Desde 1992 o dia 1ª de agosto é considerado o dia mundial da amamentação, criado pela Aliança Mundial de Ação Pró-amamentação, de acordo com o site Brasil Escola. Para deixar a data registrada, nesta edição o leitor irá conhecer a história da candiotense Diaine Ramos Pinto, que conseguiu amamentar o filho mais novo após muito preparo, estudo e sonhar viver o momento com o pequeno, depois de ter tentativas frustradas nas duas primeiras experiências. Além dela, a reportagem do jornal também conversou com uma nutricionista do município, que falou sobre a importância do leite materno.
Mãe de três filhos, Diaine, 38 anos, teve a primeira gestação com 26 anos e não tinha nenhuma experiência com o mundo materno. Segundo ela, por falta de conhecimento e por dar ouvidos a opinião de outras pessoas, ela optou por introduzir fórmula em Pedro, seu primeiro filho. “Eu acabei fazendo isso por acreditar que o meu leite não era suficiente, e como conseqüência tive redução na produção até ele parar de mamar no peito e ficar apenas na mamadeira”, contou.
Já na segunda gestação da filha Valentina, 8 anos, a técnica de enfermagem disse que amamentou por um período ainda menor, cerca de um mês apenas. Ela ficou com o peito machucado e acabou tendo medo de amamentar a filha. “Sangrava muito, e eu não agüentei mais e comecei a dar a fórmula”.
ÚLTIMA CHANCE PARA AMAMENTAR
Segundo ela, na terceira e última gravidez, que não foi planejada, ela decidiu fazer laqueadura – também conhecida como ligadura de trompas, que é um processo cirúrgico que tem o objetivo contraceptivo que impede a mulher de engravidar novamente, então seria a última oportunidade de realizar o sonho de amamentar.
Desta vez, Diaine fez tudo completamente diferente. “Fechei os ouvidos para a opinião dos outros e fui estudar, também contratei uma consultora de amamentação, que foi primordial para o meu processo, e o apoio da minha família que vendo o meu empenho embarcou no meu sonho e me ajudou muito”, relembrou ela, dizendo que mesmo com todo apoio e estudo o começo não foi fácil. Em sua fala, ela lamentou dizendo que os profissionais da área da saúde não estão preparados para orientar. “E isso não é uma crítica, sou técnica e não temos esse aprendizado no curso. Minha consultora não pôde estar comigo na hora do parto e na recuperação, que é a hora mais importante, que é o momento de ensinar o bebê a mamar. E as enfermeiras atendendo várias mulheres ao mesmo tempo, não conseguem dar a atenção necessária para cada uma, como resultado peito machucado novamente”, contou, citando que passou dias de muito sofrimento, mas se manteve forte mesmo querendo desistir em alguns momentos.
Com muita fé, a mãe de terceira viagem pediu forças para Deus, e depois de um mês teve melhora e começou a vivenciar momentos de alegria. Inácio, 1 ano, recebeu amamentação exclusivamente no peito até os seis meses de vida, depois começou a introdução alimentar, mas atualmente segue mamando no peito, que no momento é o único leite que ele toma.
Ao falar sobre a maior dificuldade encarada, ela disse que foi a falta de conhecimento, pois quando estudou e buscou entender as dificuldades da amamentação, conseguiu enxergar o lugar que queria chegar e teve força para enfrentar todo o processo difícil, pois sabia que iria passar. “Eu sempre digo a amamentação não é natural, como nos fazem acreditar. Não podemos romantizar, porque não é fácil para a maioria das mulheres. É difícil sim, mas é possível, temos que nos alicerçar em conhecimento e ter uma boa rede de apoio”, ressaltou.
REDE DE APOIO
Ao finalizar, Diaine deixou uma mensagem para as mamães que estão passando por esse momento ou que, assim como ela, também sonham com o momento da amamentação. “Procure ajuda, rede de apoio, quem tem condições de procurar uma consultora de amamentação. Inclusive, para as autoridades de Saúde do município, seria ótimo uma consultora de amamentação que atendesse gratuitamente as gestantes da cidade. O leite materno é o melhor alimento do mundo, e infelizmente não é dado o devido valor”, comentou, afirmando que saber que está produzindo o melhor alimento do mundo para o seu filho a deixa muito feliz.
AMAMENTAÇÃO
Em conversa com a nutricionista candiotense, Pâmela Porto, ela informou que a amamentação exclusiva até os primeiros seis meses de vida traz muitos benefícios para o bebê. “É a primeira vacina do bebê, ou seja, é uma grande proteção contra infecções. Ele consegue suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança durante os primeiros seis meses, e continua sendo importante até os 2 anos, como fonte de nutrientes. Além de ser um laço lindo entre mãe e filho”, comentou, destacando a proteção do bebê.
Como lactante e mãe do pequeno Matteo, 10 meses, Pâmela também contou um pouco da sua experiência com a amamentação. “Eu sempre quis amamentar, e eu tinha muito medo de não conseguir. Não tive nenhuma dificuldade, também não tive auxilio nenhum para aprender a amamentar, foi bem natural. O Matteo já nasceu fazendo o movimento da sucção, então graças a Deus, deu tudo certo e até hoje com 10 meses ele mama no peito ainda”, compartilhou, dizendo que é uma experiência maravilhosa e que deseja que todas as mamães consigam passar pelo processo.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*