*Por Marco Antônio Ballejo Canto
Estava conversando esta semana com uma pessoa que me disse que dia 20 era feriado. Tentei me lembrar que feriado havia em 20 de novembro, pesquisei e descobri que o feriado era coisa nova.
O Brasil vivenciou em 2024 o primeiro ano em que o Dia da Consciência Negra é celebrado como feriado nacional. Este reconhecimento advém da sanção presidencial ocorrida em dezembro de 2023, realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até então, para que a data fosse considerada feriado, era necessário o respaldo de leis estaduais ou municipais. Essa importante mudança legislativa transforma o dia 20 de novembro em uma data de reflexão e celebração nacional.
Antes da lei, o Dia da Consciência Negra já era reconhecido como feriado em algumas regiões do Brasil. Especificamente, seis estados e aproximadamente 1.200 municípios já haviam adotado oficialmente a data, de acordo com informações fornecidas pela Presidência da República. A aprovação do feriado nacional foi um passo marcante na celebração das contribuições dos afrodescendentes na cultura e na história do Brasil.
Todos sabemos que os negros brasileiros relatam muitas histórias de intolerâncias e situações constrangedoras em que se envolvem ou são envolvidos pelo simples fato de terem a pele escura ou preta como muitos preferem usar como referência.
Como eu não sou negro e nem vivi coisas que os negros vivem, não há como falar ou pensar como se negro fosse. Mas algumas coisas me chamaram a atenção na vida. Negro pobre é uma coisa, negro rico é outra coisa. Mas esta regra vale para branco pobre e branco rico.
O que gera problemas é a estupidez humana. O agressor sempre é um estúpido. E humanos estúpidos temos pra todos os lados.
Promover o ser humano que está ao nosso lado é uma arte para poucos. Certa vez eu li uma história de um sábio a quem alguém perguntou: O que é o mais importante? O sábio respondeu: – O momento presente. Alguém continuou: – Quem é a pessoa mais importante? O sábio respondeu: – A que está ao teu lado. Finalmente: – O que é mais importante fazer? O sábio afirmou: – Fazer feliz quem está ao teu lado.
Há coisas que me parecem simples. É preciso valorizar e promover a participação do negro em todos os segmentos da vida nacional, afinal, o negro é cidadão, o negro é empreendedor, o negro é consumidor, o negro é parceiro de jornada do branco, do índio, do árabe, do judeu, do asiático, enfim, de todos, com virtudes e defeitos que são individuais. O que separa é o dinheiro e a estupidez.
Este dia de feriado poderia ser utilizado pelas pessoas para estudarem um pouco e procurarem entender que vivemos num país com amplas virtudes e significativos defeitos, mas todas as nossas virtudes e defeitos coletivos são de responsabilidade de todos nós.
Se até hoje os que podem mais não entenderam que é preciso socializar a riqueza, o que significa que os ricos podem continuar ricos, mas os mais pobres podem ser menos pobres, vamos continuar convivendo com a discriminação aos que com poucas oportunidades recebem e como os negros economicamente no Brasil ainda não estão no patamar desejado pelos mais ricos, para os negros a luta para ocupar espaços será sempre necessária.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*