ARTE E CULTURA

Livro de poesias sobre vivências e cotidiano surgiu após férias de escritora em Hulha Negra

“Eu, passarinho”, de Giana Guterres, aposta no relacionamento direto com o público em campanha de financiamento coletivo

Obra, que ainda está no formato digital, é todo composto por ilustrações Foto: Divulgação TP

Está no ar até dezembro uma campanha de financiamento coletivo para publicar o livro “Eu, Passarinho”, primeiro livro da escritora Giana Guterres. Entre as recompensas, há desde o livro com marcador de página exclusivo para os apoiadores até bordados com poemas da obra. Após a finalização da campanha, devem ser realizados dois eventos de lançamento.

“Eu, passarinho” é uma publicação independente e está na plataforma Catarse (https://catarse.me/eu_passarinho) até 15 de dezembro em uma pré-venda para auxiliar com os custos da produção editorial. A partir dos próximos dias, os apoiadores já começam a receber o livro digital. A coletânea de poemas é um con­vite à contemplação da leveza no cotidiano e trata da memória com leveza, utilizando metáforas com passarinhos em vários textos.

Ao Tribuna do Pampa, Giana Guterres, que também é jornalista, natural de Bagé, mas com forte ligação e propriedade familiar em Hulha Negra, contou que desde o início da campanha, os apoiadores têm recebido e­-mails com poemas do livro como forma de agradecimento enquan­to aguardam a finalização da publicação. “Após o término da campanha, serão realizados dois sorteios de ilustrações originais do livro e sorteio de exemplares físicos para apoiadores da recom­pensa Quero Quero, que inclui somente o e-book. A previsão para a entrega das recompensas por correio é a partir da segunda quinzena de fevereiro e que ha­jam dois eventos de lançamento em março de 2021, um em Bagé, Rainha da fronteira, e outro em Curitiba, no Paraná”, explicou Giana.

Balanço existente há anos na propriedade da mãe de Giana, na Serra da Hulha. Local considerado acolhedor pela escritora e movimentado apenas pelo cantar dos pássaros Foto: Divulgação TP

Questionada sobre o que a levou à escrita e pensar na publicação de um livro, ela relembra a adolescência e, mais atualmente, o teatro, outra grande paixão. “Comecei a escrever na adolescência e quando ia prestar vestibular fui premiada em um concurso de redação da Asso­ciação Rural de Bagé e em um prêmio literário da Biblioteca Pública, quando decidi fazer jornalismo. Porém, fiquei alguns anos sem escrever e retomei o contato com a escrita em 2015 quando já estava trabalhando com teatro. Retomar esse contato com a arte foi bem importante pra que eu me encontrasse com a arte novamente”, enfatizou.

Quanto à obra, ela disse ter surgido em um período de férias. “Eu, Passarinho é bem especial porque nasceu em um momento de férias na chácara da minha mãe, que fica na Serra da Hulha. Aqui onde passei a adoles­cência que tive contato mais pró­ximo com a natureza que aparece em muito do que escrevo e neste livro especialmente. Posso dizer que mais da metade do livro foi escrito aqui”, contou a escritora ainda do local.

A OBRA O livro tem 110 pági­nas e reúne poesias escritas desde 2016 pela autora, divididos em cinco capítulos. “Passeriformes” fala da honra às origens e relação com a terra; “Amor é ninho, mas também é voo” reúne poemas sobre o se relacionar com outro; “Birdwachting” aborda poemas com a observação de pássaros e contemplação da natureza; “A leveza do voo” traz a importância de uma alma leve e “Fragmentos” é uma mini coletânea de prosas poéticas.

“A obra revela com sin­gular maestria o segredo da vida – o que somente a poesia pode fazer. A trajetória só se torna leve quando somos os primeiros a nos dar a permissão de ser. Quando desfrutamos do frescor de uma chuva de verão em um típico final de tarde. Quando deixamos que as gotas conheçam os contornos do nosso rosto e que escorram, sem pressa, encharcando cada fio de cabelo”, escreve a jornalista curi­tibana Juliana Goss no prefácio de Eu, Passarinho.

A capa e as ilustrações internas foram criadas pela ar­tista curitibana Carina Flores, que trabalha com a expressão do feminino em papel. “Arte que busca empoderar mulheres a tornarem-se protagonistas de suas vidas. Através de objetos criados com afeto, busca provocar um movimento de reflexão e autocui­dado, dando início a uma jornada de transformação pessoal”, revela Carina sobre o seu processo cria­tivo.

A AUTORA Giana Guterres é jornalista e produtora cultu­ral, graduada em Jornalismo e Produção Cênica. Atualmente é mestranda em Comunicação na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Natural de Bagé, morou por muitos anos em Hulha Negra e reside na Grande Curitiba há 11 anos. Trabalha com projetos relacionados à literatura e teatro e com assessoria de imprensa na área de Cultura. Atualmente é produtora na Escola de Artes Digitais Revolution, organizadora do Topia Art Experience. Possui interesse em produção de arte por mulheres, comunicação e cultura, dramaturgia e teatro de animação. Escreve poesias (@floresciversos) e outros textos, borda e se interessa por vários assuntos aleatórios.

Comentários do Facebook