Papo de Redação – 19/ABR/2024

REI DO AZEITE

A revista IstoÉ Dinheiro publicou em sua versão digital no último dia 12, uma ampla reportagem sobre o empresário paulista Luiz Eduardo Batalha (foto). A matéria aborda a vida empresarial de Batalha, porém foca em seu empreendimento na cultura de oliveiras e produção de azeite de oliva, inicialmente em Pinheiro Machado, com seus 500 hectares, e agora também em Candiota, na propriedade nos fundos do Marco do Seival – onde ele pretende implantar um grande projeto turístico, com resort e mansões particulares. A reportagem classifica Batalha como o rei do azeite brasileiro.

 

REI DO AZEITE 2

O título dado pela revista não é apenas retórica, já que Batalha é mesmo o maior produtor individual do Brasil de azeite de oliva. Ele bateu em 2023 mais de 200 mil litros engarrafados (cerca de 40% da produção nacional), segundo os dados divulgados pela publicação, além de mais de 50 premiações internacionais – muitas delas divulgadas aqui no TP.

 

ATA DA PROCLAMAÇÃO

O deputado estadual Paparico Bachi (PL) esteve em Candiota na última semana, na condição de presidente em exercício da Assembleia Legislativa. O ex-vereador Juliano Corrêa, que é apoiador do deputado na cidade, lhe presenteou com uma réplica da ata de proclamação da República Rio-grandense, que foi assinada em 1836 pelo general Antônio de Souza Neto, após a épica Batalha do Seival, em hoje terras de Candiota. Vale lembrar que Paparico é historiador de formação.

 

TRANSCAMPESINA

A construção de uma rodovia que interliga pela zona rural cinco municípios de nossa região é mais que estratégica. É crucial. Todos lembramos os transtornos que passamos com a BR-293 interditada, o que comprovou que ela é a única interligação asfáltica, a não ser pela longínqua BR-382, por Caçapava, para se chegar ao Superporto de Rio Grande e a Pelotas. Só este motivo já é suficiente para que ela saia do papel, sem falar no escoamento da safra e a interligação com o Uruguai. Esta semana (ver matéria nesta edição), um encontro com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, debateu a possibilidade e aproximou o sonho de uma realidade.

 

CENÁRIO EM HULHA

A escolha do nome do ex-prefeito Fernando Campani como pré-candidato do PT em Hulha Negra não trouxe nenhuma surpresa ou novidade para o cenário político-eleitoral da cidade. A questão segue embatucada e não se sabe ao certo como ficará o tabuleiro. As indefinições prosseguem pelo menos para as próximas semanas.

 

SOBRINHO EM PINHEIRO

Na última edição, aqui na coluna, escrevemos que Iago Brum, que é cotado para ser candidato a prefeito pelo PSDB, era primo de Lucel Brum Betiollo. Na verdade, ele é sobrinho dela e consequente do ex-prefeito Carlos Ernesto Betiollo.

 

DARIO LASSANCE NUNCA FOI BAIRRO

O engenheiro da extinta Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS), Dario Lassance, como já dito por aqui várias vezes, tem estatura de herói em Candiota, mesmo sendo alguém que jamais teve qualquer proximidade com a localidade. Seu nome foi usado, como era uma tradição na época, para batizar a parada férrea, logo após a sua morte em 1930. A parada foi elevada a estação em 1935. No entorno desta estação se desenvolveu um povoado, batizado também de Dario Lassance. O povoado virou distrito de Bagé e em 1992 se tornou a sede de Candiota – município recém emancipado na época. O ilustre e desconhecido engenheiro (nem mesmo os historiadores tem muitas informações sobre ele) ainda dá atualmente nome à praça central e a uma escola estadual. Até bem pouco tempo era o nome do ginásio municipal, que agora passou a se chamar, de forma muito justa, Lucas Porciúncula – jovem atleta candiotense morto em 2023.

