Descarbonização

O discurso esta semana do governador Eduardo Leite, que também pretende ser o candidato do PSDB à presidente da República em 2022, destacando o compromisso do Rio Grande do Sul com políticas de descarbonização, apesar de se enquadrar no chamado politicamente correto, não foi bem visto, especialmente na região de Candiota.
A meta planetária de emissão cada vez menor de gases do efeito estufa é uma luta, sem dúvida alguma, de todos. Contudo e neste sentido que vai sempre a nossa defesa do carvão mineral, os que mais poluem e poluíram o mundo desde a Revolução Industrial, é que devem arcar com as metas mais ousadas. O Brasil e neste caso o Rio Grande do Sul, sempre foi um país, que ao contrário dos EUA, Europa e Ásia, não possui culpa relevante no momento climático que vive o planeta.
O carvão mineral foi e é ainda o motor do desenvolvimento mundial, assim como o petróleo. Foi em cima deles, que os países desenvolvidos garantiram qualidade de vida às suas populações. A conta disso agora é planetária, mas precisamos dividir este ônus não de forma igual e sim quem poluiu e polui mais, tem que fazer o maior esforço.
Quando nosso governador assumirá na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), de 1º a 5 de novembro, em Glasgow, na Escócia, que até 2050 o RS terá zero de emissões de carbono, nós precisamos saber como ficamos. Não discordamos das metas ambientais e de um mundo descarbonizado, porém não admitiremos o desmonte, sem planejamento, indenizações e substituições até 2050, da indústria carbonífera, que pode sim se transformar em carboquímica com a gaseificação.
Ao ignorar, em nome de um discurso palatável aos olhos do mundo, o fato do RS ter as maiores reservas de carvão mineral do Brasil e que elas estão localizadas em sua maioria numa região ainda empobrecida, o governador nos sinaliza abandono. Não acolheremos este esquecimento. O carvão pode fazer parte da transição energética, mas para isso será preciso luta e coragem de nossos governantes. Nos virar às costas e nos desconhecer não é o caminho.

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