RECONHECIMENTO

Invernada Piazitos do Rio Grande homenageia o inesquecível Luiz Henrique Chagas da Silva em Pinheiro Machado

O grupo tradicionalista realizou duas apresentações no CCTG Lila Alves

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Uma das mais belas vozes de Pinheiro Machado foi tema de homenagem no sábado (14), durante o segundo dia de programação oficial da Semana Farroupilha do CCTG Lila Alves. Luiz Henrique Chagas da Silva é o personagem principal da apresentação da Invernada Piazitos do Rio Grande. Ex-comandante da Briga­da Militar, ele faleceu em novembro do ano passado, aos 62 anos, vítima de cân­cer.

Com letra de Ma­theus Costa e música de Alexandre Brose, a canção “A saudade é voz marcada” registra a importância e todo o legado deixado por Chagas entre os integrantes do grupo tradicionalista. Além da música, os peões devidamente trajados com fardas da Brigada Militar emocionaram o público que acompanhou a estreia da temática de 2019.

Para o Tribuna do Pampa, o instrutor Jeferson Rodrigues, o Jundiá, contou sobre a homenagem. “Logo após o seu falecimento sabíamos que algo tínha­mos que fazer por ele, para registrar essa passagem. O Chagas tinha um vínculo afetivo muito grande com o grupo – além da sua fi­lha mais nova ter dançado durante muitos anos com a gente, ele também foi nosso instrutor e apresentador”, registrou.

Segundo ele, con­forme avaliou, a estreia da apresentação foi vista de forma muito positiva pelos pinheirenses. “Percebi que a homenagem foi muito bem aceita pelo pessoal, até mesmo porque o Chagas foi uma pessoa muito influente dentro do tradicionalismo”, disse. Jundiá também foi o responsável pela coreogra­fia, que nesta oportunidade recebeu suporte do tenente da reserva da Brigada Mi­litar, André Madruga, para aprimorar os movimentos militares.

Em 2019, a In­vernada Piazitos do Rio Grande está completando 15 anos de histórias. Atu­almente o grupo conta com 24 integrantes e está sob a coordenação de Cláudia Oliveira e Renata Garcia. O grupo ainda fez uma segunda apresentação em Pinheiro Machado na noite de quarta-feira (18) no CCTG Lila Alves.

 

Na foto, Jeferson Rodrigues e Isadora Chagas logo após a apresentação Foto: Divulgação TP

PRESENÇA DA FAMÍLIA Com um bom público nas dependências da entidade tradicionalista, uma dupla muito especial assistia a tudo com os olhos e ouvidos bastante atentos. Naquele momento, apesar de ser praticamente impossível descrever, Rauri e Isadora, dois dos três filhos de Cha­gas, provavelmente estavam com os corações em cons­tante sintonia com o pai. Talvez tenham sido poucas as palavras, mas a gratidão e o carinho com a homena­gem reforçaram a ideia de que o tradicionalismo, Luiz Henrique e Piazitos são um só – agora, sempre e para sempre.

Procurada pelo TP, a filha mais nova de Chagas aceitou conversar com a reportagem. Ela disse que já sabia sobre a homena­gem, mas foi surpreendida porque até então não tinha conhecimento exato do que se tratava. “Eu dancei nos Piazitos por uns 10 anos e meu pai sempre ali junto comigo. Ele me incentivava demais e gostava muito dessas coisas. O Jundiá, a esposa dele, a Claudinha e a tia Renata vieram aqui em casa e convidaram eu, meus irmãos e a minha mãe para assistir, mas não sabíamos como ia ser”, contou Isado­ra.

Chagas era uma importante referência para o tradicionalismo Foto: Divulgação TP

Ainda segundo ela, a mãe e a irmã preferiram não ir. “Minha mãe ainda não se sente preparada para entrar no CCTG de novo, é um lugar que nos traz muitas lembranças do meu pai e é um momento delicado para ela”, disse. Apesar disso, Maristela Chagas, viúva do homenageado, fez questão de registrar um agradeci­mento muito especial pelo carinho do grupo tradicio­nalista.

A certeza é que, atra­vés da canção escrita espe­cialmente para ele, Matheus Costa deu voz aos Piazitos e demais admiradores do eter­no Luiz Henrique Chagas da Silva. E, enfim, diante de tudo que poderia ser dito sobre aquela noite, faltou a voz marcante e inconfundí­vel daquele grande homem – nascido na cidade de Herval, mas pinheirense de coração. Neste ano, a Semana Farrou­pilha de Pinheiro Machado não conta mais com sua presença física, mas Chagas sempre estará ali, porque como diz a música, “quem um dia foi paixão – cartão postal de uma história – hoje é luz pra este rincão, nas entranhas da memória”.

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