 

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Como visto, jamais a localidade de Dario Lassance foi um bairro. Foi povoado e distrito, bairro nunca. Parece mesmo confuso, mas um dia isso será claro e cristalino. Com a ascensão da localidade ao status de sede do município, por força de lei, o lugar que se transforma em sede leva o nome do município que lhe dá origem, no caso Candiota. Portanto, como também já dito e redito aqui muitas vezes, a localidade de Dario Lassance não existe mais, pelo menos do ponto de vista legal.

 

DARIO LASSANCE NUNCA FOI BAIRRO 3

Chamar de Dario Lassance o lugar é um erro bem perdoável, ainda mais popularmente falando (foram mais de 70 anos com essa nomenclatura). Entretanto, chamar de bairro é um erro inadmissível, senão vejamos. Bairro é uma extensão da cidade, seja ele em continuidade ou afastado, como é a Vila Residencial, João Emílio, União, Seival (há dúvidas se esta localidade não é um distrito ao invés de bairro, pois quando pertencia a Bagé, assim é descrito), São Simão e Vila Operária.

DARIO LASSANCE NUNCA FOI BAIRRO 4

Não é apenas uma questão nominal, pois Candiota sofre em termos de desenvolvimento por não ter um centro geográfico bem definido, justamente por essas confusões, muitas vezes cometidas pelo próprio poder público. No Google a confusão aumenta, pois há um erro de grafia para deixar a patuscada completa (está escrito Dário, com acento e Candiota está localizada como fosse a Vila Residencial). Candiota, a sede do município, já possui muitos bairros em si: Vila Airton (o mais antigo), Portelinha, Residencial Viver Melhor, Residencial Candiota, Morada do Sol, Loteamento Raupp, Loteamento Cimbagé, Areal, região do Hotel Dal Cortivo (antigamente chamada de Vila Mosquita), Beco da Aracy, Vila Nova (na região do Candiotão) e falta definir o bairro Centro – que ainda não possui uma delimitação legal.

 

DARIO LASSANCE NUNCA FOI BAIRRO 5

Tem gente que acha esse debate inócuo, uma bobagem. Tem gente que até defende que o nome de Candiota seja Dario Lassance. Opiniões e pontos de vista são sempre bem-vindos e devem ser respeitados, o que não significa que estão certos ou que devem ser acatados. Para além de uma nomenclatura, se tem um modelo de desenvolvimento, qual seja, ter ou ter um centro geográfico para chamar de seu e a partir disso se criar políticas públicas que privilegiem este aspecto. Ah, e a sede do Legislativo estar a 10km da sede do município e da Prefeitura, assim como a agência dos Correios, é outra questão a ser debatida, porém isto é assunto para outra ocasião.

 

EXPOSIÇÃO EM HULHA

              

O município recebeu a exposição itinerante intitulada “O passado aflora nos cacos: Arqueologia, Pré-história e História do RS”, realizada pelo Curso de Licenciatura em História, do Polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) de Hulha Negra e pelo Laboratório de Antropologia e Arqueologia (LEPAARQ) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A Mostra permaneceu na Biblioteca Municipal Dra Nóris Paiva, até o dia 17 de abril com visitações gratuitas.

 

EXPOSIÇÃO EM HULHA 2

A abordagem central da exposição se concentrou na arqueologia histórica que investiga sítios arqueológicos relativos ao período posterior à colonização europeia. Entre os vestígios encontrados nos sítios, estão objetos de ferro, louças (como porcelanas e faianças finas – espécie de cerâmica), garrafas, grés (cerâmica a partir de altas temperaturas) e vidro. O material ósseo em geral vem de restos da alimentação das pessoas que habitavam aquele local, ou, em alguns casos, podem ser matéria-prima para utensílios domésticos, como cabos de facas. Também podem ser encontradas estruturas edificadas, material de construção, ferramentas de trabalho, e até vestimentas.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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