Papo de Redação – 19 a 22/MAI/2023

Uma comitiva da região esteve esta semana em Brasília cumprindo importantes agendas em vários ministérios, órgãos federais e no Congresso Nacional. O grupo foi liderado pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) e pelo Fórum de Desenvolvimento Regional, Manejo das Águas e Combate aos Efeitos das Estiagens (Fórum das Águas). A esperança é que políticas públicas voltadas para a região sejam retomadas pelo governo federal e desta forma solicitações importantes foram encaminhadas (o TP prepara um resumo para a próxima edição). Na foto, uma audiência no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Outra pauta tratada em diversos lugares foi a questão do nosso carvão e a transição energética justa, mas especialmente sobre o futuro da Usina de Candiota (Fase C), que pertence ainda ao grupo Eletrobras, por meio da subsidiária CGT Eletrobras. Nesta edição tem reportagem sobre como o assunto foi tratado no Ministério de Minas e Energia (MME), em audiência realizada na tarde desta quinta-feira (18).

A diretora do Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), Cristina Gonzales, já tornou tradição em sua militância em defesa da Usina de Candiota (Fase C), erguer cartazes em locais públicos. Foi assim na vinda do governador Eduardo Leite no lançamento das obras da rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC) em 2022; na vinda dos ministros a Hulha Negra este ano e também esta semana em Brasília. Na foto, ela está ao lado do presidente do Sindicato dos Mineiros, Hermelindo Ferreira, que também aderiu à prática.

A semana foi triste para a comunicação regional. Foi anunciado oficialmente o encerramento das atividades da Rádio Cultura, de Bagé. A emissora era chamada de ‘A Pioneira’, porque foi a primeira rádio da Rainha da Fronteira, fundada em 1947, portanto fazendo 76 anos de atuação ininterrupta em 2023. A notícia do fechamento foi confirmada pelo ex-prefeito de Candiota e empresário, Odilo Dal Molin, que foi proprietário da emissora nos últimos 25 anos. Odilo, que é colunista aqui do TP, lamentou a decisão, dizendo que toda a região perde.

O prefeito Ronaldo Madruga e o presidente do Sindicato dos Municipários de Pinheiro Machado (Simpim), Márcio Garcia, possuem uma boa e antiga relação pessoal. Nos últimos dias, eles estão em lados opostos no debate sobre a reposição salarial do funcionalismo público municipal, até porque, nesse caso, de fato, ambos têm posições e cargos de certa forma antagônicos. Um é patrão (prefeito) e o outro empregado (sindicalista). O jornal tem jogado luz nesse debate, quando cada um tem seus argumentos.

O prefeito fez questão de frisar em comentário numa postagem do TP sobre a troca de argumentos entre eles, de que ele possui boa relação com Márcio e que a defesa dele é justa. “Lamentável que o município não possa atender a todos os pedidos”, disse.

O vereador Renato Rodrigues (PSDB), de fato mudou o tom com o governo municipal. Nesta semana, ele cobrou a municipalidade em relação à qualidade das ruas de terra da cidade. Segundo o parlamentar, em postagem nas redes sociais, ele tem sido cobrado pela comunidade. “Nas minhas andanças por aí, percebi que os moradores têm muitos motivos para me cobrarem, pois há lugares que está praticamente impossível de passar”, assinalou, reforçando que há problemas com buracos nas ruas e com esgoto a céu aberto. “Espero que possamos ser atendidos logo, porque o número de prejuízos em automóveis e acidentes tem aumentado muito”, disse.

A última informação sobre a pendenga da abertura da radioterapia em Bagé é de que faltam dois documentos para que a situação seja regularizada. Quem repassou a informação vinda do Ministério da Saúde, após ter se reunido com os técnicos (foto), foi Paulinho Parera, que é ex-vereador de Bagé e agora é secretário de Gestão e Normas da Secretaria Especial de Comunicação, do governo federal.

Segundo disse Paulinho, a área técnica do Ministério da Saúde relatou a ele, que entre as questões impedindo a liberação da portaria para autorização do serviço, está a falta de dois alvarás: um alvará da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o qual a Santa Casa de Bagé tinha provisoriamente e expirou, e o alvará sanitário de funcionamento geral do hospital junto à Prefeitura de Bagé, vencido no dia 30 de março de 2023. A direção da Santa Casa requisitou a renovação no dia 1º de março, mas até então a Prefeitura não concedeu. “É simplesmente absurdo que um dos entraves na liberação seja de responsabilidade direta da prefeitura do município, cujos membros atacam diariamente o governo federal, tentando se omitir da culpa da sua incompetência”, afirmou Paulinho. “São mais de um mês e meio com a Santa Casa de Bagé sem alvará sanitário do município. Inauguraram um prédio vazio com Bolsonaro em 2022 e agora a liberação depende da própria Prefeitura. É um ultraje com os pacientes que precisam de tratamento”, completou.

Em nota enviada ao TP, a Prefeitura refutou e rebate as acusações do Paulinho. “A falta de funcionamento deste serviço causa um dano irreparável à comunidade bageense. A inércia e a letargia do governo federal tem gerado, ao não conceder a tempo as licenças faltantes, retrabalho nos processos burocráticos já realizados. Sendo assim, o alvará sanitário da Santa Casa de Caridade, anteriormente válido, agora passa por processo de renovação, em decorrência, reitere-se, da demora do governo federal na liberação dos demais documentos necessários para efetivo funcionamento. As informações divulgadas pelos representantes bageenses do governo federal, na verdade, tem como objetivo postergar o prazo para o efetivo funcionamento e, assim, dividir responsabilidades que, até então, são única e exclusivamente do âmbito federal, a fim de não assumir sua morosidade e falta de compromisso com um tema crucial para a saúde dos bageenses”, assinala o trecho principal da nota.