PANDEMIA

Executivo de Pinheiro Machado cogita possibilidade de rever decreto

A reportagem entrou em contato com o prefeito Zé Antônio no início da tarde deste sábado (28) e foi informada que novas decisões devem ser tomadas na segunda-feira (30) quanto à flexibilização do decreto – que tem mantido apenas serviços essenciais como supermercados, farmácias e postos de combustíveis em funcionamento em Pinheiro Machado.

Apesar disso, o gestor disse ver a situação com bastante cautela e levando em consideração os dados da pandemia nos municípios vizinhos. “Estamos estudando essa possibilidade de flexibilização diante dos Boletins Epidemiológicos divulgados diariamente pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul). Segundo esses números, a disseminação do vírus está aparentemente controlada em cidades próximas como Piratini e Pelotas, por exemplo. Ao mesmo tempo entendo que isso se deu muito em função das pessoas terem entendido a importância do isolamento nesses últimos dias”, explicou Zé Antônio.

Diante desses dois fatores, o prefeito disse que, para tomar a decisão, precisa de subsídios da Secretaria de Saúde para liberar o funcionamento de outros estabelecimentos. Ele destacou a importância do município contar com produtos para intensificar a higiene nesses locais. “Preciso saber se dispomos realmente de álcool gel, luvas e máscaras suficientes para as pessoas trabalharem. Se houver a flexibilização do decreto, o município precisa dar uma atenção e suporte a esses funcionários que estarão expostos ao vírus”, disse.

Zé Antônio utilizou as lojas de materiais de construção como exemplo de possível alvo dessa mudança. “Penso que nesse momento em que as pessoas estão em casa, sem muitas opções do que fazer, podem se manter ocupadas fazendo algum tipo de reforma. Se retomar o funcionamento dos estabelecimentos que oferecem esses produtos daremos a possibilidade de tirar parte da população do tédio, realizar melhorias em suas residências e ao mesmo tempo dar a chance para que esses comércios não sofram totalmente com as medidas de fechamento como o decreto que está em vigor atualmente”, sugere o gestor.

Do mesmo modo, ele disse que nada está totalmente decidido e que isso acontecerá somente quando a equipe do Executivo e do Comitê Extraordinário de Saúde (COS) verifique essa possibilidade – sem que a saúde da população seja colocada em risco. O prefeito pinheirense disse que junto ao enfrentamento do problema de saúde, também há uma preocupação constante com a economia do município e do comércio local. “Entendemos que também é importante uma atenção especial a esses pequenos e médios empresários que vivem disso aqui no nosso município e que são a fonte de sustento de muitas famílias. Eles estão diretamente sofrendo as consequências dessa pandemia, mas acredito que juntos vamos encontrar uma saída e nos adaptarmos a esse tempo difícil, que torço para passar logo”, registrou Zé Antônio.

ACIAS – Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços (Acias) de Pinheiro Machado, o momento é de extrema preocupação – tanto com o problema de saúde pública quanto com a saúde financeira dos comércios locais. “A diretoria e os sócios estão em constante diálogo para que não seja tomada nenhuma decisão que coloque em risco a vida das pessoas – tanto nossos colaboradores quanto à comunidade em geral. Ao mesmo tempo estamos muito preocupados com o que pode vir a acontecer principalmente com as empresas de pequeno porte, é uma situação muito delicada mesmo”, disse Jesus Benê Gomes.

Conforme contou para a reportagem, diante da rápida disseminação do coronavírus em cidades como Bagé – que já conta com nove infectados pela covid-19 e que teve seu primeiro caso confirmado justamente na área da saúde – alguns empresários haviam optado pela suspensão das atividades mesmo que não houvesse uma imposição das autoridades. “Fizemos contato com as associações comercias de cidades próximas para saber o posicionamento deles e a ideia inicial era optar pelo fechamento temporário e continuar acompanhando a evolução da pandemia. Também fomos orientados pela Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) para que ocorresse o fechamento parcial do comércio, mas eles deixaram claro que isso não era uma exigência. Logo em seguida veio o decreto por parte do município e naquele primeiro momento acreditamos que realmente foi o melhor a ser feito”, afirmou.

A partir de então, com a observação dos casos da doença nos municípios vizinhos, já foi solicitada uma região com o Poder Executivo para a próxima segunda-feira (30) a fim de estudar a possibilidade do comércio reabrir – desde que sejam cumpridas as devidas restrições e estejam permanentemente em acordo com as recomendações dos profissionais da saúde. “Fato é que muitas empresas do município podem realmente acabar decretando falência, mas ao mesmo tempo estamos conversando bastante com a equipe da Secretaria de Saúde para tomar uma posição responsável diante da pandemia. Por enquanto nada decidido”, finalizou Benê.

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