INCLUSÃO

“Ele é tudo pra mim”, diz mãe de Pedro, portador de síndrome de Down e morador de Candiota

Pequeno, que conta com o estímulo e amor familiar, possui uma vida regular escolar e de desenvolvimento

Pedro, 4 anos, junto aos pais Foto: Divulgação TP

Nesta semana, em que se ressalta os dias mundial e nacional da síndrome de Down – 21 de março, o Tribuna do Pampa conta a história de uma família unida pelo amor e pelas lutas diárias em prol do desenvolvimento do filho. O dia 22 de julho de 2019 nunca mais foi o mesmo para o casal de Candiota moradores da sede do município, Aline Flores e Luiz Laudimir Gonçalves. Naquela data nasceu o pequeno Pedro Henrique Flores Gonçalves, hoje com 4 anos de idade, portador de síndrome de Down.

Carinhoso ao extremo e vaidoso, o pequeno Pedro é um exemplo de que ser diferente é normal e que tudo pode ser conquistado. Apesar de ainda apresentar problema na fala, Pedro é estudante assíduo e atualmente, além de uma babá fora de casa, frequenta o pré na Escola Municipal de Educação Infantil Odete Lazzare Corrêa, localizada na sede de Candiota.

Ao jornal, Aline conta ter ficado sabendo que o filho era Down na hora do parto. “Fiz todos os exames e nada foi constatado, na hora do parto o médico me disse da síndrome. No começo foi bem complicado pra eu aceitar, mas minha família sempre esteve junto comigo me apoiando em tudo e me dando o auxilio que eu precisava”, lembrou a mãe de Pedro, emocionada.

Questionada pelo jornal, ela conta nunca ter sofrido com preconceito e que vive uma vida normal com o filho. “Hoje pra mim é normal lidar com a síndrome dele, não tenho mais aquele receio de sair com ele, de me expor com ele, pelo contrário, levo ele em todos os tipos de lugares comigo”, contou com lágrimas aos olhos. “Hoje eu choro de alegria por tudo que passei e conquistamos”, acrescentou.

Sobre quem era a Aline antes do Pedro e agora, ela ri e fala em sensibilidade. “Agora eu fiquei uma pessoa muito sensível e enfrento um leão por ele. Antes eu não era assim sabe, mas fico chateada quando ele passa pelas pessoas e é ignorado, porque ele não tem maldade, ele passa por todos cumprimentando”, disse, destacando “ele é tudo pra mim”.

 

ATIVIDADES E BRINCADEIRAS

Pedro estuda na escola
Odete Corrêa Foto: Divulgação TP

A mãe do pequeno Pedro diz que ele tem uma rotina normal. “Em casa, como qualquer criança com os pais é mais sapeca, já fora não apronta nem a metade. Ele tem dificuldade na fala, mas aos poucos ele já esta pronunciando algumas coisas. Fiquei surpresa quando ele começou a me chamar de ‘mama’ e quando ele começou a ir à beira do vaso sanitário para fazer xixi sozinho”, contou.

Além da escola regular, Pedro tem atendimentos com fonoaudióloga, além de psicóloga e fisioterapeuta em Bagé no Caminho da Luz.

Sobre o que Pedro mais gosta de fazer e brincar quando está em casa, Aline relata que o filho gosta de jogar bola, passear de motoca e tem a mania de brincar com uma toalhinha, ficar sentado sacudindo, além de se olhar no espelho.

 

MENSAGEM

 

Solicitada pelo TP a deixar uma mensagem às famílias de crianças com síndromes e a sociedade como um todo, Aline abre o coração. “Olha que as pessoas não deixem de tratar diferente uma criança que é tão dócil e que não ignorem esse tipo de criança. E os pais que procurem ajuda da família, amigos e parentes para superar isso”.

 

SOBRE O DOWN

 

Condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos, em vez de dois. Além de comprometimento cognitivo, pessoas com Síndrome de Down apresentam algumas características físicas em comum. Cada uma tem um ritmo de desenvolvimento e, como todas as outras pessoas, personalidade própria.

Alguns problemas de saúde são mais frequentes, como as cardiopatias congênitas, alterações da tireóide e doenças autoimunes.

Cuidados que consideram estas especificidades são importantes, assim como programas de intervenção precoce com equipe multidisciplinar.

DIA MUNDIAL E NACIONAL

 

A data comemorativa nacional foi instituída pela Lei nº 14.036/2022 que estabelece: “Os órgãos públicos responsáveis pela coordenação e implementação de políticas públicas voltadas à pessoa com síndrome de Down são incumbidos de promover a realização e divulgação de eventos que valorizem a pessoa com síndrome de Down na sociedade”.

O Dia Mundial é um momento de conscientização global oficialmente observado pelas Nações Unidas desde 2012. A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD da ONU), diz: “Participação e inclusão plena e efetiva na sociedade”.

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