TRANSIÇÃO JUSTA

Com Usina de Candiota religada, cresce expectativa para edição da medida provisória

Depois da confirmação pela Âmbar Energia da volta de operação com venda de energia no curto prazo, apesar de não haver relação entre um fato e outro, também o movimento político pela transição justa renova seu otimismo para que governo federal edite a MP para um contrato de longo prazo

Usina está em funcionamento há cerca de uma semana,
gerando energia que está sendo comercializada no chamado
mercado merchant, ou seja, de curto prazo Foto: J. André TP

Candiota e região vivem em sobressaltos quando o assunto é futuro. Há alguns anos que se debate o fim dos contratos de longo prazo de venda de energia para a Usina de Candiota, que em 2023 passou a pertencer a Âmbar Energia, do grupo J&F, saindo assim do grupo Eletrobras, privatizado em 2022.

Desde o primeiro minuto do ano de 2025, que a unidade estava paralisada, devido, justamente, ao fim dos contratos longos em 31 de dezembro de 2024. Agora, nos últimos dias, quem olhava para a Usina, percebia que ela está em funcionamento. Depois de um período de testes, a unidade está novamente gerando energia.

CURTO PRAZO

Em nota recebida pelo TP, enviada pela Assessoria de Comunicação da Âmbar Energia, a informação dá conta que a empresa religou a Usina Candiota após um investimento de R$ 150 milhões em manutenção e modernização, realizado entre janeiro e abril deste ano. “A confiança da Âmbar na importância desta Usina para a segurança energética do país está sendo confirmada pelos baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas no Subsistema Sul neste momento”, assinala a nota.

Segundo a explicação técnica dada, a Usina de Candiota está funcionando em uma operação deficitária, como usina merchant (sem contrato), para contribuir com a segurança energética do Brasil em um cenário hídrico adverso e com a manutenção dos empregos em toda a cadeia produtiva ligada à usina.

O modelo merchant é um acordo de compra e venda de energia onde o fornecedor não tem um contrato de longo prazo com um cliente, mas sim vende energia diretamente no mercado livre. O preço da energia é determinado pela oferta e demanda.

Com a volta ao funcionamento, a Companhia Riograndense de Mineração (CRM)/Mina de Candiota, também anunciou a retomada de suas atividades de fornecimento de carvão mineral para a usina. Recentemente, a estatal recebeu da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam), a licença ambiental de operação (LO), válida até 2027, que autoriza a CRM a operar nas áreas denominadas Malhas 4 e 7. “A CRM desempenha papel fundamental neste processo e a equipe envolvida no processo de fornecimento do carvão trabalhou com dedicação para que essa retomada seguisse de forma eficaz”, salientou uma nota publicada pela direção da empresa.

OTIMISMO NA MP

Assim como a Usina, o movimento para que se tenha um contrato de longo prazo também ganha um novo contorno a partir e agora, segundo o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), que está liderando uma nova investida, especialmente para que o governo federal emita uma medida provisória (MP), que garanta o funcionamento da unidade por mais um bom período – tempo suficiente para se fazer a tão propalada transição energética justa (TEJ).

Já na manhã desta quarta-feira (30), Folador concedeu em caráter bem otimista, uma entrevista para a TVTP, logo cedo, em frente a Usina de Candiota.

Prefeito Folador concedeu entrevista à TVTP
na manhã desta quarta e mostrou otimismo Foto: Reprodução TVTP

Folador lembrou o apagão desta semana na Europa, que deixou Portugal e a Espanha sem energia, assinalando que usinas como a de Candiota são as que garantem segurança ao sistema e que não se quer esse tipo de episódio no Brasil. De outro modo, pontuou com otimismo o trabalho que vem sendo feito de longo tempo para que o governo federal emita a medida provisória e que garanta o funcionamento da Usina de Candiota por um período longo e que permita a transição energética justa. Há informações ainda não confirmadas de forma oficial, de que o texto-base da MP já saiu do Ministério de Minas e Energia (MME) e foi para a Casa Civil da Presidência da República. “Todos os partidos e lideranças estão unidos para que esta situação aconteça e as notícias devem ser boas nos próximos dias. Nós não queremos apagão e sim a garantia dos empregos, aliada à preservação ambiental e um contrato de longo prazo, que dará ao investidor esse tempo necessário para os devidos ajustes”, disse.

 

JÁ FOI NOTÍCIA NO IMPRESSO 

 

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