RURAL

Comissão Jovem do Sindicato Rural promove debate sobre segurança no campo em Pinheiro Machado

O encontro contou com a parceria dos Sindicatos Rurais de Candiota e Pedras Altas

A intenção da Comissão Jovem é unir forçar e dar voz às demandas no homem do campo Foto: Gislene Farion TP

A Comissão Jovem do Sindicato Rural de Pinheiro Machado promoveu, na últi­ma sexta-feira (8), a II Noite da Pecuária. Na oportuni­dade, produtores estiveram reunidos com autoridades da segurança pública e do Poder Judiciário para tratar do tema “(In)segurança no campo: dados e desafios”. Além dos pinheirenses, Candiota e Pedras Altas também parti­ciparam e foram peças-chave para fomentar ainda mais o diálogo.

Com o intuito de esta­belecer uma relação de con­fiança, firmar ações e reforçar a importância dos registros de ocorrência, o encontro contou com a participação do pro­motor de Justiça, Adoniran Lemos Almeida Filho; da representante da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab/Bagé), Flávia Domenech Silva; do major do 4º Batalhão de Po­lícia Militar de Pelotas, Paulo Renato Scherdien; do tenente do 5º Pelotão da Brigada Militar de Pinheiro Macha­do, Márcio Vaz Oliveira; do representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Cofrusa/Altocamaquã, Julio Fernandes Moreira; da secretária do Sindicato Rural de Pedras Altas, Paula Paiva Hofmeister; e dos presiden­tes dos Sindicatos Rurais de Candiota, Marco Antônio Domingues Marimon e de Pinheiro Machado, Edson Hélio Souza Farias.

Representantes da Delegacia Especializada, Brigada Militar e Ministério Público estiveram reunidos Foto: Gislene Farion TP

Para a reportagem, a organização do evento disse ter saído do encontro bastante satisfeita. “Sabemos que isso é bem pouco perto do muito que ainda temos por fazer para amenizar os problemas no meio rural, mas estamos satisfeitos por conseguir mo­bilizar 80 pessoas nessa reu­nião e dar oportunidade para o produtor falar, contar seus principais desafios, sanar dú­vidas com o Poder Judiciário e estreitar o laço de confiança com os responsáveis pela segurança pública”, disse a secretária da Comissão Jo­vem e mediadora da reunião, Marina de Vasconcellos.

DECRAB Conforme expla­nou a representante do grupo bageense formado por cinco policiais, uma força-tarefa dos crimes rurais foi criada em agosto de 2016 com o intuito de diminuir o abigeato no Estado – que naquela épo­ca chegou a 9.921 registros de ocorrência. A previsão de duração do trabalho era de apenas seis meses, mas o resultado exitoso de dimi­nuição dos índices garantiu a continuidade e fez com que, em 2018, fosse criada a Delegacia de Polícia Espe­cializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab/Bagé).

80 pessoas participaram da reunião na Câmara de Vereadores de Pinheiro Machado Foto: Gislene Farion TP

Atualmente, Santia­go, Cruz Alta e Camaquã também possuem delegacias especializadas. O titular An­dré de Matos Mendes, que também responde pela Dele­gacia de Polícia de Pinheiro Machado, é o coordenador geral de todas elas. “O tra­balho vem demonstrando que estamos conseguindo cumprir com a nossa missão. Até agora 40 organizações criminosas foram desarticu­ladas, houve em torno de 270 prisões e uma média de 300 inquéritos policiais remetidos ao Poder Judiciário”, infor­mou Flávia. Segundo ela, Pinheiro Machado encontra­-se na 11ª posição entre as 20 cidades do Estado mais afetadas pelo abigeato.

Na oportunidade, a policial comentou ainda sobre a Operação Castelo, realizada no interior do município de Pedras Altas, na qual con­seguiram desarticular uma das principais e mais bem organizadas quadrilhas de abigeato do Rio Grande do Sul e fez um apelo. “Esse é um bom exemplo do motivo pelo qual pedimos a vocês, produtores rurais, que re­gistrem as ocorrências. Foi através das informações de uma vítima de Pedras Altas que conseguimos chegar nesses caras e é isso que nós precisamos para justificar a vinda até o município de vocês. Essa ação não serve apenas como estatística física de papel, ela é única forma que temos de vir até vocês. Que fique claro que nós nunca abandonamos uma região, ela permanece em constante monitoramento pela nossa equipe, mas precisamos dos registros de ocorrência para justificar e até mesmo orga­nizar as grandes operações e desarticular outras organiza­ções criminosas”, disse.

OUTROS MOMENTOS Durante a reunião, enquanto Paula Hofmeister, do Sindi­cato Rural de Pedras Altas, explanou sobre os ataques de cães nas propriedades e as grandes perdas nos rebanhos, o representante do Poder Judi­ciário tratou de sanar dúvidas quanto às maneiras de agir e até onde se pode ir nesses casos. O tema, considerado bastante polêmico, prendeu a atenção de todos e contou com a participação do público, que interagiu de forma bastante ativa para fomentar o debate.

Os Sindicatos Rurais de Candiota e Pedras Altas também participaram do debate Foto: Gislene Farion TP

Além disso, a Comis­são Jovem do Sindicato Rural de Pinheiro Machado também mostrou um levantamento realizado de forma extraoficial com produtores rurais do mu­nicípio. Conforme contaram, desde que se organizaram para tratar sobre a temática, o grupo lembrou do grande número de perdas que não chegam ao conhecimento das autoridades policiais pela falta do Boletim de Ocorrência (BO).

Desse modo, aprovei­tando o encontro da categoria com os representantes da segurança pública, foram exi­bidos resultados de planilhas com levantamento de dados de perdas tanto por abigeato, quanto por ataques de cães e/ou javalis nos rebanhos. Os impactos financeiros também foram expostos com o intuito de reforçar a necessidade da reunião: a relação de confian­ça ainda não foi estabelecida conforme deveria e existe sim a necessidade de que ambas as partes caminhem juntas. “O Sindicato Rural de Pinhei­ro Machado é parceiro para ajudar o produtor a fazer o registro da ocorrência sem que precise deixar sua propriedade e vir até a cidade. Pedimos para que liguem ou mandem uma mensagem por WhatsA­pp com as informações que fazemos o registro online e assim vamos reforçando a necessidade de atenção das forças policiais para a nossa região”, solicitou o presidente Edson Farias, o Misura. Para isso, ele também repassou os telefones do Sindicato Rural: (53) 3248-1600 e (53) 98415-0440 e colocou toda a equipe à disposição.

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