
Alunos e professoras na localidade para a pesquisa Foto: Divulgação TP
No último dia 9 de julho, os alunos do 6º ano da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Jerônimo Mércio da Silveira, do município de Candiota, tiveram um dia diferente e de muito aprendizado na Comunidade Quilombola de Palmas.
O trabalho com os alunos vem sendo realizado por meio da professora de Ciências, Maria de Fátima Monteiro Alves, que também é mestranda do curso Mestrado Profissional de Ensino de Ciências da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). O objetivo da atividade fora da sala de aula, foi de coletar plantas medicinais que são utilizadas pela comunidade, além de proporcionar o conhecimento sobre o modo de vida, lutas e vivências do local. “No caminho nós fomos recebidos pela comunidade na Escola Municipal Rural Simões Pires, para o almoço. Logo depois seguimos caminho até a residência da senhora Onélia e seu Alcíbio Franco, que responderam as questões dos alunos e auxiliaram na coleta das plantas”, contou a professora, dizendo que o encantamento dos alunos com o local impressionou a todos.

Grupo conheceu a realidade e história da comunidade Foto: Divulgação TP
A atividade faz parte da sua proposta de intervenção pedagógica que entrecruza conteúdos de Substâncias e Misturas com o tema Plantas Medicinais e a Lei 10.639/03 – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Em contextos reais de aprendizagem, o projeto de pesquisa coloca o foco nas aprendizagens manifestadas por estudantes no processo de intervenção.
Em conversa com o Tribuna do Pampa, a professora disse que o projeto está se desenvolvendo muito bem, e que os alunos estão participativos. “Estou tendo resultados incríveis, com eles entendendo o conteúdo e aprendendo além de conteúdos de Ciências, estão entendendo hábitos, valores e costumes de uma Comunidade Quilombola presente em nossa região e que eles nunca tinham ouvido falar”, ressaltou, reforçando que escolheu o tema por ser uma mulher negra e sentir a necessidade da valorização do seu povo.
Segundo ela, ao final da experiência é esperada como produção educacional a elaboração de um e-book “que apresenta e explora a sequência de ensino investigativa elaborada e que se destina a professores da Educação Básica que desejam inserir nos seus planos de ensino atividades investigativas sobre Substâncias e Misturas através da cultura do povo quilombola e das plantas medicinais, bem como a elaboração de uma cartilha de plantas medicinais com informações básicas sobre plantas utilizadas no Quilombo de Palmas para tratamento de enfermidades que poderá ser utilizada para consulta pelos estudantes no processo da intervenção.”
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*