OVINOCULTURA

Carneiro de cabanha pinheirense foi o mais valorizado da 36ª Feovelha

A cota de 50% da venda totalizou R$ 9.800

Você ainda possui 2 notícias no acesso gratuito. Efetue login ou assine para acesso completo.

Da cabanha Nova Querência, de Pinheiro Machado, o carneiro vale mais de R$ 19 mil Foto: Gislene Farion TP

Um dos pontos altos da 36ª edição da Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha), bem como dos últimos eventos de comercialização de ovinos na região, contou com o bom momento que vive o setor. Esse fator aliado à qualidade genética apresentada pela cabanha Nova Querência, de Pinheiro Machado, levou um dos seus carneiros – integrante do trio grande campeão Puro de Origem (PO) da raça Ideal – ter sua cota de 50% valorizado em R$ 9.800 pela cabanha Olaria, da cidade de Itaqui. De acordo com especialistas no assunto, o valor é bem acima da média.

Em conversa com Vitor Farias, filho do proprietário e responsável pela cabanha pinheirense, ele explicou para a reportagem que o animal foi bem valorizado por ser muito completo. O jovem, de 24 anos, é estudante de zootecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – graduação que propicia o conhecimento em seleção e melhoramento genético, entre outros assuntos ligados à produção. “A raça Ideal tem duplo propósito: aptidão para produção de carne e lã e esse borrego se destaca em ambas. Na parte carniceira, é um animal muito comprido e com bom desenvolvimento corporal; na produção de lã, tem um velo pesado, de muita qualidade, comprimento de mecha e ótima coloração, com uma finura adequada de 24 micras, o que torna a lã suave ao toque, além de contar com boa pureza racial”, explicou.

Segundo Vitor, é comum encontrar animais com algumas dessas qualidades, mas é muito difícil um que conjugue todas elas. “Outros fatores que colaboraram são o fato de ele ser irmão gêmeo do melhor velo de rústicos, que foi o segundo animal mais valorizado da raça, e irmão de integrantes dos trios campeões dos últimos dois anos”, lembrou o estudante.

Além de todas as características favoráveis, a atuação da cabanha, de propriedade de Danilo Farias, também ajudou. A família já é bastante conhecida pelas participações na Feovelha e constantemente leva bons animais para comercializar na feira. “Com um conjunto muito homogêneo, ganhamos todos os melhores velos possíveis, de macho e fêmea no galpão, e de PO e Seleção Ovina (SO) nos rústicos. Isso tudo dá mais confiança para o comprador, pois a chance de aquele animal ser bom por acaso é pequena, a probabilidade de que ele transmita suas boas qualidades é muito maior”, disse. O concurso de velo, que ocorre simultaneamente aos julgamentos, avalia a qualidade da lã produzida por cada animal.

Questionado sobre a decisão de vender um borrego de tal gabarito, Vitor disse que exatamente por esse motivo a ideia não era comercializar naquela oportunidade. Até a Feovelha, a intenção era usá-lo e prepará-lo para a próxima Expointer, em Esteio. “Como vários amigos estavam interessados colocamos metade dele à venda. Isso só foi possível porque nós acasalamos as ovelhas em fevereiro, numa época diferente da maioria das cabanhas de Ideal – que o fazem em novembro e dezembro – e isso facilita ter carneiros em sociedade”, explicou. Diante dessa negociação, o animal totalizou R$ 19.600, o mais valorizado da 36ª Feovelha, que terminou no domingo (2).

A partir disso, ficou decidido que o borrego fica em Pinheiro Machado nesta temporada. Em novembro vai para a propriedade do comprador, em Itaqui, e retorna em fevereiro do ano que vem. Essa venda, que chamou atenção de quem acompanhava o remate pela ampla disputa dos interessados e alto valor de compra, faz com que a genética local contribua para o melhoramento da ovinocultura no Estado.

Comentários do Facebook