Projeto busca instalação de mais uma estação meteorológica em Pinheiro Machado

O equipamento que precisa ser adquiro é igual ao instalado no Parque Charrua Foto: Divulgação TP

Buscando aprimorar o projeto de monitora­mento meteorológi­co da Serra do Sudeste, o trio que está à frente das duas estações já instaladas em Pinheiro Machado está de olho em uma nova loca­lidade bem específica. Para eles, de acordo com avalia­ções realizadas no último ano, a Serra dos Veleda tem grande potencial para ter o inverno mais frio do Rio Grande do Sul. O local fica a aproximadamente 15km da sede do município.

De modo que isso seja de fato comprovado, o agora graduado em Meteo­rologia, Allef Mattos, junto aos acadêmicos da Univer­sidade Federal de Pelotas, Gabriel Cassol e Fernando Rafael, estão em busca de auxílio financeiro para dar mais esse passo importante.

Desde 2017, eles são os responsáveis pelo monitoramento de uma estação no Parque Charrua e outra no Passo dos Pires. Em 2018, a cidade registrou a menor temperatura média no trimestre de inverno no Estado, colocando-a como o inverno mais gelado do Rio Grande do Sul e um dos mais gelados do país. “Outro fato importante foi o registro da neve em julho, que nos garantiu várias reportagens e menções na mídia, inclusive no Jornal Nacional, lembraram.

APOIO – Visando colocar em prática o projeto de instalação de uma nova es­tação no município, a ideia inicial é apresentar o plano na Câmara de Vereadores com o intuito de mostrar a importância dos registros daquela área e assim conse­guir apoio financeiro para a aquisição da estação – que custa cerca de R$ 6 mil.

Conforme expli­caram, essas estações são equipamentos munidos de sensores que medem tem­peratura, umidade relativa, pressão atmosférica, velo­cidade e direção do vento, e precipitação. “O local é um dos pontos culminantes da região, estando a mais de 460 metros de altitude e de campos totalmente limpos. Por ser mais alto que o Parque Charrua e mais descampado, a Serra dos Veleda vai registrar corretamente os valores de velocidade do vento, e sen­do mais ventilado também registrará temperaturas menores”, explicaram.

VANTAGENS – De acordo com o meteorologista Mat­tos, uma correta medição de vento é crucial para o cálculo da sensação térmi­ca nos dias mais frios, além de permitir ter uma ideia do potencial eólico e pro­porcionar a quantificação dos impactos causados por ventos intensos.

Além disso, as in­formações obtidas a partir destas medições podem ser utilizadas para os mais di­versos fins – como auxiliar no agronegócio, na cons­trução civil e no turismo, por exemplo. “De acordo com as suas características, a Serra dos Veleda é um dos locais da região com a maior propensão para nevar. Além do mais, por ser uma área mais nublada e ventosa, facilita os regis­tros de menores tempera­turas. Uma estação neste local seria um espetáculo e ajudaria a impulsionar principalmente a promoção do turismo”, destacou o grupo.

Na foto, o trio responsável pelo monitoramento das estações em Pinheiro Machado Foto: Divulgação TP

SAIBA MAIS – O projeto, que começou em meados de 2016 e pode ser colo­cado em prática a partir de 2017, visa monitorar a região que é extremamente fria e tem o turismo pouco explorado – diferente da serra gaúcha que se utiliza bastante desse fenômeno climático. “As análises dos dados de Pinheiro Ma­chado realizadas até agora já mostram que a cida­de tem inverno mais frio que Gramado, Canela, São Francisco de Paula e tão frio quanto São José dos Ausentes – que é a cidade mais fria do estado”, co­mentaram os responsáveis pela iniciativa.

OUTRAS CIDADES – De acordo com os jovens en­volvidos no projeto, a ideia é contemplar toda a região com o monitoramento e ex­pandir as pesquisas. Apesar da vontade, só é possível colocar em prática se as próprias cidades tiverem interesse e derem apoio financeiro, visto que não recebem suporte da uni­versidade.