EDUCAÇÃO

De volta à escola: primeira semana de aula presencial das escolas estaduais

Até o momento 74 alunos retornaram ao presencial na escola Jerônimo em Candiota Foto: Divulgação TP

A quarta-feira (4), foi marcada pelo retorno dos estudantes das redes estaduais de ensino. Com o calendário letivo que segue até o dia 15 de dezembro, o ensino está sendo trabalhado no modelo híbrido com aulas presenciais e remotas por meio da plataforma Google Sala de Aula. Após quase um ano e meio de salas de aula, refeitórios e escolas vazias o retorno das atividades do segundo semestre letivo de 2021 teve sua retomada.

Em 16 de março de 2020, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o governador do Estado do Rio Grande do Sul anunciava a suspensão das aulas da rede estadual a partir do dia 19 de março. A esperança era que o retorno ocorresse em abril do mesmo ano, mas com o avanço da pandemia não foi possível.

A equipe do Tribuna do Pampa conversou com as direções de algumas escolas estaduais da região para saber como foi a primeira semana presencial após quase um ano e meio sem atividades nos educandários. Com o surgimento da Covid-19, a área da educação foi uma das mais afetadas e com as escolas fechadas o ensino teve que ser totalmente adaptado ao virtual. Assim, muitas crianças e adolescentes sofreram com a ausência de ter um professor presencialmente no seu dia-a-dia.

CANDIOTA – O TP conversou com diretores de três escolas estaduais do município, oportunidade em que foi questionado o retorno e a frequência dos alunos nas salas de aula. O diretor da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM), Jerônimo Mércio da Silveira, Hermes Delgado, informou que 24,8% dos alunos confirmaram o retorno ao presencial. Segundo ele, a escola tem 385 alunos matriculados atualmente, divididos nos turnos da manhã, tarde e noite. Mas apenas 74 desses regressaram, sendo 33 do ensino fundamental e 41 do ensino médio. “A primeira semana foi tranquila, seguindo todos os protocolos, apesar da ansiedade e da preocupação com o retorno. Tivemos um número pequeno de alunos que retornaram, menor que o previsto em função do cartão de passagem que muitos não conseguiram providenciar em tempo hábil”, explica o diretor.

A escola Francisco Assis Rosa de Oliveira (Faro), retornou as atividades no último dia 4. Conforme informou a diretora Renata Mieres, no momento atual há 250 alunos matriculados no Faro, mas somente 50 retornaram ao presencial. “Iniciamos com 40 alunos, e agora já estamos com 50”, informou.

A escola Dario Lassance, localizada na sede do município, voltou às aulas no dia 5 de agosto com os anos iniciais, e no dia 6 com os finais. Nestas duas semanas há um total de 120 alunos frequentando a escola, sendo que o número completo de matriculados soma 413 alunos. A diretora Camila Vidart informou que a escola está organizada de acordo com todos os protocolos e que há distanciamento de um metro e meio dentro das salas de aula. “A merenda está sendo ofertada dentro da sala de aula, lanches individuais e higienizados. A nossa frequência é bem boa, no portão nós fazemos a higienização dos pés e das mochilas, verificamos a temperatura e deixamos álcool em gel disponível”, conta. Ela também cita que no início estava preocupada, mas que percebeu que tudo está funcionando bem.

Além disso, Camila afirma que na próxima semana haverá uma nova remessa de alunos que irá frequentar a escola, e que foi feita uma organização semanalmente para que haja uma boa logística no ensino.

HULHA NEGRA – A escola Dalva Conceição Medeiros, retorna às aulas no próximo dia 17 com o ensino fundamenta 1 e no dia 18 com o fundamental 2 e EJA. A diretora Cândida Silveira, informou que a escola está sendo preparada e que estão se reunindo com os professores antes do início.

PEDRAS ALTAS – O retorno da escola Leonel de Moura Brizola está previsto para o próximo dia 16 com revezamento. De acordo com a diretora Cátia Soria, os alunos que já confirmaram que irão retornar comportam além da capacidade permitida de 50%, no transporte escolar. “Vamos fazer grupos divididos em dois, e será uma semana para cada. Assim, não ultrapassará o limite permitido”, explicou.

PINHEIRO MACHADO – No Colégio Estadual General Hipólito Ribeiro, a direção informou ao TP que o retorno das aulas acontecerá no próximo dia 16, sem repassar mais informações.

BAGÉ – Na escola Dr. Carlos Antônio Kluwe, as aulas retornaram de forma presencial no dia 9 de agosto. Segundo a supervisora Glauce Vargas, o retorno foi tranquilo e os alunos estão voltando aos poucos. “Cada dia retornam mais alunos, dentro do esperado para o retorno à normalidade”, disse.

A escola Carlos Kluwe retomou no dia 9 de agosto de forma presencial Foto: Divulgação TP

PRIMEIRO CONTATO – Assim como diversos alunos ingressaram em escolas diferentes durante a pandemia, alguns professores também encararam esse desafio de começar em um novo lugar, e totalmente à distância. Na última quinta-feira (11), o TP conversou com a professora Débora Plotzki Reis, que conheceu suas turmas e colegas de trabalho presencialmente nesta semana. Ela começou um novo desafio na Carlos Kluwe no ano passado, quando o ensino já estava sendo remoto por conta da pandemia.

Em suas redes sociais, Débora publicou uma foto dizendo estar animada com o seu primeiro dia. “Daqui a pouquinho minha primeira aula presencial na escola Carlos Kluwe. Entrei na escola em meio à pandemia, nunca tive contato direto com os alunos e colegas, somente por Classroom e Meet. Hoje nos encontraremos”, escreveu ansiosa.

A professora conheceu o ambiente de trabalho nesta semana Foto: Divulgação TP

Ao conversar com nossa equipe, a professora de literatura disse que o primeiro dia foi muito esperado e confessou ter perdido algumas noites de sono por conta da expectativa. “Apesar do medo em voltar, no momento que pus os pés na sala de aula é como se uma nova chama brotasse em todo meu ser, a gana de dar aula, de interagir com os alunos, de tentar passar, pelo menos uma faísca que os incentivem a buscar cada vez mais o conhecimento e o aprimoramento, pois eu ainda acredito que a educação seja a nossa maior arma para um futuro melhor para todos”, contou.

Ao ser questionada sobre a inserção na escola totalmente online e sem conhecer ninguém, Débora disse que foi estranho por tudo estar em um novo formato e com desafios diários. “Na verdade foi preciso me reinventar a cada momento. Tudo que é novo nos tira de nossa zona de conforto. Nas aulas online, muito poucos alunos abriam a câmera, acabamos por nos sentir sozinhos, pois ficam aquelas fotinhos ali, que na maioria das vezes apenas respondem a chamada”, destacou.

Ela também, disse que foi uma oportunidade de aprendizado. “Uma nova forma de transmitir o conhecimento”, finalizou.

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