TRADIÇÃO AUDIOVISUAL

Escola Jerônimo realiza a 10ª edição do “Curta os Clássicos” em Candiota

Curtas foram apresentados durante três dias Foto: Maria Leonora/Especial TP

Encerrou na quinta-feira (30), a 10ª edição do “Curta os Clássicos”, idealizado e organizado pela Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Jerônimo Mércio da Silveira, em Candiota, entre os alunos do ensino médio. Neste ano durante os três dias de evento no Centro Cultural, 12 filmes foram apresentados aos alunos e para a comunidade, além da reprodução de outros 10 clássicos que foram criados entre os 10 anos do projeto.

A professora e idealizadora dos Curtas, Sônia Marques, contou que a ideia do projeto surgiu em 2013 com o objetivo de estimular a leitura dos clássicos da literatura brasileira e universal, fazendo com que os jovens utilizassem os recursos tecnológicos. “É um projeto que envolve as turmas desde o segundo trimestre, com a leitura das obras, exposição oral com resumo e resenha dos livros lidos, reescrita das histórias, criação de roteiros, material de divulgação, filmagens e edição”. Segundo a professora, a apresentação dos filmes sempre acontece entre o final do mês de novembro e início de dezembro. Além disso, este ano foi marcado como a retomada do projeto, já que a sua realização foi interrompida em 2021 e 2022.

OS CLÁSSICOS

 

Ao ser questionada se há produções que marcaram a trajetória do projeto ou que sempre são relembrados, a professora garantiu que diversas produções belíssimas já foram apresentadas ao longo dos anos, e por este motivo não teria como escolher apenas uma. “Quando eu apresento o projeto para as turmas que entram na escola, no início de cada ano, eu passo 5 dias de vingança, que é um filme de ação produzido em 2016 e é uma releitura de Incidente em Antares, de Érico Veríssimo; Policarpo Cumbica, uma tragicomédia produzida em 2016, que é uma releitura de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto; O homem da capa preta, produzido em 2018, é uma releitura de O gato preto, de Edgar Allan Poe, dentre outros”, informou.

Em relação à escolha dos temas, a idealizadora respondeu que o ponto de partida sempre envolve a leitura de obras da literatura nacional e internacional, mas normalmente os professores se reúnem no inicio do ano letivo e sugerem algumas obras. “É um projeto interdisciplinar. Iniciou como uma proposta da Área de Linguagem, mas neste ano, professores de outras áreas participaram ativamente orientando algumas turmas”. A duração dos filmes vária de acordo com cada turma e escolha, sendo o mínimo de cinco minutos e o máximo em torno de 30.

 

AVALIAÇÃO

Professora Sônia (C) juntamente com as colegas na apresentação Foto: Maria Leonora/Especial TP

A respeito da premiação dos filmes que são criados pelos alunos do ensino médio, mas que podem envolver a escola inteira, a professora informou que não há avaliação de 1º, 2º e 3º lugar por ser um trabalho pedagógico, com a intenção de estimular a criatividade e a proatividade, não costumam fazer classificações.“Fizemos isso apenas uma vez, em 2015. Foi uma experiência interessante, mas a ideia do projeto é uma mostra dos curtas produzidos a partir das leituras, sem  classificar e premiar”, explicou, dizendo que todos ganham com o que compartilham com os colegas e a comunidade.

 

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Tribo marcou presença no último dia do evento Foto: Divulgação TP

Neste ano, a professora falou sobre a inovação que o projeto recebeu. Com a intenção de contemplar as leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino de História e Cultura africana e afro-brasileira no ensino fundamental e médio e ensino de história e cultura indígena, a turma 201, sob a coordenação da professora Zenaide Montes realizou um trabalho exclusivamente com literatura que envolvesse o universo da cultura afro-brasileira.
Já as turmas 300 e 301, que foram orientadas por Sônia e pela professora Lisiane Silveira, trabalharam sobre a cultura indígena, com a produção de um documentário incluindo entrevistas com os integrantes da Tribo de Guaranis Mbya, Tekoá Pindó Mirim, criando curtas a partir da leitura de contos indígenas.

Durante o encerramento nesta quinta-feira (30), o evento recebeu a presença de indígenas que aceitaram o convite feito pelas turmas envolvidas, realizando mostra de artesanato e também apresentando o coral da tribo.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

 

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