Grupo estava no trevo de acesso a Hulha Negra desde a segunda-feira (17) Foto: Divulgação TP
Na manhã do último dia 17, pequenos e médios produtores de vários municípios da região montaram uma mobilização com maquinários na área junto ao trevo de acesso a Hulha Negra, próximo a BR-293. Na ocasião, se reuniram agricultores de Hulha Negra, Candiota, Aceguá e Pedras Altas, com previsão de acréscimo de representantes de Pinheiro Machado, Herval e Dom Pedrito, unindo cooperativas e assentados.
O objetivo, segundo a organização, é chamar a atenção dos governos para as dificuldades enfrentadas pelos produtores em razão das consequências climáticas. No documento enviado pelos organizadores ao TP explicando os motivos, os produtores lamentam sobre os acontecimentos ocasionados pelo longo período de chuva que assolou o Rio Grande do Sul, destacando que entre a perda lamentável de inúmeras vidas, milhares de casas e de patrimônios, a safra mais uma vez foi atingida.
Na oportunidade, eles citaram os eventos climáticos que acontecem desde 2022, incluindo um longo período de estiagem seguido por excesso no volume de chuvas. “Podemos afirmar que estamos aqui hoje, pelo heroísmo dos agricultores da região, que sofrendo com todos os eventos, se juntam, não para desistirem, mas para reivindicarem ajuda de todos os entes envolvidos no processo produtivo e continuar suas atividades, não se acovardando pelas dificuldades”, consta no documento.
Além do apoio dos governos Estadual e Federal, o grupo também pede a colaboração dos bancos, principalmente para a negociação de dívidas. “Estamos enfrentando grandes dificuldades, por isso nos manifestamos, para que a sociedade e a opinião pública conheçam a nossa realidade e nos ajudem neste momento difícil. Em safras de bom resultado, todos os envolvidos no processo produtivo se beneficiam, inclusive o comercio local e regional, pois consumimos produtos deste mercado com o resultado de nossas colheitas”, explicou Marino de Bortoli, produtor de Hulha Negra e um dos organizadores da manifestação.
Ele fez questão de ressaltar que o evento organizado por eles não possui bandeira partidária. “Queremos sensibilizar o governo quanto a realidade vivida pelos agricultores. Nosso movimento é autônomo e regionalizado. Não compomos movimentos nacionais, estaduais ou regionais, e nem frentes com bandeiras políticas organizativas. Por isso estamos nós mesmos nas negociações, sem vereadores, prefeitos ou deputados como intermediários”, frisou Marino.
O objetivo da mobilização é voltada para a negociação de dívidas Foto: Divulgação TP
MOBILIZAÇÃO EM BAGÉ
Nesta quinta-feira (20), após solicitarem um posicionamento do ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República, Paulo Pimenta, em busca de apoio do governo federal e receberem apenas a ligação de um dos assessores, o grupo deslocou próximo ao trevo da PRF, que faz o entroncamento das BRS-153 e 293, em Bagé.
Segundo as informações repassadas por Marino, a medida foi tomada após estarem aguardando algum posicionamento do ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República, Paulo Pimenta, e receberam apenas a ligação de um dos assessores. “Nós não queremos ligar para assessor, nós queremos que o ministro venha, a reivindicação é essa”, destacou Marino, ressaltando que precisam de alguém que auxilie na renegociação das dívidas acumuladas devido aos eventos climáticos dos últimos tempos.
Ainda conforme repassado ao TP, o grupo busca contato e a presença do secretário de Desenvolvimento Rural do Estado, Ronaldo Santini, visto haver projetos relacionados ao Rio Grande do Sul, principalmente quanto à regularização fundiária. “Queremos que se faça um encontro entre governo federal, estadual, empresas e bancos. Projetamos que isto aconteça na segunda-feira (24), e seguimos mobilizados através de uma organização de 11 coordenadores, além de produtores”, acrescentou Marino.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
