Centenas de pessoas participaram do ato Foto: Amarildo Borges/Especial TP
Cerca de 150 veículos e 300 pessoas. Este foi aproximadamente o número contabilizado em um ato público que ocorreu no pórtico de entrada do município de Pedras Altas na tarde desta quinta-feira (23).
O ato contou com a participação de autoridades políticas do município, deputados, comunidade escolar, comerciantes, trabalhadores e representantes dos sindicatos rurais dos 14 municípios que compõem a Regional 7 da Farsul, que se uniram em apoio a Prefeitura de Pedras Altas pela luta de continuação das obras da rodovia, via de acesso principal ao município e que também faz ligação com a BR-293 e o município de Pinheiro Machado.
Durante o ato, a entrada do município foi bloqueada em protesto pela não conclusão das obras da rodovia, que apresenta péssimas condições de trafegabilidade. A paralisação foi uma iniciativa da Prefeitura de Pedras Altas, com o apoio da Câmara de Vereadores, Sindicato Rural e Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Pedras Altas.
Prefeito Bebeto assina decreto de calamidade pública em função da estrada Foto: Amarildo Borges/Especial TP
Conforme já divulgado pelo jornal Tribuna do Pampa, seguidamente o prefeito Bebeto Perdomo busca nos órgãos públicos competentes, desde que assumiu o Executivo, soluções para a continuidade das obras e melhores condições da ERS-608. Perdomo destaca o problema enfrentado pelo município no que tange a esfera econômica. “A comunidade, produtores, comerciantes, todos estão sendo prejudicados, pois as péssimas condições da estrada dificultam o avanço da economia no município, tanto dos comerciantes da Sede de Pedras Altas, que recebem produtos com valor mais elevado em razão do frete, como dos produtores, principalmente da economia primária, visto o gado bovino chegar com hematomas ao frigorífico, o que gera desvalorização”, afirma.
Em sua explanação durante a mobilização, o prefeito, além de agradecer a todos pelo apoio em um momento de indignação por parte do Executivo em razão da restrição do direito de ir e vir, bem como destacou os avanços da Cidade do Castelo. “Vivemos em um mundo moderno, de alta tecnologia e muita diversidade. Pedras Altas é um município histórico, se desenvolveu através da pecuária e agricultura, teve sete presidentes da ABCC, é berço do cavalo crioulo e está com o direito de ir e vir prejudicado. Antes se chegava através do trem e linha férrea. Hoje, se contássemos apenas com a estrada de terra, assim como é até Herval, estaríamos melhores”, explanou o prefeito.
DECRETO – O protesto, também marcou a assinatura de um decreto municipal de estado de calamidade e abandono que se encontra o município em razão das condições de trafegabilidade da ERS-608.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA – De acordo com o prefeito Bebeto Perdomo, uma Ação Civil Pública deverá ser ajuizada, através de uma iniciativa da Prefeitura de Pedras Altas, contra o de Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Secretaria Estadual de Transportes e governo do estado do Rio Grande do Sul. Conforme Bebeto, a ação se justifica pela situação atual da ERS 608 e o descumprimento de acordos. “É um desperdício de dinheiro público essa obra parada. A ação se deve pela inoperância e não execução do serviço na rodovia”, expõe o prefeito.
Porém, uma Ação Civil Pública já foi ajuizada contra o Daer pelo Ministério Público de Pinheiro Machado. Conforme o promotor de Justiça Adoniram Lemos Almeida Filho, a finalidade da ação é a busca de que o departamento inicie em um prazo de até 30 dias, a execução de continuação das obras no trecho de quase 33 km que liga o município daquela Comarca à Pedras Altas.
GOVERNO DO ESTADO – Em nota emitida através da assessoria de Comunicação, a Casa Civil esclarece que a pavimentação da rodovia foi discutida na última sexta-feira (17), quando representantes do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) foram recebidos pelo secretário Fábio Branco. Ainda segundo a nota, na oportunidade, o secretário Branco assumiu o compromisso de realizar uma reunião em Pedras Altas, na primeira quinzena de dezembro, para discutir o tema. O objetivo é discutir a fonte de recursos para concluir a obra.
