DIA DO CONSELHEIRO TUTELAR

“Muitas vezes cheguei em casa e não consegui comer, pensando no atendimento”, disse conselheira de Candiota

Leni Lucena já está em atividade há oito anos ininterruptos

No último dia 18 de novembro, foi comemorado o dia do conselheiro tutelar, visando valorizar e reconhecer o trabalho destes profissionais que atuam na defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Pensando nisso, a reportagem do jornal entrou em contato com a conselheira candiotense, Leni Lucena, que já está atuando na área há cerca de oito anos ininterruptos.

Leni começou sua trajetória no Conselho Tutelar em 2007, quando concorreu pela primeira vez e permaneceu até 2009, ficando um tempo fora. Ela concorreu pela segunda vez nas eleições de 2016, se elegeu e desde então permanece como conselheira. Segundo contou, Leni disse que por muitos anos trabalhou em escolas dando aula, onde viu de perto que poderia ajudar de outra forma as crianças e os adolescentes. “Então surgiu a oportunidade de concorrer, e com o apoio do meu filho que sempre me incentivou, coloquei o meu nome à disposição e estou aqui até hoje”, relembrou, dizendo que sempre se elegeu e que nunca ficou na suplência.

Com alguns anos na bagagem, ela disse que tem muitas histórias que vivenciou ao longo do tempo, afirmando que os casos mais difíceis de atender são os que necessitam da presença e apoio da Brigada Militar, principalmente na parte da noite. “A Brigada Militar sempre vai armada, mas nós, conselheiros, vamos de corpo limpo, sem nada de proteção. Então, pra mim, essas situações são as mais difíceis que já encontrei”.

Como todos podem imaginar, quando o Conselho Tutelar é acionado, provavelmente não é para atender algo fácil, e todos já sabem que há alguém precisando muito ser amparado e protegido. “Eu nunca precisei me afastar do cargo, ou de atendimento psicológico, graças a Deus, mas tem que saber lidar com as situações. Muitas vezes cheguei em casa e não consegui fazer a minha alimentação, deitei e não consegui dormir, só pensando na situação que havia presenciado, de crianças que muitas vezes estavam passando fome, passando frio”, lamentou ela.

 

DESINFORMAÇÃO

Mesmo nos dias atuais, muitas pessoas não possuem informação das obrigações e de como funciona o trabalho de um conselheiro tutelar. Sobre como lidar com isso, Leni explicou que o Conselho Tutelar só pode atuar mediante a denúncias, reforçando que todas podem ser feitas de forma anônima, mas que sejam feitas de alguma forma. “Pedimos encarecidamente, se souber de alguma coisa que esteja acontecendo com o vizinho, amigo ou familiar, entre em contato conosco e denuncie. É anônimo, não precisa se identificar, mas passe o endereço que vamos verificar. Não importa o horário, se é dia ou noite, estamos sempre disponíveis para prestar o nosso serviço”.

Na oportunidade, a conselheira reforçou que é muito importante estar atendo às reações das crianças e adolescentes, principalmente nos relatos feitos, seja por algo que aconteceu na pracinha, na escola ou até mesmo em casa, é preciso ficar atento.

O Conselho Tutelar é formado por cinco titulares, sendo que em Candiota, todos são escolhidos por meio de eleição que acontece a cada quatro anos, sendo que a última foi realizada em 2023.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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