FOSFATO TRÊS ESTRADAS

Lavras do Sul comemora licença de instalação de mina de fosfato no município

Um financiamento de R$ 15 milhões pelo BRDE foi anunciado para a Águia Fertilizantes para a fase de instalação. Jazida terá capacidade de produzir 300 mil toneladas por ano quando estiver funcionando plenamente

Domingos Lopes, Fernando Tallarico, Marjorie Kaufmann, Renato Silva e Sávio Prestes Foto: Felipe Ulbrich/Especial TP

A empresa Águia Fertilizantes obteve, na terça-feira (1º), da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fepam), a licença de instalação (LI) necessária para começar os trabalhos da mina de fosfato em Lavras do Sul, na Campanha Gaúcha. O anúncio da liberação ocorreu durante a primeira edição do Universo Pecuária – Futuro, Negócios e Sustentabilidade, que começou hoje e se estende até domingo em Lavras do Sul.

Participaram da solenidade – realizada no Gabinete da Pecuária Sustentável – o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Velho Lopes, a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffman, o presidente executivo da Águia Fertilizantes, Fernando Tallarico, o prefeito de Lavras do Sul, Sávio Prestes, e o presidente do Sindicato Rural, Francisco Abascal.

O empreendimento, situado em uma área inicial de 13 hectares localizada na região de Três Estradas, no segundo distrito de Lavras do Sul, será a primeira mina de fosfato da Região Sul do Brasil. A construção levará cerca de um ano e a mina terá capacidade de produzir 300 mil toneladas por ano quando estiver funcionando plenamente, o que atende a cerca de 15% a 20% da demanda gaúcha, segundo Tallarico. “Somos o principal exportador de commodities agrícolas para o mundo e, ao mesmo tempo, somos o maior importador de fertilizantes do mundo. Significa uma independência parcial da agricultura gaúcha”, disse o presidente executivo da Águia Fertilizantes.

O projeto Fosfato Três Estradas nasceu a partir da descoberta de rocha fosfática em Lavras do Sul. A Águia Fertilizantes iniciou os trabalhos de pesquisa mineral em 2011. O tempo previsto de vida útil da mina será de 15,5 anos, com possibilidade de ampliação para 22 anos. Após ser extraído na região, o fosfato concentrado será levado por caminhões até Rio Grande (RS), onde será processado em uma planta industrial próxima ao porto. Segundo a empresa, o fosfato produzido abastecerá fundamentalmente o mercado local do sul do País.

Prefeito Sávio Prestes (E) comemora a licença junto a Fernando Tallarico Foto: Felipe Ulbrich/Especial TP

PARA O MUNICÍPIO – Em entrevista ao Tribuna do Pampa, o prefeito de Lavras do Sul, Sávio Prestes, falou da importância do empreendimento para o município e região. “Estamos muito felizes e eufóricos, pois todas as mazelas se combatem com emprego, renda e desenvolvimento. Somos um país do agro, com capacidade de alimentar 20% da população mundial. E por incrível que pareça, um país com dimensões continentais, maior recurso hídrico de água potável do planeta, liberdade ainda para se trabalhar e clima favorável, além de agricultura e pecuária pujante, não produzimos quase nada de matéria prima para produção de fertilizantes. O fósforo ou fosfato, utilizado na indústria de fertilizantes do NPK ou aplicação direta como é o caso inicial da mina de fosfato, vem todo importado de outros países. Com uma produção que pode chegar a 300 mil toneladas por ano, ou de 12 a 15% da demanda do Estado, com aplicação direta e ótimos resultados para a agricultura, custo menor, sem frete, cerca de 120 empregos diretos iniciais e 480 indiretos, vai gerar movimentação em diversos setores, como o imobiliário, de serviços, produtos, hotelaria, gastronomia e turismo, porque movimenta toda cadeia produtiva. Costumo dizer que não somos a parte pobre, temos uma mina de ouro, porém branco, e podemos, com geração de empregos, aliado ao ICMS e outros impostos, chegar a um aumento de 7% no nosso orçamento municipal, representando até R$ 8 milhões a mais na nossa economia. Da pra pensar em plano de carreira, salários mais justos, investimentos em diversos setores. São só benefícios, tanto para Lavras do Sul como região e Estado”, explanou Sávio.

Para o deputado estadual, membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, e presidente da Frente Parlamentar da Mineração e do Polo Carboquímico na Região da Campanha, Paparico Bacchi, frisou que o apoio ao agronegócio não pode ser apenas discurso e por isso para ele é uma honra ter sido efetivo no processo de implementação do Projeto Três Estradas. “Sempre estive à disposição do prefeito Sávio Prestes e dos representantes da empresa Águia Fertilizantes, viabilizando audiências no Ministério de Minas e Energia, no poder judiciário e no governo estadual que, enfim, concedeu à empresa a licença que autoriza a instalação do projeto. Venho da agricultura familiar e saliento a importância do agronegócio para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. É inconcebível que o agronegócio nacional – rico em possibilidades – dependa de 80% dos fertilizantes importados. Isso aumenta o custo na produção de alimentos e impacta o consumidor final”, manifestou.

RECURSOS – Nesta quinta-feira (3), aconteceu um importante anúncio durante o evento, da liberação de um financiamento de R$ 15 milhões pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE) para a fase de instalação da mina de fosfato, considerada decisiva e mais importante, não só pelo começo de operação da mina, mas pela movimentação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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