Num grito de socorro, as prefeituras de Candiota e Hulha Negra realizaram uma manifestação por cerca de duas horas na tarde desta segunda-feira (9), quando bloquearam as entradas das duas cidades, além da rota alternativa da Serra da Hulha-Baú. A ideia das duas administrações, foi chamar a atenção das comunidades e das esferas estadual e federal, para o verdadeiro caos que se instalou em ambos os municípios após o bloqueio da BR-293, km 151, no último dia 24 de setembro, causado pelo desmoronamento do asfalto após chuvas severas na região.
Durante o pouco período de bloqueio, centenas de veículos de todos os portes se acumularam tanto em Hulha Negra como em Candiota, evidenciando claramente a situação que as estradas alternativas estão sendo submetidas. As prefeituras já têm dificuldades em manter as suas estradas rurais em condições normais, imaginem com uma situação dessas, quando as estatísticas mostram cerca de mil veículos leves e 500 caminhões transitando diariamente?
O resultado não pode ser outro senão horas de muito aborrecimento, veículos quebrados, caminhões atravessados bloqueando a passagem e até mesmo pequenos acidentes ao longo dos trechos alternativos. Além disso, as estruturas, como a ponte sobre o rio Jaguarão no limite dos municípios, como previsto, não suportou, tendo sido interditada parcialmente pelos engenheiros nesta segunda-feira (9). Aliás, vale frisar, que nem mesmo com manutenção acima da média, esses trechos suportariam tamanho tráfego.
Ademais, a cidade de Hulha Negra está sendo destruída em termos de pavimentação pelo tráfego que está sendo submetido e para o qual jamais foi projetada. Até o saneamento (água e esgoto) pode ser comprometido. Vias urbanas de Candiota, como a avenida Luiz Chirivino, que recebe o trânsito do Passo do Neto, também tem comprometimento, assim como a rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC).
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) de fato deu início ao desvio de 450m ao lado da BR-293, no local da interrupção, entretanto ainda os trabalhos estão lentos. No fim da tarde desta terça-feira (10), uma comitiva liderada pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) e os prefeitos Luiz Carlos Folador (Candiota) e Renato Machado (Hulha Negra), pediram, durante uma audiência com o superintendente do DNIT no RS, para que houvesse a agilização das obras e com isso diminuindo o tempo projetado de 30 dias para a conclusão da ação, que é a solução paliativa e que vai despressionar o trânsito regional por dentro dos municípios.
Neste momento, todos os esforços devem se concentrar no desvio, inclusive com o maquinário trabalhando em regime integral – 24h por dia, sábados, domingos e feriados até a obra ser concluída.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
