MÚSICA

Banda pinheirense Dona Zica completa 10 anos de sucesso na região

Danilo Pereira, Reinaldo Lopes e Janderson Rodrigues fazem parte da formação atual da DZ Foto: Divulgação TP

Dez anos levando muito pop, rock, reggae, MPB e blues para o público da região. Assim tem sido a trajetória da banda Dona Zica, que começou de forma despretensiosa fazendo cover durante uma festa no Colégio Estadual General Hipólito Ribeiro e fez sua primeira apresentação oficial no palco do Clube Comercial. De 2012 até agora muita coisa mudou: já são nove músicas autorais, que integram o primeiro álbum lançado no ano passado, e quatro clipes.

UMA DÉCADA – Nesta semana, a reportagem conversou com Reinaldo Lopes (vocal e guitarra), Janderson Rodrigues (baixo) e Danilo Pereira (bateria) – o “power trio”, termo popularizado dentro do rock e que descreve a atual formação da banda há pouco mais de um ano. Questionados sobre o sentimento de chegar a marca de uma década na estrada, eles afirmaram ser um misto de sensações e pensamentos. “É um filme de roteiro imprevisível e cheio de significados. Incrível como chegamos até aqui e em como nossas relações estreitaram para além dos palcos e do profissional, criando um vínculo de amizade muito forte, como se fosse uma família. Os 10 anos fazem pensar no quanto nos metamorfoseamos dentro da música e fora dela”, descreveu Reinaldo.

De modo geral, quem acompanha a banda desde o início – mesmo que esporadicamente – nota essa tal “metamorfose”. Eles cresceram e, literalmente, apareceram. Viajam pela região levando seu estilo, carreira e o nome de Pinheiro Machado. Evoluíram no que cada um já sabia fazer e amadureceram no jeito de cantar, de tocar, se portar no palco e até de interagir com o público. Chamam atenção por onde passam. Não deixam ninguém ficar parado porque a música que fazem realmente contagia, anima e emociona. Cantam o que marcou época e estilo e – ainda mais quando inovam – encantam.

AMIZADE – Segundo Janderson, a virada de chave surpreendente para a banda entrar de vez no cenário musical foi o lançamento do álbum (Dona Zica – I) e dos clipes, mas os momentos marcantes vão muito além. Para a reportagem, o baixista fez questão de destacar um diferencial que considera primordial para estarem até hoje fazendo o fazem: a amizade entre eles. “Os grandes momentos são fora do palco: a resenha, a zoeira, o show de trocadilhos bestas que a gente faz durante as viagens pra passar o tempo. Um dos pontos mais marcantes foi no 2º Moto Pinheiro onde muitos nos viam com certo desdém por ser banda da casa e a gente se reuniu atrás do palco minutos antes de tocar e fechar aquela noite de shows. Ali a gente se abraçou e se comprometeu a fazer um baita show; choramos e agradecemos pela amizade construída e que isso era e é nosso diferencial”, lembrou.

GERAÇÕES – E se alguém ainda duvida que a música é capaz de unir gerações, a Dona Zica é prova viva de que isso é possível. O bateirista Danilo Pereira, conhecido como Gargamel, recentemente completou 52 anos e divide o palco com dois músicos20 anos mais jovens. Para o jornal, o veterano da banda contou que as convergências existem, mas a soma das experiências e trocas de ideais compensam bastante. “Foi assim que criamos um estilo próprio com bom humor e repertório eclético. Eu sou o coroa da banda e vejo que essa diferença foi saudável para a Dona Zica. Nós três somos como um tripé, ou seja, se tirar um cai a estrutura”, afirmou com orgulho da trajetória junto da gurizada. Ele lembrou ainda do início de carreira difícil pelo modo como eram vistos no próprio município e que sempre colocou a sua casa à disposição para os ensaios em prol do rock pinheirense. “Agora o trio está no auge da sua forma”, garantiu Gargamel.

PANDEMIA – Quando se fala com o setor artístico, é inevitável não questionar sobre os desafios impostos pela pandemia. Afinal, nessa década de carreira, foram dois anos longe dos palcos e de tudo quevinham planejando fazer. Segundo o trio, foi uma experiência diferente e um difícil desafio com necessidade de adaptação. “Para a classe artística e independente foram momentos muito difíceis. Tivemos que dar uma pausa grande na gravação dos clipes e nos lançamentos de novas músicas, vimos o processo desacelerar e não tínhamos o que fazer. Isso muito nos fez pensar na nossa trajetória e o que poderíamos fazer a partir desse momento conturbado das nossas vidas”. Durante esse tempo, a banda aderiu às lives (transmissões ao vivo) pelas redes sociais para manter parte das atividades e entreter o público. Ainda conforme contaram, o retorno aos palcos aconteceu ainda no mês de outubro de 2021 com o avanço das vacinas. “A sensação foi de frio na barriga, além da imensa vontade de reencontrar os amigos e voltar para a estrada”, contou Reinaldo.

RETOMADA – Atualmente, a DZ realiza em torno de dez apresentações durante o mês e pretendem aumentar essa média. “Estamos tocando mais em Pub’s e casas de shows. Também tocamos em eventos privados, bem como recepções de formatura, aniversários, casamentos etc. Trabalhamos com diferentes formatos de banda para atender o público: apresentação com a banda completa, formato duo ou apresentação solo”, explicaram.
O repertório é intercalado entre os covers e as músicas de autoria própria. “É muito bacana quando dá o acaso de pessoas que nem conhecemos, em ambientes que não tocamos com frequência, conhecerem e cantarem as nossas músicas como ocorreu em algumas ocasiões em Pelotas e são Lourenço”, disse Janderson.

CONTRATE – É possível contratar a banda entrando em contato diretamente pelo perfil oficial no Instagram (@donazica.pm), pelo Facebook ou pelos telefones (53) 991632873 e (53) 999105322. Para quem ainda não conhece o trabalho, as músicas autorais estão disponíveis no Spotify e os clipes no YouTube.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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