CORONAVÍRUS

“Não resolve fechar Bagé”, diz prefeito Divaldo Lara sobre bandeira preta

Prefeito de Bagé diz não admitir fechamento do comércio Foto: Reprodução TP

Na tarde desta terça-feira (5), o prefeito de Bagé, Divaldo Lara e o vice-prefeito Mário Menna Kalil, em transmissão ao vivo, falaram sobre a situação atual do município acerca da Covid-19 e quais as atitudes tomadas pelo governo. Isso porque a cidade, assim como toda Região 22 da Covid, está em bandeira preta (risco altíssimo de contaminação), sendo a única no estado nesta semana.

Um recurso havia sido interposto por Bagé, com apoio dos prefeitos da região, mas que foi indeferido e mantida a avaliação de bandeira preta. Assim que saiu o resultado, o município entrou com o pedido de cogestão, que permite que a cidade permaneça adotando os protocolos de bandeira vermelha, deferido pelo governo.

Durante a transmissão, Divaldo Lara explicou que a região ficou em bandeira preta devido a forma de avaliação feita pelo Estado. Ele caracterizou como injusta, pois explicou que em nenhum momento faltaram leitos ou protocolos, e que nenhum paciente SUS foi encaminhado para outro município. “Temos 16 leitos em toda região 22 entre Bagé e Dom Pedrito mas que não são utilizados somente para a região. Somente em Dom Pedrito, quatro, dos nove leitos ocupados, são de pessoas de outras regiões. Ao serem recebidos pacientes de outras regiões, quase esgota o número de leitos. Não é justo regiões como a de Pelotas mandar pacientes para Bagé e ficar em bandeira vermelha (risco alto) e nós, que recebemos esses pacientes, ficar em bandeira preta, pois temos capacidade de atender a demanda”, explicou Divaldo.

O prefeito ainda frisou: “O governo está forçando a abertura de novos leitos Covid, mas para isso é preciso fechar o bloco cirúrgico da Santa Casa e isso é condenar pacientes com outras enfermidades à morte. Só fecharemos o bloco cirúrgico se faltar atendimento para os bageenses, vamos lutar com o que for necessário”, frisou.

Acompanhando Divaldo estava Mário Menna, que explicou que a penalização da região 22 ocorre devido a proporcionalidade de leitos. “Se tivermos como base o cálculo da proporcionalidade de infectados por cada 100 mil habitantes, segundo dados oficiais do Governo Estadual, a região 22 possui menor número de infectados e é a 2º menor em número de vítimas. Exemplo é que a cada 100 mil habitantes, Bagé possui 2.040 infectados, enquanto há municípios que a cada 100mil habitantes, há 4.755 infectados. Na proporcional estamos em melhores condições e não poderíamos estar em bandeira preta”, destacou o vice-prefeito.

Mário Mena explicou os dados estaduais Foto: Reprodução TP

COMÉRCIO – Com uma avaliação em bandeira preta surgem questionamentos quanto a um possível “lockdown”, com o fechamento total do comércio. Com base nos dados do governo, durante a transmissão, Divaldo Lara reafirmou que não fechará Bagé. “Não resolve fechar o comércio e acabar com a economia. O que resolve é as pessoas terem consciência e cada um fazer sua parte, pois ao contrário lá do início da pandemia em que fechamos por sabermos a linha de transmissão, há algum tempo ela já é comunitária e como explicamos, leitos temos e ainda recebemos pacientes de outras regiões”, destacou Mena.

Lara completou: “Bagé chegou a ser o pior município em contaminação e hoje é o menor. Isso é fruto de um trabalho em equipe e do cuidado das pessoas”.

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