e as filhas Milena e Dayza, da Agroindústria Zago integraram um grupo de mulheres empreendedoras rurais de 12 municípios gaúchos que contam suas histórias de sonhos, desafios, resistência e conquistas na segunda edição do livro “As mulheres na agroindústria familiar no Rio Grande do Sul: participação e sustentabilidade”, lançado no dia 29 de agosto, no espaço da Emater/RS-Ascar, durante a 47ª Expointer, em Esteio. A edição celebrou os dez anos da primeira publicação, em 2014, quando a Emater/RS-Ascar desafiou 12 mulheres empreendedoras a darem visibilidade a suas histórias.
Sobre integrar o livro, Sueli disse que representa a união familiar. “Trabalho com minhas filhas e o livro representa as mulheres da família, a união familiar, a minha sucessão”, afirmou Sueli.
Apoiador direto do empreendimento, Zair Zago, esposo de Sueli disse que tanto a premiação do queijo como as mulheres da família integrarem o livro é motivo de orgulho. “Aqui na fronteira não é comum ter agroindústria, agricultura familiar forte. Isso faz termos orgulho. Esse livro homenageia as mulheres, mas não deixa de ser um respeito, um reconhecimento, que aqui na fronteira também tem empreendimentos pequenos com grandes qualidades”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*