Na sexta-feira (27), foi o Dia Nacional da Doação de Órgãos e neste mês é lembrada a campanha Setembro Verde, criada a partir da Lei 15.463/2014, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos.
A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de uma pessoa viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas (receptores), com a finalidade de reestabelecer as funções de um órgão ou tecido doente. A doação é um ato muito importante, pois pode salvar vidas. Acontecem por meio de procedimentos cirúrgicos denominados transplantes.
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador. Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam da doação.
DIZER QUE QUER SER DOADOR
Conforme o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), é importante que a pessoa que deseja ser doadora de órgãos, fale para a família dessa vontade, para que após a sua morte, os familiares possam autorizar a doação e retirada dos órgãos e tecidos. Isso porque no Brasil, a doação só pode ser realizada mediante autorização familiar.
Quem necessita de transplante entra para uma lista de espera, única e organizada por estado e região, monitorada pelo SNT. No Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Assim, mesmo que uma pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser doador, a doação só acontece se a família autorizar. Dessa maneira, se a família não autorizar a doação, os órgãos não serão retirados e a oportunidade da realização dos transplantes, tirando pessoas das listas e devolvendo a vida ou a qualidade de vida, será perdida.
No Brasil, em 2023, foram realizadas 8.180 entrevistas familiares, sendo registradas 3.465 negativas para doação de órgãos. Na região Sul, entre os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as estatísticas mostram que de 2.109 entrevistas familiares realizadas, houve 734 negativas. No RS, foram 773 entrevistas com familiares e 343 negativas.
Importante destacar que o Sistema Nacional de Transplantes cuja função de órgão central é exercida pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT) é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e células-tronco hematopoéticas para fins terapêuticos.
BAGÉ
Na região, o hospital referência em cirurgias é a Santa Casa de Caridade de Bagé e o jornal contatou para saber se, atualmente, estaria acontecendo captação de órgãos na cidade. “Temos o programa, mas no momento não está ativo. Vamos reestruturá-lo num momento próximo e a imprensa será avisada”, informou ao TP a diretora técnica da Santa Casa, Terezinha Ricaldone.
Importante lembrar, que segundo o SNT, para acontecer a captação, é necessário ter uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) ativa, pois somente ela é capaz de efetivar a proposta de doação, melhorando a identificação e a manutenção de potenciais doadores.
DOAÇÕES EM 2023
Dados publicados pelo SNT apontam que no Brasil, em 2023 – última atualização – foram realizados ao todo 28.533 mil transplantes. Em maior número está o de córneas, com 16.027 procedimentos e de rins, com 6.208 mil.
TABELA DE TRANSPLANTES 2023
* Geral – 28.533
* Coração – 430
* Fígado – 2.416
* Pâncreas – 26
* Pulmão – 81
* Rim – 6.208
* Pâncreas/rim – 93
* Multivisceral – 1
* Córnea – 16.027
* Medula Óssea – 3.251
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*