FIM DOS TRANSTORNOS

Com conclusão da obra do desvio na BR-293, normalidade no trânsito é motivo de comemoração na região

Desvio foi construído em mão dupla e para todos os tipos de veículos Foto: Silvana Antunes TP

Após 43 dias de impedimentos, adaptações e transtornos para quem precisava viajar pela BR-293, entre Candiota e Hulha Negra, a conclusão da obra do desvio na lateral do km 151 da rodovia trouxe alívio para centenas de pessoas não só de Candiota, mas de diversas partes do Estado que precisavam cruzar pela rodovia.

Por volta das 16h da última terça-feira (7), o trecho foi liberado e conforme presenciado pela equipe do Tribuna do Pampa, a movimentação foi intensa de todos os tipos de veículos, leves e pesados, que aguardavam ansiosos pela obra.

A conclusão da obra, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e executada pela empresa Encopav com asfalto (regra do Dnit), tráfego em mão dupla e sem limitação de veículos, trouxe a normalidade para a região que sofreu durante o período com alterações na rotina e as incertezas de um deslocamento completo e seguro.

Segundo informado ao jornal, o projeto precisou passar por adaptações devido a instabilidade do solo na região, o que demandou mais prazo para conclusão.

Local recebeu sinalização e será utilizado durante a obra de recuperação da BR-293 Foto: Silvana Antunes TP

Cabe ressaltar que a obra do desvio começou dias após o bloqueio total da rodovia e uma intensa mobilização de autoridades. Prefeitos de Candiota e Hulha Negra e vereadores, estiveram reunidos na rodovia com o deputado Luiz Fernando Mainardi e com o secretário de Normas e Gestão da Secom do governo federal, Paulinho Parera, em busca de uma solução, definindo a construção do desvio como meio mais rápido e solicitando agilidade ao Dnit na execução da obra.

 

 OS TRANSTORNOS NAS ESTRADAS DO INTERIOR

 

Durante o bloqueio da rodovia, rotas alternativas utilizando a BR-153 e 392, por Caçapava do Sul eram anunciadas diariamente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), porém devido ao aumento considerável da distância, as estradas que ligam os municípios de Hulha Negra e Candiota pelo interior, passaram a servir de rota, principalmente para veículos pesados.

Com estradas sem preparos para receber uma grande quantidade de veículos de carga, os problemas começaram e diariamente, tanto na estrada Trigolândia-Seival, como na do Passo do Neto, era comum ver filas de veículos bloqueados devido a bitrens atolados ou atravessados nas vias.

O TP conversou com pessoas que trafegavam diariamente pela BR-293 a motivo de trabalho e com o bloqueio total da rodovia no dia 24 de setembro devido às rachaduras e degraus na pista, próximo a ponte do rio Jaguarão, divisa com Hulha Negra, tiveram suas rotinas modificadas e incertas.

Daniele Vasques Plotzki, 33 anos, é professora da rede estadual de Candiota e relatou ao jornal que o bloqueio da BR foi um período de incertezas e preocupação. “Ficamos nove dias sem ir à escola e tivemos que trabalhar de forma assíncrona, sabendo que por hora era o melhor a ser feito. A preocupação era maior por sabermos das dificuldades enfrentadas na época da pandemia com aulas neste formato. Mas conseguimos suprir as necessidades de nossos alunos da melhor maneira possível, com a ajuda de todos os colegas e equipe diretiva”, relatou. A liberação do desvio para Daniele foi um alívio. “Vínhamos sofrendo com o transporte pela estrada de chão há mais de mês, e na grande maioria dos dias com medo de ficarmos empenhadas no meio do caminho. Hoje o sentimento é de alegria e tranquilidade, por termos um trajeto mais seguro para irmos trabalhar e voltarmos para nossas casas”, expôs.

A proprietária da Farmácia Associadas, Tamires Ferreira, disse que o desvio foi de extrema importância, “pois não vendemos apenas medicamentos, vendemos saúde, bem estar físico, mental e social”. Ela lembrou que os primeiros dias foram bem complicados e de muita preocupação. “Tivemos que fazer uma força tarefa entre todas as farmácias, para cada dia um ir buscar os medicamentos no local do problema, logo foi contratada uma pessoa para buscar. Agora com o desvio feito, tudo voltou ao normal”, afirmou.

Aline Maldaner é técnica de enfermagem e atua em Candiota e Bagé. Ao jornal, ela disse que a liberação do desvio foi um alívio. “Como muitos sabem eu trabalho em Candiota e Bagé, logo quando iniciou lá em setembro, que os únicos desvios eram pela estrada do Seival ou pelo Passo do Neto, estava tudo certo eu conseguiria ir trabalhar, mas quando começou as chuvas, as estradas não suportavam o trânsito que estava tendo então eu nunca sabia se conseguiria chegar ou não em Bagé e voltar para Candiota para trabalhar. Todas as idas e vindas era como ‘uma caixinha de surpresas’. Uma vez demorei 4h para chegar em Bagé, uma viagem que antes levava 40min ou 1h. Outras vezes fiquei parada na estrada aguardando tirarem caminhões que estavam atolados. No final acabava sendo desgastante, estressante, porque nunca sabia se iria conseguir ir ou voltar. Então sim, posso dizer que foi um alívio o desvio da BR ficar pronto, por mim e por todos os trabalhadores e pessoas que precisavam se locomover de uma cidade para outra”, manifestou.

 

OBRA DA BR

Licitação para contratação da empresa para a obra de recuperação da rodovia já ocorreu. Local passará por escavação, que deve iniciar ainda neste mês de novembro. Durante a construção do desvio, com autorização, uma passarela foi construída para a passagem de trabalhadores a pé Foto: Silvana Antunes TP

Conforme já anunciado pelo jornal, segundo o Dnit, o início da obra na rodovia deve ocorrer neste mês de novembro, porém não há uma data certa prevista. Nesta quinta-feira (9), após solicitação do jornal, em nota o Dnit informou que foi feita a licitação para a recuperação da rodovia. Quanto à obra, o Departamento disse que “o projeto prevê remover todo o aterro e substituir por pedra. O próximo passo – previsto para ocorrer ainda este mês – será assinar o contrato e começar a obra”.

Cabe lembra também, que após iniciada a obra, a estimativa é conclusão em cerca de seis meses devido à complexidade.

 

TRANSPORTE INTERMUNICIPAL

 

O bloqueio na rodovia modificou também a rotina das empresas de transporte intermunicipal na região. Anversa, Planalto e São João suspenderam as linhas de Hulha Negra para Candiota.

Após um período, a primeira a retornar com o serviço foi a São João, utilizando a estrada do Passo do Neto para viagem Bagé – Rio Grande.  Nesta semana, após a liberação do desvio, aconteceu o retorno das linhas da empresa Planalto em todos os horários existentes antes do bloqueio.

A empresa Anversa retomou nesta quinta-feira (9), a linha Bagé-Candiota e vice-versa. O primeiro ônibus a sair é às 6h da rodoviária de Bagé com destino a Candiota, mas com passagem por Hulha Negra.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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