RURAL

Plantio se soja continua sendo a principal cultura de Hulha Negra

O município atinge cerca de 15 mil hectares de terras plantadas. Foto: Divulgação TP

Está em andamento a época de plantio em Hulha Negra. Confor­me característica do mu­nicípio já a algum tempo, o cultivo da soja atinge as maiores marcas, neste ano cerca de 15 mil hectares de terras plantadas. Logo após, estão as culturas do arroz, na média de 600 hectares, milho, com 2.300 hectares e sorgo, com 500 hectares. A equi­pe do Tribuna do Pampa conversou com o secretário de Agropecuária de Hulha Negra e produtor rural, Luis Fernando de Lima e o chefe do escritório da Emater do município, Guilherme Zor­zi, que relataram a situação atual de plantio, bem como as maiores dificuldades dos produtores.

De acordo com Gui­lherme Zorzi, o período contempla o plantio da soja, assim como de milho e sorgo forrageiro, estão em pleno andamento. Já o de arroz está finalizado. As pastagens de verão, com sorgo e capim sudão, tam­bém são bastante expressi­vas, visto serem utilizados para o pastoreiro do gado de leite ou de corte.

O chefe da Emater explica que atualmente as lavouras de soja estão em fase de emergência. “A falta de chuvas para a soja tardou o início do plantio, assim como as baixas temperatu­ras atrasam a germinação, mas a previsão é de que a safra seja boa”, afirma o extensionista rural.

Com relação a situ­ação dos produtores e esti­mativas, o secretário Luis Fernando lembra que o produtor carrega um débi­to da safra anterior em ra­zão da estiagem, mas não deixou de investir nesta safra. “A falta de chuvas no verão passado causou sérios problemas aos pro­dutores. Com as dívidas passadas, os créditos se tornaram mais difíceis nos bancos, mas o produ­tor não deixou de lutar, investir em adubos para chegar a alta produção e a expectativa é de que esta safra será melhor”, relata Lima.

Ainda segundo a Emater, atualmente Hulha Negra alcança um nível alto na classificação e um retorno de 49,79% no ICMS, ou seja, quase metade da arrecadação é oriunda da agri­cultura. Solicitado a repassar a visão da Emater quanto a novas possibilidades, ga­rantias de colheita e retorno financeiro, Zorzi é enfático quanto ao cultivo em ciclos. “Trabalhar com cultivares de ciclos diferentes diminuem os riscos. É importante também o produtor escolher bem a área e trabalhar com aquela de maior potencial para ter lucro garantido. Com base nas perspectivas acreditamos que teremos uma boa produ­ção, não sabemos se grandes lucros, mas ao menos para o pagamento da safra passada”, conclui.

LF Formosa: 175 hectares de área plantada e diferentes cultivares

Para saber como está a situação dos produtores e as pers­pectivas para a colheita desta safra, a equipe do TP conversou com o produtor rural Luis Fernando de Lima. Foi deixado o cargo de secretário municipal de lado para ceder espaço somente ao produtor hulhanegrense.

Proprietário da LF Formosa, localizada na Colônia Salvador Jardim, Lima que é técnico em agropecuária, deu con­tinuidade a vida de agricultor e lavouras do paiRubens Krause de Lima, com o plantio de 20 hectares de arroz enquanto trabalhava como estagiário da empresa Basf, por onde permaneceu durante 15 anos com a venda de defensivos agrícolas. Posteriormente, passou a plantar soja, incialmente com 30 hectares da forma direta na palha com soja convencional. A primeira plantadeira para o plantio da soja foi adquirida em meados de 1988 e desde aquela época, outros produtores começaram a investir no plantio da soja, tornando hoje a maior cultura. Ele conta que as terras eram infestadas de invasores (ervas daninhas) e a soja ocasionou a melhora do solo. “A soja é atrativa porque tu tem a planta e já sabe que terá retorno, tem certeza de contrato, possibilidade de venda, compra e até dinheiro adiantado se precisar”, explica Lima.

O produtor, que conta com uma área plantada de 175 hectares, sendo 135 em área particular e 40 em área arrendada, conta que investimentos em equipamentos e novas tecnologias, assim como a diversidade de cultivares são importantes para o manejo do solo e a garantia da colheita. “Hoje tenho sorgo granífero, milho, pastagem de verão e soja plantada. Vejo essa necessidade de diversificação para ter a garantia do retorno financeiro caso o fator climático cause problemas para uma determinada cultura. Com relação a isso, nossa expectativa é a melhor, temos que ser positivos, pois estamos com um clima favorável e com preço de venda. Acredito que a safra vai ser boa para toda região, esperamos chegar nos 40 sacos por hectares”, afirma Luis Fernando.

ESPAÇO PARA PESQUISA O proprietário da LF Formosa disse ao TP que o investimento em novas tecnologias e a busca por informações técnicas são imprescindíveis para a melhoria do plantio e colheita no município e região. Visando essa me­lhoria, ele conta que a propriedade conta atualmente com uma área destinada a pesquisa da soja, sorgo forrageiro e milho. “Oito parcelas de soja foram plantadas pela empresa Puro Grão com cultivares diferentes; outras dez parcelas pela empresa Morgan com milho e seis de sorgo pela PGW Sementes. Abro a propriedade desde a época do meu pai. Dei sequência a essa ação porque é uma forma de verificarmos o que funciona em Hulha Negra, seja forma de plantio ou maquinários utilizados. Através da parceria da Emater, podemos expandir esse conhe­cimento aos produtores do município e região através de dias de campo”, relata Luis Fernando, que diz acreditar que Hulha Negra ainda não chegou no patamar adequado e para o futuro estão em seus planos a utilização de irrigação por meio de pivô central ou canhão, o que garante a colheita, utilizando água de barragem, visto o bem natural ser escasso em muitos locais.

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