ECONOMIA

Família Lazzarotto aposta no cultivo de olivas em Candiota

Neste ano, pais e filhos colheram a primeira safra que possibilitou a produção de 4,7 mil litros de azeite 100% extravirgem

A próxima colheita de azeitonas deverá ocorrer entre março e abril de 2017

A próxima colheita de azeitonas deverá ocorrer entre março e abril de 2017 Foto: Divulgação TP

O clima, o solo, a capacidade produtiva, a localização geográfica e a presença de ventos abundantes levaram a família Lazzarotto a escolher a cidade de Candiota para investir no plantio de oliveiras. O cultivo começou em 2009 em uma propriedade no quilômetro 145 da BR-293, após uma viagem à Europa do diretor-presidente da Artesano Móveis Ltda, Vanildo Lazzarotto. Ele degustou o azeite de oliva produzido por lá e sentiu-se inspirado em fabricá-lo no Brasil. A partir daí teve início em solo candiotense a edificação de uma indústria que, posteriormente, contou com a presença de técnicos europeus para a instalação de maquinário de ponta, a fim de viabilizar a tecnologia de extração a frio.

Flávio apresentou na Expointer deste ano, em Esteio, o azeite produzido em solo candiotense

Flávio apresentou na Expointer deste ano, em Esteio, o azeite produzido em solo candiotense Foto: Divulgação TP

A primeira safra da Oliveiras do Seival foi colhida neste ano e rendeu 45 mil quilos de azeitonas, o que possibilitou produzir 4,7 mil litros de azeite de oliva 100% extravirgem. “A gente quer vender produtos de primeira linha”, diz Flávio Lazzarotto, que administra a empresa juntamente com os pais e a irmã. A família se envolve tanto na colheita como no processamento das azeitonas. A próxima safra está prevista para março e abril de 2017. Além da Oliveiras do Seival, Flávio e a família são proprietários da Artesano Móveis, fundada há 34 anos em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.

Sobre os negócios na Capital Nacional do Carvão, o empresário destaca que está aprendendo com a cultura e que os produtos já podem ser adquiridos na loja virtual da empresa (www.oliveirasdoseival.com.br). “Obtivemos a legalização que precisávamos e agora vamos começar a introdução nos pontos de venda. Mais adiante teremos venda direta”, destaca Flávio.

O nome Oliveiras do Seival foi escolhido em homenagem à Batalha do Seival, um conflito militar que ensejou a proclamação da República Rio-Grandense em 10 de setembro de 1836.

OLIVICULTURA NO RS – O Rio Grande do Sul conta com oito indústrias, distribuídas nos municípios de Candiota, Pinheiro Machado, Dom Pedrito, Formigueiro, Caçapava do Sul, Canguçu, Cachoeira do Sul e Santana do Livramento. O estado possui mais de 7.413.509 hectares recomendados para o cultivo de oliveiras.

Os produtos estão à venda na loja virtual da empresa

Os produtos estão à venda na loja virtual da empresa Foto: Divulgação TP

Para iniciar o plantio, é importante ter como base solos soltos, profundos e bem drenados, pois a oliveira não tolera a umidade, maior limitador para o desenvolvimento da muda. Entre as variedades mais cultivadas estão as espécies arbequina, arbosana e koroneiki, seguidas por picual, frantoio, coratina, leccio, marizalina e galega. Para a produção dessas mudas, é necessário diferentes variedades no pomar para melhorar a polinização. A partir do quarto ano, a plantação está pronta para produzir, chegando ao seu máximo a partir do oitavo ano, quando o potencial de produção pode chegar de 9 mil a 15 mil quilos por hectare.

O instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Jardelino Vieira de Souza, diz que a olivicultura é uma prática que necessita de muita paciência e dedicação. “É um investimento de longo prazo que requer paciência. O resultado não chega de um dia para o outro. O produtor precisa se dedicar a cada dia para que alcance o objetivo desejado”, explica.

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