EMPREGOS

Dieese faz estudo sobre a indústria do carvão mineral no Brasil sob o ponto de vista do trabalho

Órgão vinculado aos movimentos sindicais pretende traçar um perfil da atividade econômica

Pesquisadores se reuniram na Prefeitura com setores da sociedade de Candiota na última quarta-feira (24) Foto: J. André TP

Nesta semana, três pesquisadores do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estiveram em Candiota fazendo visitas e levantamentos de dados de campo sobre a indústria do carvão mineral.

Os economistas Nelson Karan, do Dieese de Santa Catarina, e Renata Belzunces, de São Paulo, vieram acompanhados do supervisor técnico do Dieese no RS, Carlos Franzoi. Na manhã da última quarta-feira (24), eles se reuniram na Sala de Reuniões da Prefeitura com lideranças sindicais da cidade, bem como com membros do governo local.

O estudo leva em conta a questão ambiental, mas tem um viés para a pauta do trabalho e do emprego, conforme explicou ao TP, o economista Nelson Karan.

Nelson Karan, Renata Belzunces e Carlos Franzoi visitaram instalações e conheceram a realidade local da indústria do carvão Foto: J. André TP

É nítido, pela rápida pesquisa que o jornal fez em relação ao estudo, de que ela vai apontar para sensibilidade da questão ambiental da indústria do carvão, para um possível encerramento de atividades do setor nas próximas décadas e, conforme Karan, a ideia é buscar alternativas neste sentido.
Durante o encontro com as lideranças candiotenses, os pesquisadores puderem ver e até se surpreender com a importância desta atividade econômica para a realidade local, trazendo elementos além da frieza dos números. Eles visitaram instalações de trabalho como as minas de carvão, as usinas, as cimenteiras e o aterro sanitário, que são atividades econômicas com relação direta com a o setor. “A nossa ideia é fomentar alternativas econômicas, incluindo ou não o carvão, analisando o potencial de cada região”, salientou Karan, lembrando que o estudo também analisa a região carbonífera de Santa Catarina. Eles levantaram preocupação com a possibilidade de fechamento em 2027 da UTE Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo (SC), que agora foi vendida pela Engie ao grupo FRAN. Nesta data está previsto o fim dos subsídios ao carvão da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e que é fundamental para o funcionamento daquela unidade.

Neste momento, os pesquisadores ainda estão fazendo conversas com a sociedade, notadamente com os setores ligados ao mundo do trabalho, realizando o levantamento do perfil do trabalhador no setor do carvão, o impacto desta atividade nas finanças públicas, além de um perfil socioeconômico das regiões. “Nossa saída não será de um lado só”, garantiu o pesquisador.

Ao fim do estudo será feito um relatório e a expectativa é que fique pronto em meados de 2022.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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