UMA DÉCADA DA TRAGÉDIA

Minissérie que retrata o incêndio da Boate Kiss conta com a participação de figurantes candiotenses

Kamily Flores (próximo de entrar na porta) disse que sentiu-se honrada em ter participado, mesmo como figurante Foto: Reprodução Netflix

Estreou no dia 25 de janeiro, na plataforma Netflix, a minissérie “Todo Dia a Mesma Noite”, produção nacional que reconta a tragédia envolvendo o incêndio na Boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, que resultou na morte de 242 jovens na cidade gaúcha Santa Maria. Outras 636 pessoas ficaram feridas em uma tragédia que, dez anos mais tarde, segue sem a responsabilização devida dos acusados pela Justiça Brasileira. A produção não se trata de um documentário, mas de uma dramatização focada não apenas no incidente em si, mas nas implicações do caso e na luta das famílias por justiça. A série é uma adaptação do livro homônimo da jornalista Daniela Arbex.

Muitas das cenas foram gravadas na cidade de Bagé, onde três jovens candiotenses figuraram, sendo eles João Nunes, Kamily Flores (foto) e Laura Vargas. João contou que conseguiu a vaga porque uma amiga estava ajudando na produção e ela precisava de jovens de 18 a 25 anos. “Foi aí que me candidatei e coloquei o nome das minhas amigas e fomos aprovados”, contou. As cenas foram gravadas em maio de 2022 no aeroporto de Bagé, para a cena em que um dos personagens chega a Santa Maria no dia da festa.

Kamily Flores disse que foi uma honra ter participado, mesmo que de figurante. “Uma série tão incrível como esta, sinceramente eu não esperava menos dela, todo cuidado que a produção teve, toda responsabilidade com as famílias e a mensagem que queriam passar, foi incrível”, resumiu.

João falou também sobre a emoção de ver na tela cenas que ele viu sendo gravadas. “Acho que não tinha uma pessoa no set de gravação que não estivesse emocionada”, comentou. O figurante ainda acrescenta: “vi muita gente falando mal da série antes de ser lançada, que era só para ganhar dinheiro, mas é de extrema importância falar deste assunto, para que essa história não se repita e que a justiça seja feita, a série aborda muitos assuntos que muitas pessoas não devem saber, foi muito legal fazer parte disso”, afirmou.

Por fim, Laura Vargas, que tinha apenas 12 anos quando aconteceu a tragédia, disse que lembra de ter ficado muito impactada com o acontecimento. “Pessoas tão jovens com tanto futuro pela frente, vidas tão importantes que acabaram por falta de responsabilidade de diversas partes e até hoje, 10 anos depois esses pais revivem a mesma noite em busca de justiça, por isso eu admiro e respeito muito esse trabalho (a minissérie), ele foi feito pra lembrar que esses familiares ainda estão na luta pela justiça, finalizou.

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