SEM PRECONCEITO

“Consideramos justa toda a forma de amor”

Por Anderson Ribeiro

Diego Lima é vereador em Candiota Foto: Divulgação TP

É interessante destacar que se fosse há 31 anos atrás, LGBTs não estariam ocupando cargos que ocupam hoje em dia. O vereador de Candiota, Diego Correa Lima (MDB), 24 anos, destaca que como pessoa pública estar onde está é gratificante. “Sou vereador e sou LGBT, espero servir de inspiração para muitos. Para ser sincero não consigo imaginar o que todos sofreram nesse tempo, pois se ainda hoje há muito preconceito, principalmente no Brasil, não consigo imaginar como era há décadas atrás”, comenta.
Segundo uma pesquisa realizada em 2019 pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil registrou 141 mortes de pessoas LGBT de janeiro a 15 de maio do mesmo ano. Registrando assim, uma morte por homofobia a cada 23 horas. “Nos dias atuais, a homossexualidade é tratada com mais naturalidade, mas ainda assim, existe muito preconceito na sociedade. O fato de duas pessoas do mesmo sexo viverem uma vida juntos, ainda causa muito espanto sim, e isso é algo que deve ser mudado urgentemente”, declara.
“A importância de ocupar cargos públicos, de se expor para o mundo é um tabu que está cada vez mais sendo quebrado, e é algo que me deixa imensamente feliz. Atualmente na televisão, por exemplo, estamos tendo grandes pessoas que estão servindo de inspiração para muitos. Aproveito para dar ênfase a dois nomes, um deles é o ator e humorista Paulo Gustavo que faleceu recentemente. Sempre tive uma grande admiração por ele, pois ele conseguiu ultrapassar e quebrar muitas barreiras, e assim, ajudar muitas pessoas. E o outro nome que eu trago como exemplo é do Gil que participou da última edição do BBB, ele foi para o programa e debateu pautas de suma importância para a comunidade LGBT. A evolução está mais lenta do que deveria aqui no Brasil, mas ainda há esperanças de um mundo sem preconceito”, pondera Lima.
O vereador finaliza a entrevista citando parte da letra da música do Lulu Santos. “Consideramos justa, toda a forma de amor”. “Peço para que as pessoas reflitam sobre isso, pois ser gay não é uma escolha, mas ser homofóbico é”, conclui. Na campanha eleitoral em si, Lima não levantou a bandeira LGBTQI+, mas destaca que sempre defenderá. “Não só presenciei como também já sofri preconceito. Passar na rua e ouvir risadas ou até mesmo aquelas piadas que não tem graça alguma. Mas são coisas que nos fortalecem, é difícil mas acaba nos deixando ainda mais fortes”, explica.

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