A Brigada Militar cumpriu mandado de reintegração de posse na manhã de hoje (18), em uma área de 300 hectares pertencentes à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), na Vila Operária, em Candiota. Vinte famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entre eles, 16 homens, 12 mulheres e quatro crianças ocupavam o local desde novembro de 2014.
O processo foi despachado pela 1ª Vara Civil da Comarca de Bagé no dia 14 deste mês e autorizado o cumprimento de mandado. Para realizar a ação, um esquema de segurança foi montado pela Brigada Militar e reuniu 74 policiais de Bagé, Candiota, Agrupamento Ambiental e do 2º Regimento de Polícia Montada (Rpmon) de Santana do Livramento. A Polícia ainda contou com o apoio do Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), CEEE e da Secretaria de Ação Social, Trabalho e Renda do município.
Segundo o comandante do 6º Rpmon, tenente-coronel Sérgio Alex Laydner Medina, o trabalho foi realizado com o objetivo de causar o menor impacto e prejuízo. “Uma ação que teve êxito, pois foi bem planejada”, ressaltou. O comandante ainda disse que a Brigada Militar documentou e registrou toda a ação para manter transparência e não prejudicar nenhuma família. “Estamos apenas cumprindo uma lei”, enfatizou.
Para um dos acampados que preferiu manter a identidade preservada, a ocupação que durou cerca de dois anos visava lutar pelas terras, mas o grupo não conseguiu e a reintegração de posse foi solicitada por parte da Companhia. “Já estávamos preparados para esta ação. Agora receberemos um auxílio da prefeitura”, relatou.
As famílias, segundo a Secretaria de Ação Social, receberão ajuda com cestas básicas e fraldas para as crianças. A assistente Social, Cibele Costa, informou que os acampados foram realocados para uma área próximo ao Candiotão, na sede do município, contudo, alguns já possuem lotes no assentamento Madrugada.
RELEMBRE – Os integrantes invadiram a área em 13 de novembro de 2014, próximo à Estação de Tratamento de Água da Vila Operária. Na época, a ocupação foi planejada há meses, quando descobriram da existência das terras que não são utilizadas por parte da CEEE. Antes de se estabelecer em Candiota, o grupo permaneceu em uma área da Embrapa, em Capão do Leão, onde se mobilizaram para lutar pelas terras pertencentes à Companhia.
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