Cenário macabro

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Quando ainda crianças, le­vados pelas peraltices próprias da idade, nossos instintos infantis nos remetem a erros absurdos que pre­cisam ser contidos para que não se chegue a uma tragédia. Nossos pais, avós, tios e amigos nos orientavam, aconselhavam, e por fim, impedindo que cometêssemos os desvarios impensados que seriam capazes de nos levar ao precipício.

E assim no seguir da vida, já mais amadurecidos pela idade, mais sensatos e ponderados, veri­ficamos que grande parte da educação e do comportamento se dá exatamente pelo exemplo de nossos pais, avós, familiares e amigos mais chegados, aqueles conselheiros de todas as horas.

Não existe escola de educação mais perene e mais correta do que aquilo que a vida nos ensina, pelas adversidades que nos coloca à frente, trazendo ensinamentos que ficam gravados em nossas mentes para o resto da vida.

Pois aos dias atuais em Pindorama, o que se vê, infelizmente, além da falta de um exemplo positivo, é um governo refém do pen­samento que não aceita os resultados empíricos já demonstrados claramente, um governo composto por algumas figuras caricatas que irão se notabilizar ao entrarem para o folclore político, pelas ideias negacionistas, incapazes de portarem a virtude do reconhecimento dos erros, até porque acham que não os cometem jamais.

Mesmo assim, inertes em atitudes mais ousadas para o bem da sociedade nesse momento de crise sanitária tamanha e jamais antes vista, apregoam de forma cínica, a história do “eu avisei, depois não se queixem”, fazendo crer que a ordem econômica deve estar a frente do bem maior que é a saúde e a vida de todo e qualquer cidadão, mesmo que abertas as portas dos comércios, não existam mais tantos consumidores assim, eis que morrendo em número de milhares, tristemente.

Em tempos de pandemia, passa a vigorar a necropolitica, de forma que o governo define quem importa e quem não importa, quem é descartável e quem não é, quem pode viver e quem deve morrer. A vocação se alimenta das ambições reeleitorais e o desejo de agradecer aos patrões. Ainda se dá ao luxo de contrariar a OMS e a ciência, esbanjando hipocrisia, pois em plena campanha eleitoral serviu-se de severas recomendações médicas pós-facada, para fugir aos debates.

Ao responder ironicamente: “não sou coveiro, ora, quer que eu faça o quê” ou então, “sou messias, mas não faço milagres”, demons­tra além de despreparo e falta de argumentos coerentes, absoluta e total insensibilidade em relação à sociedade, perseguindo o conflito permanente, buscando a cada semana um inimigo imaginário para arregimentar seu séquito de fanáticos, a busca de desculpas para dizer que não pode governar porque não lhe deixam fazê-lo. Não se ouve uma palavra sequer de apoio ou carinho às famílias vitimadas pela perda de parentes mortos em razão da pandemia brutal.

Assim, continua exalando o egocentrismo, sem se arrepender, sentir culpa ou remorso de nada. Em resumo, não há liderança, muito menos exemplo coerente a ser seguido.

Falta humanidade para entender o país.

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