No último dia 26, duas moradoras do assentamento Lago Azul, no interior de Pedras Altas, cansaram das inúmeras quedas e faltas de energia elétrica fornecida pelo grupo Equatorial e contataram o jornal fazendo um verdadeiro pedido de socorro. Além delas, a empresa VRM Telecom, que fornece internet para o interior de Candiota, também entrou em contato pedindo ajuda aos clientes que sofrem com o mesmo problema.
LAGO AZUL
Jozane e Cátia moram no assentamento Lago Azul, que enfrenta sérios problemas Foto: Divulgação TP
As amigas e vizinhas Jozane Machado e Cátia Marques, moradoras do assentamento Lago Azul, relataram ao jornal que ultimamente estão ficando alguns dias sem luz, sendo que no dia em que fizeram contato, já estavam há dois dias sem energia elétrica.
Segundo Jozane, além do Lago Azul as comunidades Glória e Regina, entre outras, também estão passando pela mesma situação. “Temos crianças pequenas e trabalhamos com tambo de leite, e as coisas estão se estragando. Estamos fazendo um pedido de socorro”, solicitou, informando que muitas vezes a falta de luz é em razão de uma chave caída, mas como na localidade o sinal de celular é quase inexistente, não conseguem pedir ajuda. “Muitas vezes a chave fica caída e ninguém vem ligar, ficamos mais de três dias sem energia e podemos contar no mês os dias que tem”, lamentou ela, dizendo que em sua casa há gerador, mas para utilizar acaba gerando mais gastos.
Já a vizinha, Cátia Marques, disse que essa situação se arrasta há mais de dois anos, destacando que ficou ainda pior nos últimos 12 meses. “Segunda a energia voltou às 16h, e tivemos mais ou menos de 20 a 30 quedas na parte da noite, e hoje (terça-feira), faltou novamente”, disse ela.
A reportagem do jornal entrou em contato com a assessoria da Equatorial, que não informou o motivo do problema na localidade.
20 DE AGOSTO
Em Candiota, a mobilização partiu da fornecedora de internet, a VRM Telecon. Em conversa, a empresa informou que os clientes estão enfrentando queima de equipamento por falta de tensão, e acabam sendo prejudicados diariamente. “Alguns sem geradores para manter os seus mantimentos e sem comunicação”, repassaram.
Nos áudios enviados por alguns deles, está o depoimento de Raquel Vaz, dizendo que estão sofrendo praticamente todos os dias com a falta de luz e com as inúmeras quedas, que já se arrastam há vários dias. “Já aconteceu de queimar o nosso aparelho de internet três vezes, e nesta semana queimou novamente por esse motivo. Espero que isso se resolva, pois todos sofrem com isso e a metade dos nossos vizinhos têm gerador, mas a outra parte não”, contou, pedindo um posicionamento sobre o assunto e ressaltando que tem dois filhos pequenos, e com esse problema também ficam sem abastecimento de água.
Já o produtor de leite Orlando Cavalheiro, disse que isso está sendo uma vergonha e que estão enfrentando uma perda muito grande na parte do leite, além da gasolina e do diesel para conseguir manter a bacia leiteira. “Estamos sempre ligando e reclamando para a Equatorial, eles falam que vão agilizar essa rede que muitas vezes uns tem luz e outros não, mas continua sempre assim”, comentou ele, dizendo que o fornecimento piorou e que também precisam da internet para se comunicarem, pois segundo ele, morar no campo não significa que não precisam de internet.
O casal proprietário do Bar do Marildo, lamentou a perda de produtos que precisam de refrigeração, como sorvete, picolé e geladinho, entre outras coisas. “Desde quando entrou essa empresa nova, está dando esse problema. O bar tem que funcionar e sem luz não tem como, pois ninguém vai vir aqui tomar uma cerveja que não esteja gelada”, disse a esposa de Marildo, Lorena Brum. Além disso, ela também mencionou o problema com o freezer, que descongela e acaba prejudicando a carne armazenada. “Hoje a luz é tudo, eu tenho que carregar o meu aparelho de diabetes, e quando falta energia ficamos sem. Falam em comprar gerador, mas com o preço da gasolina não dá pra usar. A maior vergonha é pagarmos a luz cara do jeito que tá, e ainda comprar combustível para o gerador”, finalizou ela.
“Com as informações fornecidas não localizamos registro de ocorrência com esse tempo de pendência. O que mais se aproxima é uma do dia 25/02, que levou em torno de 32h para a finalização. A causa dessa ocorrência foi um defeito na rede, no cabo fora do isolador, reparo que leva um pouco mais de tempo para ser realizado. As demais ocorrências recentes foram atendidas em menos de 24h”, assinala a nota enviada pela assessoria da Equatorial.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
