O Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa ficou totalmente lotado no início da noite da última segunda-feira (18) para o ato em defesa da manutenção do plebiscito na Constituição do Rio Grande do Sul. Muitos tiveram que acompanhar os debates em pé ou sentaram no chão.
A grande mobilização foi uma resposta contundente à PEC 272/2019, do governador Eduardo Leite (PSDB), que tramita no parlamento e prevê a retirada do direito dos gaúchos e das gaúchas de decidir sobre o futuro da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).
Na oportunidade, o prefeito de Candiota, Adriano dos Santos, que é uma das principais lideranças do movimento, destacou a necessidade da política de privatização ser rediscutida. Para ele, mais uma vez os gestores do Estado e do país estão direcionando o problema diretamente para os trabalhadores. “Sabemos de tudo que podemos sofrer com a nossa manifestação, mas nesse momento não podemos nos omitir. Digo isso principalmente por ser líder político de uma cidade que vai sofrer muito com a privatização dessas empresas. A economia da nossa região se baseia na geração de energia e isto é um fato”, disse durante o ato.
Para Adriano, a proposta de privatização visa somente o resultado imediato para os interesses da atual gestão. “Cadê o resultado em longo prazo para o desenvolvimento do nosso Estado? Vender a CRM, CEEE, Sulgás e Banrisul com uma carta de clientes pronta para seguir usando, comprando matéria prima e gerando energia é fácil, eu quero ver ter vontade política para realmente investir nessas empresas e fazer com que elas sejam o verdadeiro marco do desenvolvimento do Rio Grande do Sul nas mãos dos servidores gaúchos”, desafiou.
Além de trabalhadores e trabalhadoras das três empresas, Corsan e Banrisul, compareceram os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex-ministro Miguel Rossetto, vários deputados federais e estaduais do PT e PSol, diversos vereadores e dirigentes sindicais. Todos levantaram várias vezes os cartazes e ergueram as suas vozes para reivindicar “Plebiscito Já!” Houve também apresentação de um vídeo da campanha de mídia, produzido pela Interlig, defendendo a consulta à população.
O evento foi promovido pelo Fórum de Combate às Privatizações, coordenado pelo ex-deputado Pedro Ruas, e contou com o apoio da Central Única de Trabalhadores (CUT-RS) e da Frente em Defesa do Patrimônio Público, integrada por sindicatos e federações que representam trabalhadores de empresas públicas estaduais e federais.
EM CANDIOTA – Conforme anunciou o prefeito Adriano dos Santos, a 23ª edição do Canto Moleque também será palco para mobilização. Um grupo de representantes em favor do plebiscito estará recolhendo assinaturas no evento que marca os 27 anos de emancipação da Capital do Carvão.
Além disso, visando informar a população acerca do tema, está marcada para a próxima segunda-feira (25), às 18h, no Ginásio de Candiota, uma audiência pública para debater o setor energético gaúcho – seus desafios, oportunidades e a importância da decisão popular.
A realização do ato está a cargo da Adefers, Senergisul, Sindicato dos Mineiros de Candiota, Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Sintec e Sengers. Diversas lideranças políticas da região já confirmaram presença.