LUTO

Dona Irene deixou legado cristão em Candiota

Assim como milhares de brasileiros, ela perdeu a luta contra a Covid-19 aos 75 anos. Foi a sexta vítima na Capital Nacional do Carvão

Uma mulher de fé. Sempre disposta a ajudar e a levar uma palavra de conforto a quem estivesse precisando. Assim, dona Irene Bulsing Almeida deixou um legado verdadeiramente cristão durante os 75 anos em que viveu, sendo boa parte deles em Candiota. Ela faleceu no último dia 9 de março, na Santa Casa de Bagé e foi a sexta vítima da Covid-19 do município.

 

AMOR AO PRÓXIMO – Sempre presente na igreja Católica, ela era integrante do Ministério da Eucaristia e do Ministério de Visitação aos Doentes. Um bom tempo de sua existência foi dedicado a levar a euca­ristia àqueles que aceitavam e pediam para receber, especialmente os acamados. Seu lema era ‘trabalho e oração, Deus em primeiro lugar’.

Dentro de sua fé e conduta cristã, dona Irene era aquela vizinha que fa­zia pão e doces, compartilhando com os amigos – a quem estava sempre disposta a ajudar. Segundo os familiares, acordava cedo e cuidava da casa, dos seus animais de estimação e da família. Fazia comidas sau­dáveis, tinha chá para todo tipo de enfermidade, sempre prezando pela saúde da família e da vizinhança no entorno da rua Manoel Lucas de Lima, na sede de Candiota.

Ela amava cozinhar o que o neto e as netas gostavam de comer. Se preocupava com as pessoas e com a natureza. Juntava água da chuva para molhar flores e sua horta, reaproveitava materiais para não poluir o meio ambiente, além de ser contra o desperdício.

Nascida em Caçapava do Sul em 2 de outubro de 1945, dona Irene era casada com seu Oli Luiz Almeida e mãe do Fernando, da Flú­via e da Flávia. Era avó da Isabela, do Murilo, da Laís e da Luiza.

De uma família de nove irmãos, desde pequena ajudou a cui­dar dos irmãos mais novos. Trabalhou na enfermagem por longos anos no hospital de Caçapava do Sul, vindo daí sua vocação à solidariedade.

Dona Irene havia comemorado os seus 75 anos em outubro passado junto com a família que amava tanto Foto: Arquivo Familiar/Especial TP

LUTA CONTRA A COVID-19 – No último dia 25 de fevereiro, após alguns dias de sintomas, como contou ao TP a filha Flávia, ela fez o exame de Covid, tendo testado positivo para o novo coronavírus. Um a um dos membros da família foram também testando positivo para a doença que tem atormentado o mundo há mais de um ano.

Ali, segundo Flávia, começou uma batalha. “Ela sentia muito cansaço, febre constante e o quadro foi se agravando, sendo necessário oxigênio, onde a equipe do COE e Secretaria de Saúde de Candiota disponibilizaram o aparelho em casa”, agradeceu ela.

Após alguns dias, o tratamento caseiro não estava sendo su­ficiente, quando foi transferida para a Santa Casa de Bagé, tendo se mantido no oxigênio, mas ainda assim com a saturação muito baixa. Segundo a família, dona Irene estava mais de 90% do pulmão compro­metido, precisando ser removida para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com urgência.

A sua luta encerrou às 2h26da madrugada do último dia 9, não tendo resistido a duas paradas respiratórias. Ela foi sepultada no mes­mo dia, às 14h, no Cemitério da Santa Casa, em Bagé.

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