Paulo Lucas é motorista da Secretaria de Saúde de Pinheiro Machado Foto: Divulgação TP
“Sou um cara que encontrou o trabalho que mais combinaria com ele”. Desta forma se auto descreveu ao Tribuna do Pampa o funcionário público, motorista da Secretaria de Saúde de Pinheiro Machado, Paulo Azambuja Lucas, 47 anos. Através deste profissional, o jornal presta homenagem a todos os motoristas, de todas as áreas, pelo seu dia.
O funcionário que integra o quadro da Saúde há 15 anos e já atuou também na Secretaria de Educação, explicou ao jornal que tudo o que faz é com amor e sempre da melhor forma possível. Paulo Lucas contou a reportagem ter visto no bom tratamento aos pacientes que carrega para consultas e tratamentos como oncologia, quimioterapia, radioterapia, um conforto após a perda dos pais.
“Na área de saúde a gente trabalha com várias circunstâncias, vários problemas, já enfrentei inclusive na minha família e que infelizmente não foi possível resolver a tempo, isso é uma coisa que sempre me cobrei muito. Perdi meus pais para o câncer e trabalhamos muito nesta área levando as pessoas para tratamento. Não consegui ajudar os meus pais, mas fico feliz por ter ajudado os outros e continuo ajudando, não ganhamos todas, a vida é assim”, contou o profissional.
ROTINA – O TP pediu a Paulo – que respondeu ao jornal enquanto aguardava pacientes na cidade de Rio Grande-, para contar sobre sua rotina. “Meu dia começa cedo, antes era em torno de 5h e chegava por volta das 18h. Com a pandemia e a redução de consultas eletivas e cirurgias, estamos mais com o transporte de pessoas para tratamento, como a oncologia e consultas mais urgentes, retornando mais cedo. Um dia atuo no transporte com a Van e outro na equipe da Vigilância Sanitária, em veículo menor, com o transporte de material para Covid-19 para análise em Pelotas, carregamento de vacinas da Covid e as convencionais como Influenza, coletas de materiais. Geralmente de segunda a sexta, às vezes aos sábados, em viagens até Pelotas ou Rio Grande e em poucas ocasiões para Porto Alegre com número maior de pacientes”, relatou.
DIFICULDADES – Já quando questionado sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia, Paulo diz que em todas as profissões existem situações e momentos difíceis. Por outro lado ele citou que na estrada há muitos sustos pela quantidade de veículos nas rodovias. “Hoje existe uma grande concentração de caminhões nas estradas além de carros, a frota aumentou muito e a profissão se tornou mais perigosa, o trânsito de uma forma geral está mais perigoso. Na estrada sempre estamos apreensivos, procuro respeitar os sinais de trânsito, dirigir com cuidado, mas a profissão de motorista exige muita atenção e existem outros fatores que te levam ao perigo como estresse, horários de madrugada. Em Porto Alegre, por exemplo, são lugares distantes, diferentes pontos para ir e consultas com horários apertados. A pouca ou em alguns casos nenhuma manutenção nas estradas também é algo bastante difícil pela falta de sinalização”, comenta.
Com relação à pandemia, Paulo disse que foi e está sendo bastante difícil. “Perdi amigos, colegas de profissão em outros municípios. No começo foi complicado convencer as pessoas da necessidade de se proteger, que a Covid era séria, que era necessário o uso do álcool gel”, destacou.
MENSAGEM – Para finalizar, o jornal solicitou ao motorista que deixasse uma mensagem aos colegas pela data. Ele mais uma vez lembrou das dificuldades, mas agradeceu. “Muitas vezes as pessoas nem sabem das dificuldades que passamos, mas prefiro agradecer a Deus pelo trabalho que tenho, pois gosto muito do que faço, de trabalhar com pessoas. Procuro sempre fazer o melhor e o reconhecimento acaba vindo”, destacou.
O profissional ainda lembrou que o reconhecimento está ligado a valorização do servidor concursado. “Pedimos para as pessoas, aos políticos, que olhem com mais cuidado para toda a classe de trabalhadores, que dentro das dificuldades do município, procure valorizar melhor o funcionário em si, principalmente a classe que eu represento, nós motoristas, que já atuamos, temos responsabilidade com as pessoas e os veículos, somos preparados para a função”, concluiu.
